Em 2007, Mario embarcava em sua primeira jornada pelas estrelas: Super Mario Galaxy foi um sucesso avassalador no Nintendo Wii, marcando presença desde então entre os jogos mais bem avaliados da história. Até então, os jogos do gênero de plataforma 3D do encanador não tinham recebido sequências diretas, apesar das estruturas semelhantes observadas em Super Mario 64 e Super Mario Sunshine (o mais próximo foi o projeto cancelado “Super Mario 64 2”, para o peculiar Nintendo 64DD).
Quebrando a tradição, a Nintendo lançou em 2010 a sequência direta da aventura intergalática do encanador: Super Mario Galaxy 2 também foi um sucesso e completa 15 anos em 2025. O título mostrou, sem grandes dificuldades, como uma sequência deve ser feita. Afinal, não por acaso o jogo é considerado um dos melhores de todos os tempos, ficando atrás apenas (veja só!) de seu antecessor.
Um é pouco, dois é bom
Em termos de história, Super Mario Galaxy 2 se apresenta quase como uma trama alternativa aos eventos do primeiro jogo. O festival celebrado pelos Toads ainda está aqui, assim como a Baby Luma (responsável por dar a Mario sua habilidade Star Spin), a princesa Peach, potencializadores como o Bee Mushroom e uma forma um tanto diferente de Rosalina. Mas uma trama muito desenvolvida nunca foi necessária nos jogos da série, e Galaxy 2 rapidamente coloca o jogador para se aventurar pelo universo.
Apesar da familiaridade com os elementos do original, temos aqui muitas novidades: um total de 49 novas galáxias a serem exploradas já impressiona, quando comparado às 42 presentes em Super Mario Galaxy. As novas galáxias são organizadas em sete mundos, navegados pela icônica nave Starship Mario. A nave, por si só, é um ecossistema à parte, populado por diversos NPCs encontrados ao longo da aventura.
O capitão da nave é o simpático Lubba, uma Luma roxa de calças azuis, que promete ajudar Mario em sua missão para resgatar Peach conforme o bigodudo coletar as Power Stars em sua jornada. Por boa parte da aventura, Lubba cumpre o papel desempenhado pela misteriosa Rosalina no primeiro jogo (que se apresenta agora na forma peculiar de Cosmic Spirit, ajudando os jogadores que perderem muitas vidas na mesma galáxia).
Novos poderes e velhas companhias
Impossível falar de Super Mario Galaxy 2 sem falar dele: Yoshi marcou presença na sequência, estampando até mesmo a capa do jogo. O dinossauro já tinha dado as caras em Super Mario 64 (aparecendo no telhado do castelo após Mario coletar 120 estrelas) e em Super Mario Sunshine (onde podia ser montado e contava com uma estranha mecânica de consumir frutas e expelir sucos coloridos), mas só apareceu em Super Mario Galaxy na forma de easter egg: um planetoide na Space Junk Galaxy tem o formato de sua cabeça, e outro em Good Egg Galaxy se parece muito com um ovo da espécie.
Na sequência, Yoshi voltou com tudo: diversas missões nas galáxias exploradas envolvem a fiel montaria do encanador. O dinossauro pode engolir inimigos, cuspi-los e interagir com diversos objetos com sua língua de acordo com o cursor movido pelo Wii Remote, além de conseguir se manter no ar por mais tempo com seu icônico Flutter Jump.
Além disso, Yoshi conta com seus próprios potencializadores, que podem ser adquiridos quando três tipos diferentes de frutas são consumidas por ele. A Dash Pepper muda a cor do dinossauro para vermelho, permitindo que ele atinja altas velocidades em pouquíssimo tempo; a Bulb Berry traz uma coloração amarela e faz com que Yoshi crie plataformas sob seus pés e ilumine ambientes escuros; e a Blimp Fruit faz o dinossauro inflar como um balão na cor azul, expelindo ar e voando na direção desejada. Uma salada de frutas, no mínimo, de respeito.
Mas Mario também não fica para trás, e pode obter dois novos poderes no título: a Cloud Flower permite ao encanador criar até três plataformas feitas de nuvens, permitindo uma maior exploração vertical dos locais visitados, e o Rock Mushroom transforma o bigodudo em uma grande rocha rolante quando o Wii Remote é agitado, derrubando e quebrando tudo em seu caminho.
Três é demais?
Apesar do enorme sucesso da sequência, a Nintendo não incluiu Super Mario Galaxy 2 na coletânea de celebração de 35 anos de Super Mario Bros., Super Mario 3D All-Stars. A coletânea apresenta apenas três títulos: Super Mario 64, Super Mario Sunshine e o primeiro Super Mario Galaxy. A decisão foi considerada controversa por fãs da franquia, ainda mais pelo lugar ocupado por Galaxy 2 entre os jogos mais bem avaliados de todos os tempos.
Teorias não faltam para explicar o sumiço: desde limitações de tempo para adaptar os controles do Wii ao Switch, até suposições de que a Nintendo planejava (ou ainda planeja) um relançamento separado para o título. Outra possibilidade levantada por fãs é que Galaxy 2, sendo uma continuação direta e talvez menos revolucionária, teria sido deixado de fora para que cada jogo da coletânea representasse uma fase distinta da evolução dos títulos 3D do encanador. Ainda assim, a ausência ficou marcada como uma grande omissão, especialmente em um pacote que celebra a trajetória do personagem.
You got a Star!
Completando uma década e meia neste ano, Super Mario Galaxy 2 continua sendo um dos pontos mais altos da trajetória tridimensional do encanador. A aventura estrelada por Mario, Yoshi e uma série de mecânicas criativas mostrou que, sim, uma sequência pode ser tão boa — ou até melhor — que o jogo original. O jogo permanece vivo na memória daqueles que exploraram cada galáxia, coletaram cada estrela e enfrentaram Bowser no coração do universo.
Talvez o maior legado de Galaxy 2 seja justamente esse: provar que inovação e continuidade podem caminhar juntas. Se o primeiro jogo reinventou a gravidade, o segundo levou essa ideia ao ápice com criatividade e uma pitada de caos interplanetário. Esperamos que o universo de possibilidades de Mario continue a se expandir, uma estrela de cada vez. E, para os mais esperançosos, quem sabe um dia sejamos agraciados com um Super Mario Galaxy 3?
E você, leitor? Também considera Super Mario Galaxy 2 um jogo tão bom quanto seu antecessor? Conte pra gente nos comentários.
Revisão: Vitor Tibério