Análise: Street Fighter 6 Years 1-2 Fighters Edition é o retorno triunfal da franquia aos consoles Nintendo

O melhor dos jogos de luta e o poder do Switch 2 juntos, com desempenho sólido, modos variados e combates de tirar o fôlego.

em 29/06/2025
Depois de um longo hiato, a Capcom traz de volta Street Fighter para um console da Nintendo com Street Fighter 6: Years 1-2 Fighters Edition. Mais do que uma evolução natural da franquia (com todo respeito ao Street Fighter V), o jogo representa a retomada de uma parceria histórica, com um pacote robusto, moderno e cheio de conteúdo.

Modos para todos os estilos

Logo na primeira tela, o jogo divide a experiência em três grandes modos: Fighting Ground, Battle Hub e World Tour.

No Fighting Ground, temos a base clássica: modo Arcade com histórias individuais para cada personagem (infelizmente contadas de forma pouco inspirada, com ilustrações estáticas e sem vida), batalhas locais, lutas online (casuais e ranqueadas), além de modos de treinamento e testes de combo. O destaque aqui fica para as Batalhas Extremas, que adicionam condições aleatórias e divertidas aos confrontos.

No Switch 2, o jogo ainda conta com modos que usam os sensores de movimento dos Joy-Con 2, como Gyro Battle e Calorie Contest. São experiências curiosas, mas que cansam rapidamente.

O brilho do Battle Hub

O Battle Hub é um verdadeiro ponto de encontro para os jogadores. Com seu avatar e sua ID, você pode interagir com outros jogadores em um salão repleto de fliperamas. É só sentar em uma máquina e a batalha começa. Há também a possibilidade de criar salas privadas, e, para minha surpresa, jogando com um amigo que está no Japão, o desempenho foi excelente, mesmo com as câmeras ligadas e compartilhando telas. Só um detalhe curioso: estávamos em cenários diferentes ao mesmo tempo, enquanto eu estava no cenário do Ken nos Estados Unidos, meu amigo estava em outro.

No centro do hall, os avatares podem batalhar, mas atenção: toda a evolução do World Tour é levada em conta. Além disso, o espaço oferece vários jogos clássicos da Capcom, como Captain Commando, Final Fight, Mega Man: The Power Battle e Street Fighter II, entre outros. A lista de títulos varia diariamente e só pode ser jogada no modo single player.
Vale mencionar também o crossplay completo com outras plataformas e a exigência de uma Capcom ID, além da assinatura do Nintendo Switch Online, para acessar os recursos multiplayer.

Uma aventura pelo World Tour

O World Tour é a porta de entrada para o universo de Street Fighter. Você começa como aluno de Luke, enfrentando batalhas em Metro City (sim, a cidade de Final Fight) antes de viajar pelo mundo em busca de outros mestres.

Aqui, o foco é evoluir o personagem enfrentando praticamente qualquer pessoa que apareça pela frente — de idosos a gangues que te perseguem pelas ruas. O gameplay acaba sendo repetitivo e os NPCs, bastante genéricos. Um dos pontos mais irritantes são as gangues inimigas que correm atrás de você forçando batalhas.
A parte mais divertida, sem dúvida, é encontrar os personagens icônicos da série como Chun-Li, Ken e Guile, aprender seus estilos de luta e misturar técnicas para criar seu próprio estilo. O sistema de evolução exige dedicação: além de subir de nível, é preciso treinar cada estilo para desbloquear golpes avançados. Customização é outro destaque, com várias opções de corpo, rosto, roupas e habilidades.

Conteúdo e desempenho no Switch 2

Com a Years 1-2 Fighters Edition, o Switch 2 recebe o pacote mais completo da série até agora: são 26 personagens jogáveis logo de início, incluindo todo o conteúdo das duas primeiras temporadas.

O jogo ainda conta com suporte a amiibo, liberando itens de avatar e conteúdos extras. Além dos novos amiibo de Luke, Jamie e Kimberly, os modelos antigos de Ryu e Ken (do Super Smash Bros.) também funcionam.
No desempenho, o Switch 2 faz bonito: 60 fps estáveis nos modos de luta e 30 fps no World Tour, tudo com ajuda do DLSS, que permite resolução de até 1080p com uma base interna de 540p. O resultado é uma imagem limpa e sem os borrões comuns de upscales.

Seja no modo portátil (com tela de 7,9 polegadas) ou no modo docked, a performance permanece sólida, com pequenas melhorias visuais quando o console está conectado à TV.

Um combate estratégico e recompensador

O coração de Street Fighter 6 está nas batalhas. O novo sistema Drive mistura ataque, defesa e gestão de recursos. Jogadores agressivos são recompensados, mas quem exagera acaba sofrendo com o Burnout, ficando vulnerável e até atordoado.

O sistema traz uma camada estratégica riquíssima, na qual cada decisão conta. Quem gosta de lutas técnicas vai se sentir em casa.
Além disso, o jogo oferece três esquemas de controle:
  • Clássico: Para veteranos, com comandos tradicionais e maior exigência técnica;
  • Moderno: Simplifica a execução de combos e especiais, ótimo para iniciantes;
  • Dinâmico: O próprio jogo decide o melhor ataque com base na distância ao oponente. Ideal para quem quer só se divertir sem se preocupar com comandos complexos.

Final round

Street Fighter 6 Years 1-2 Fighters Edition é, sem dúvida, o melhor retorno da série aos consoles Nintendo. Tem seus problemas — como o World Tour repetitivo e as histórias mal apresentadas no Arcade —, mas os pontos positivos superam as falhas. O resultado é uma experiência robusta, moderna e, acima de tudo, divertida. Se você esperava um bom jogo de luta no Switch 2, pode comemorar: o novo Street Fighter é o seu jogo definitivo de porrada.

Prós:

  • Gráficos em alta definição;
  • Mecânica profunda e estratégica;
  • Diversos modos de jogo;
  • Online estável;
  • Jogos clássicos da Capcom inclusos;
  • Opções de controle para todos os níveis;
  • Legendas em português.

Contras:

  • World Tour repetitivo e com NPCs genéricos;
  • Histórias de personagens sem impacto.
Street Fighter 6 Years 1-2 Fighters Edition — Switch 2 — Nota: 8.5
Revisão: Vitor Tibério
Análise produzida com cópia digital adquirida pelo próprio redator
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Leandro Alves
Leandro Alves é designer gráfico formado e especialista em Design Estratégico pela Unicarioca, além de UX Designer com formação pela ESPM e pela escola britânica Design Institute. Diretor Geral, Diretor Editorial e Diretor de Arte das revistas GameBlast e Nintendo Blast, iniciou sua paixão por videogames com The Legend of Zelda: A Link to the Past. Fã da Nintendo, mas sem esconder sua admiração pelo PlayStation, tem como séries favoritas Kingdom Hearts, Pokémon, Splatoon, The Last of Us, Uncharted e Xenoblade Chronicles. Está no Instagram e Twitter.
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