Como o Switch 2 pode se posicionar diante do Steam Deck e de concorrentes portáteis

Com uma concorrência poderosa e várias alternativas disponíveis, o que torna o Switch único o suficiente para justificar a sua compra?

em 08/06/2025
Quando a Nintendo lançou o Switch em 2017, ela não apenas deixava uma marca importante em seu próprio legado, mas também revolucionava a indústria dos videogames ao unir, como ninguém havia feito antes, a experiência de um console de mesa com a portabilidade — um console híbrido.


Seguindo os passos da Nintendo, em 2022, a Valve surpreendeu ao se aventurar no mundo dos consoles com o lançamento do Steam Deck. Desde então, diversas outras empresas passaram a investir em seus próprios computadores portáteis, adotando propostas similares à do Switch.

Por isso, diferente do cenário em que o Switch foi lançado, o Switch 2 enfrentará uma concorrência consideravelmente maior, com várias empresas tentando conquistar uma fatia desse mercado. Com tantas opções disponíveis, fica o questionamento: como o Switch 2 vai se destacar no atual mercado de consoles portáteis?

Precificação

Um dos principais fatores que podem influenciar na escolha de um console é o seu preço. Dado o salto tecnológico e o poder que o Switch 2 promete entregar, já era esperado que o valor ficasse próximo ao dos consoles mais modernos.

Ainda que tenha um aumento considerável em relação ao Switch no lançamento — sendo vendido oficialmente por R$ 4.499,90 —, o preço do Switch 2 continua mais acessível quando comparado ao de computadores portáteis atuais, como o ROG Ally e o Lenovo Legion Go, que normalmente variam entre R$ 5.000 a R$ 7.500.

Mas, quando comparado ao Steam Deck, a situação muda. Como o Steam Deck ainda não é vendido oficialmente no Brasil, os preços variam bastante, já que dependemos de importadores não oficiais que oferecem o console por meio de plataformas como o Mercado Livre. Atualmente, é possível encontrar o Steam Deck por valores entre R$3.500 e R$4.600 — um preço consideravelmente mais baixo que o novo console da Nintendo — e, ainda assim, ele é capaz de rodar a maioria dos jogos modernos.

Poder bruto vs. Otimização

Com base nas informações especulativas sobre o hardware do Switch 2, é provável que, em termos de poder bruto, o Steam Deck ainda seja relativamente mais potente. E, ao compará-lo com outros computadores portáteis de alto desempenho, fica claro que o Switch 2 não será o console portátil mais poderoso do mercado atual.

Porém, mesmo que o novo console da Big N não seja o mais potente do mercado, isso não significa que ele será inferior aos concorrentes mais poderosos. Isso porque, ao contrário do Switch 2, esses computadores portáteis geralmente rodam sistemas operacionais projetados para desktops ou notebooks, o que faz com que tarefas simples em um portátil, como colocá-lo em modo descanso ou navegar pela interface, nem sempre funcionem de forma satisfatória.

Não só isso, mas como esses portáteis normalmente rodam sistemas mais pesados — ou que precisam de camadas de compatibilidade para traduzir os códigos dos jogos —, o desempenho pode ser comprometido. Um exemplo é o Steam Deck, que utiliza o Proton para "traduzir" os jogos do Windows para o Linux. Como muitos desses títulos não são desenvolvidos ou otimizados especificamente para essas plataformas, é comum haver quedas de desempenho e bugs que podem quebrar a experiência.

Já nos consoles da Nintendo, os jogos são portados e adaptados especificamente para o hardware da plataforma, o que permite às desenvolvedoras fazerem otimizações detalhadas para garantir um bom desempenho e qualidade. Com isso, títulos exigentes, como Cyberpunk 2077, podem rodar de forma mais estável e fluida no Switch 2 do que em dispositivos como o Steam Deck, mesmo que tenham um hardware mais potente. Em outras palavras, o poder bruto dos concorrentes muitas vezes não supera as otimizações específicas que podem ser feitas para o Switch 2.

Jogos e lojas virtuais

Mas e se um jogo não rodar de forma satisfatória no Switch 2? Ou, pior ainda, e se simplesmente não houver interesse em portar o título para o console da Nintendo?

Mesmo que o Switch 2 seja o console mais poderoso já lançado pela Nintendo, isso não garante que ele será capaz de rodar todos os jogos AAA futuros. A indústria de jogos continua em constante evolução — ainda que em um ritmo mais lento atualmente —, e pode ser que certos títulos simplesmente não sejam lançados para o Switch 2, seja por limitações técnicas ou falta de interesse das desenvolvedoras em adaptá-los. Já no caso dos computadores portáteis, mesmo que o jogo não esteja otimizado para a plataforma, ainda é possível tentar rodá-lo e ajustar manualmente as suas configurações, adaptando desempenho e qualidade conforme a preferência do jogador.

Além de contarem com uma biblioteca de jogos muito mais ampla, os computadores portáteis oferecem acesso a diversas lojas digitais. No caso do Steam Deck, por exemplo, o Steam frequentemente promove grandes promoções, tornando os jogos muito mais acessíveis do que na Nintendo eShop. Outro ponto positivo é que, diferente do Switch 2, esses dispositivos permitem acesso gratuito a funcionalidades online, ou seja, sem a necessidade de uma assinatura paga.

Praticidade ou liberdade?

Se tem uma coisa em que o Switch 2 realmente se destaca em comparação ao Steam Deck é na praticidade. Assim como seu antecessor, o novo console da Nintendo entrega uma experiência portátil de qualidade, sendo um pouco menor, consideravelmente mais fino e também mais leve do que o Steam Deck — o que facilita levá-lo para qualquer lugar, até mesmo em uma bolsa pequena. Além disso, direto da caixa, o Switch 2 já está pronto para o multiplayer local, permitindo que cada Joy-Con seja usado separadamente para jogar com os amigos, sem necessidade de acessórios extras.

Além da praticidade física do console, jogar no Switch 2 também é mais simples e direto. Você não precisa se preocupar com ajustes complexos ou configurações detalhadas para obter um bom desempenho, pois os jogos são desenvolvidos ou portados especificamente para o hardware do console e, por isso, costumam rodar de forma estável desde o primeiro momento. Problemas de falta de compatibilidade praticamente não existem, justamente porque os títulos são adaptados com as capacidades do Switch 2 em mente.

Por outro lado, o Steam Deck e outros computadores portáteis permitem acesso a uma infinidade de ajustes e configurações, possibilitando ao usuário personalizar o desempenho e a qualidade dos jogos da forma mais confortável para jogar. Esses dispositivos também geralmente oferecem uma liberdade muito maior para modificações de software e hardware, permitindo, por exemplo, instalar jogos de diferentes lojas virtuais — como Steam, GOG e Epic Games — ou até mesmo rodar emuladores de consoles retrô com facilidade.

Em compensação, esses “portáteis” costumam apresentar alguns problemas, como uma ergonomia menos confortável, peso elevado e pouca praticidade para o transporte. Além disso, a maioria tem baterias com pouca duração, interfaces complicadas e mal otimizadas para o uso no dia a dia — com exceção do Steam Deck, que se beneficia do SteamOS —, e modos de descanso pouco confiáveis, que muitas vezes não permitem retomar o jogo exatamente de onde você parou da mesma forma que o Switch 2 faz.

Qual é o melhor?

Com todos esses pontos em consideração, surge a grande pergunta: qual é o melhor console portátil? A resposta, no entanto, não é tão simples assim.

Os computadores portáteis e o Switch 2 podem até parecer semelhantes em vários aspectos — e, em muitos casos, conseguem rodar praticamente a mesma biblioteca de jogos, com exceção dos exclusivos da Nintendo —, mas os públicos que cada um busca atingir são bem diferentes.

Para o público geral, a escolha ideal tende a ser o Switch 2, já que ele oferece uma experiência mais acessível e direta — sem a necessidade de se preocupar com configurações gráficas, ajustes manuais ou erros de compatibilidade. Já dispositivos como o Steam Deck e o ROG Ally têm um apelo mais voltado para jogadores que buscam liberdade total sobre o que jogar e como jogar. Esse público, geralmente, já possui uma biblioteca extensa no Steam e está disposto a passar por alguns passos extras para ajustar os jogos à sua maneira.

Mas, no fim das contas, não existe uma escolha certa ou errada — existe a que é ideal para você. Aquela que vai te proporcionar mais diversão, seja jogando ou explorando e personalizando o sistema. O mais importante é aproveitar ao máximo essas experiências e se divertir jogando.

Revisão: Cristiane Amarante
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Samuel Expeditto
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