Fast Fusion é a nova entrada na série Fast, uma franquia de jogos de corrida de alta velocidade com um pezinho de inspiração em F-Zero. Assim como em outros lançamentos de consoles da Nintendo, a Shin’en fez questão de que a série marcasse presença logo no primeiro dia no Switch 2. Com corridas frenéticas e algumas mudanças nas mecânicas fundamentais, o jogo impressiona com sua apresentação gráfica formidável.
Ágil e envolvente
Logo de imediato, Fast Fusion não deixa o jogador perder tempo — não só o carregamento para a tela inicial é rápido, como somos agraciados imediatamente com todas as opções de jogatina. A maior atração é o Championship Mode, a campanha principal que apresenta quatro copas com três corridas cada.
No título, guiamos carros futuristas em corridas por diferentes ambientes, controlando as altas velocidades que os veículos podem alcançar. Os controles são simples, temos quatro botões principais: o botão de aceleração, outro para o turbo, um botão para troca de cor e o botão de pulo.
Durante as corridas, é preciso prestar atenção nas várias moedas pelo caminho, já que, quando coletadas, elas alimentam a sua barra de turbo e também somam à sua quantidade de dinheiro. Utilizar seu turbo sabiamente é fundamental, afinal sua quantidade é bastante limitada e pode se esgotar rapidamente caso não haja cautela.
A troca de cor é outra mecânica importante. Durante as corridas, seu veículo estará iluminado com uma coloração laranja ou azul. Pelas pistas, há diversos painéis pelo chão com uma destas duas cores pré-determinadas. Caso o jogador ultrapasse-os com o veículo combinando com a cor mostrada, um turbo adicional é recebido. Isso adiciona uma camada extra de atenção, pois muitas vezes o jogo coloca vários painéis consecutivos que alternam entre as cores, exigindo reações frenéticas para um melhor aproveitamento da velocidade adicional recebida.
A maior novidade perante os jogos anteriores, entretanto, é a introdução do pulo. Você deve utilizá-lo para atravessar abismos comuns pelas pistas, resgatar moedas que ficam flutuando nos ares ou alcançar certos caminhos alternativos. É uma habilidade versátil que requer um pouco de precisão em sua utilização, uma vez que um pulo errado pode causar explosão total do veículo e um atrapalho no desempenho pela corrida.
As quatro copas do Championship Mode envolvem corridas em que dominar estas mecânicas é importante. Há três opções de dificuldade — fácil, média e difícil — e, inicialmente, somente a primeira opção estará habilitada, exigindo que todas as opções sejam completadas em ordem. Como o título não é muito fácil, principalmente para jogadores novos, a curva de aprendizado acaba sendo necessária para as dificuldades maiores e é uma decisão acertada.
É hora da fusão
A fim de se diferenciar de seus antecessores, Fast Fusion traz uma novidade que estampa o título do jogo: a mecânica de fusão. Você pode fundir dois veículos de sua escolha e criar um novo carro a partir dele, alternando seu visual e atributos, como velocidade total e aceleração.
Embora esteja em destaque, a opção é bem simples. Para realizar a fusão, você deve gastar uma certa quantia de dinheiro, o mesmo necessário para também comprar novos carros, e há uma classificação que aponta se o resultado da fusão é recomendado ou não — por exemplo, uma fusão de Rank C não contém atributos tão bons como uma de Rank B.
Ao participar das corridas, a atenção ao dinheiro coletado é importante também porque todo o conteúdo de Fast Fusion é desbloqueado por este método. As copas do Championship Mode, por exemplo, exigem uma certa quantia de moedas e, a certo ponto, esses requerimentos podem dar um aspecto de grinding repetitivo, principalmente quando nos deparamos com desbloqueáveis que exigem quantias mais altas.
Por sorte, há muitas maneiras de acumular os valores necessários. Não só as corridas do modo principal entregam ao jogador um valor adicional de acordo com seu desempenho, como os outros modos também utilizam o dinheiro fictício como recompensa.
Super Hero Mode é um destes modos e uma opção de jogatina que bebe muito de F-Zero. Aqui as regras das partidas mudam um pouco: sua barra de turbo inicia cheia, além de funcionar como um contador de seu escudo, e é essencial que seu carro não exploda, caso contrário é fim de jogo. É um modo que consegue improvisar bem dentro das regras principais e trazer mais variedade a Fast Fusion, principalmente aos fãs saudosos da franquia da Nintendo — mas faltou uma opção de correr por corridas consecutivas dentro dele.
Visuais de cair o queixo
Fast Fusion também se destaca por sua apresentação visual. O jogo impressiona, com cenários e elementos de imagem nítida, sem serrilhados aparentes. Há uma enorme gama de opções gráficas, que incluem:
- Modo performance: tanto no modo portátil quanto no modo TV, o título chega a 60 quadros por segundo, com HDR, resolução a 1080p e sombras dinâmicas;
- Modo equilibrado: exclusivo do modo TV, possui as mesmas configurações que o modo performance, com a diferença de a resolução chegar a 1440p;
- Modo qualidade: no modo TV, o título alcança 60 quadros por segundo, com suporte a HDR, a resolução em 4K e maior fidelidade de imagem às sombras. No modo portátil, o jogo alcança 30 quadros por segundo, HDR, resolução a 1080p e algumas melhoras na fidelidade gráfica;
- Modo ultra qualidade: exclusivo do modo TV, configura o jogo para alcançar 30 quadros por segundo nas corridas, HDR, resolução em 4K e gráficos de alta qualidade com sombras dinâmicas.
Na maior parte do tempo, aproveitei a jogatina nos modos performance e qualidade no modo TV, e performance no modo portátil. Considerando as altas velocidades das corridas, a fidelidade gráfica se mantém estável ao variar para os modos de resolução menores, porém a performance a 60 quadros por segundo é indispensável.
O jogo oferece visuais deslumbrantes na maioria dos modos, ricos em detalhes e que aproveitam a variedade de biomas das diferentes pistas. Em alguns poucos momentos, nos modos de resolução mais baixa, é possível notar alguns elementos pouco polidos ou visões mais borradas ao fundo, mas isso normalmente não é notável durante as corridas e pouco afeta o resultado gráfico final.
Quanto às opções multiplayer, há como jogar com amigos localmente e online, e aqui entra a melhor adição: suporte ao GameShare. Com ela, é possível jogar com apenas uma cópia (localmente) entre múltiplos Switch 2 ou até mesmo um Switch 2 e múltiplos Switch originais. Por outro lado, em um pequeno retrocesso, não há maneiras de jogar multiplayer online tradicional via matchmaking — com jogadores aleatórios pelo mundo —, diferentemente do título antecessor.
Lamentamos também a falta de uma localização para português brasileiro. Apesar de o jogo não conter muitos textos ou interações que exigem muita leitura, a falta pode ser sentida aos menos familiares com o idioma inglês, principalmente para entender coisas como, por exemplo, os tutoriais de controles dos veículos.
Uma experiência compacta e competente
Fast Fusion é um jogo que é modesto e rico ao mesmo tempo. A diversão é garantida nas corridas rápidas, com adições bem-vindas, como o pulo, que renovam a jogabilidade enquanto somos deslumbrados pelos impressionantes visuais apresentados. Apesar do conteúdo mais limitado, e da ausência de opções como matchmaking online, é uma experiência que vale a pena e nos deixa no aguardo para as futuras atualizações já prometidas pelo time de desenvolvimento, que podem enriquecer ainda mais o pacote.
Prós
- Adição do pulo enriquece a jogabilidade;
- Opções variadas de jogatina, incluindo um modo opcional inspirado em F-Zero;
- Belos visuais e performance, além de muitas opções de ajuste gráfico;
- Inclusão do GameShare.
Contras
- Ausência de modo matchmaking para multiplayer online;
- Alguns conteúdos podem requerer um pouco de grinding repetitivo para serem desbloqueados;
- Falta de localização para português brasileiro.
Fast Fusion — Switch 2 — Nota: 8.5
Revisão: Cristiane Amarante
Análise produzida com cópia digital cedida pela Shin’en








