The Legend of Zelda: Breath of the Wild - Nintendo Switch 2 Edition adapta o famoso e icônico jogo da franquia Zelda para o Nintendo Switch 2. Entre melhorias e funcionalidades inéditas, a nova versão poderia facilmente ser considerada a edição definitiva do título — se não fosse por algumas ressalvas.
Atenção: esta review tem como foco as diferenças da versão do Nintendo Switch 2 perante a do Nintendo Switch original. Você também pode conferir a nossa análise mais completa de The Legend of Zelda: Breath of the Wild.
Abra seus olhos
Breath of the Wild dispensa apresentações a esse ponto. A aventura foi responsável por renovar a estagnação da série Zelda, que, na época, vinha ocorrendo há um tempo com jogos muito similares e cada vez mais lineares. Uma das formas que obteve este resultado foi adaptando um mundo aberto ao universo de Hyrule.
Ao iniciar a campanha, imediatamente vemos Link acordando de um longo descanso e desorientado. É com a ajuda de uma voz e um artefato misterioso — chamado de Tabuleta Sheikah — que o herói consegue as primeiras orientações para sair daquele santuário e se deparar com um vasto mundo, em que montanhas preenchem o fundo do horizonte.
Logo após encontrar um senhor, também misterioso, não demora muito para que o protagonista receba suas habilidades fundamentais e as primeiras experiências com o combate. Mas é somente depois de receber um paraglider que os horizontes se abrem e podemos avançar para onde quisermos. O objetivo principal é chegar no castelo central, tomado pelas forças de Ganon, mas o caminho até lá está à mercê do jogador.
A liberdade e as mecânicas de quebra-cabeça de Breath of the Wild continuam intactas na Nintendo Switch 2 Edition. Após muitos anos, esta Hyrule continua perigosa e ainda desperta a curiosidade de quem a percorre. Nesta nova versão, porém, alguns ajustes foram adicionados para uma melhor experiência.
Uma Hyrule mais bonita
Como muitos jogos crossgen vêm recebendo, a aventura de Zelda teve seu desempenho geral ajustado para aproveitar o novo hardware do Switch 2. Aos jogadores da versão original, uma das melhorias mais perceptíveis são os tempos de carregamento: a diminuição foi tão significativa que, para algumas seções, como saídas e entradas em Santuários, é difícil ler a tempo as dicas que as telas de loading costumam mostrar.
Em termos visuais, os gráficos estão mais turbinados. A resolução aumentou para 1440p e pode chegar a 4K via upscalling no modo TV, tornando a imagem muito mais nítida, principalmente em TVs com suporte a HDR.
O desempenho agora chega a alcançar os 60 quadros por segundo — o dobro do original —, cravado todo o tempo. Meu maior teste de performance foi ao visitar uma das áreas mais prejudicadas na versão do Switch original: a Floresta Korok. Nela, a taxa de quadros apresentava constantes quedas, e este problema foi completamente resolvido com a nova edição.
É válido notar que estes upgrades também se aplicam ao modo portátil. Apesar da resolução cair para 1080p, todas as outras melhorias permanecem, como o suporte a HDR e o desempenho a 60 fps.
Anotações da Zelda
Outra novidade que vem acompanhada de Breath of the Wild - Nintendo Switch 2 Edition é a introdução do aplicativo Zelda Notes. Ele é uma aplicação que pode ser instalada junto com o Nintendo Switch 2 App e introduz algumas novas funcionalidades para o jogo — todas exclusivas do app.
Temos ferramentas de ajuda na campanha, como o “Bônus diário” e “Caixa de itens”. A primeira permite ao jogador, uma vez por dia, tentar a sorte com algum benefício aleatório a partir de uma roleta, que inclui coisas como refeições de aumento de defesa, proteção à fogo, reparo de armas, entre outros. Já a segunda, é uma funcionalidade em que é possível trocar itens úteis entre outras pessoas, e até mesmo entre jogadores de The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom.
A funcionalidade “Guia”, por sua vez, é uma utilidade para aqueles que querem completar todo o conteúdo de Breath of the Wild. Ela oferece um mapa com a localização de, praticamente, todos os elementos de Hyrule — torres, estábulos, Koroks, santuários, e por aí vai.
Com o app também é possível receber novos detalhes de história ao passar por lugares específicos na cidade. A função “Memórias” habilita novas gravações de Zelda em suas explorações nos 100 anos anteriores à trama, apresentando fatos interessantes, como quando sua equipe encontrou o Santuário da Ressurreição, e informações curiosas, como quando a princesa recusou uma bebida típica das Gerudos.
É notável que tanto estas gravações quanto o conteúdo do app e o jogo como um todo contam com tradução ao português brasileiro, embora a dublagem continue em inglês. A adição da localização veio tanto para o Switch original quanto para Switch 2 Edition, o que continua os esforços da Nintendo para adaptar seu conteúdo ao idioma tupiniquim.
Decisões estranhas
Infelizmente, apesar das adições de Zelda Notes serem interessantes, não é tão bacana que elas estejam presas a um aplicativo. Caso o jogador queira aproveitar todas as funcionalidades, ele obrigatoriamente precisará estar com seu celular ao lado em todos os momentos.
Isso é explicitamente visível na função “Memórias”, afinal ela apresenta uma espécie de radar, muito similar ao de santuários, para identificar quando uma gravação está próxima de ser encontrada. Contudo, se o aplicativo não estiver aberto, não há essa indicação e não é possível desbloqueá-la. Nenhum dos extras trazidos pelo Zelda Notes precisavam estar fora do jogo, o que deixa parecer que esta implementação existe apenas como incentivo para que mais pessoas façam download do Nintendo Switch App.
Outra decisão questionável é a não inclusão do passe de expansão, que veio após o lançamento original, na Nintendo Switch 2 Edition. Embora a versão para o novo console conte com muitas melhorias, ela ainda não é o lançamento definitivo do jogo por causa dessa omissão que obriga o consumidor a comprar o passe à parte, caso queira a experiência completa. Tal prática vai na contramão da maioria da indústria, com alguns exemplos recentes sendo o de Cyberpunk 2077, que chegou ao Switch 2 com sua DLC inclusa.
Na trave
The Legend of Zelda: Breath of the Wild - Nintendo Switch 2 Edition é a melhor forma de rejogar o clássico jogo da série. Suas melhorias visuais e de desempenho deixam a aventura mais fluída e mais deslumbrante, tanto na TV quanto na tela do portátil.
Nem todas suas melhorias são unanimidade, entretanto. O aplicativo Zelda Notes traz ferramentas adicionais úteis e interessantes, ao custo de uma implementação extremamente questionável. Por fim, a não inclusão do pacote de expansão impede que possamos chamá-la de versão definitiva e completa do jogo.
Prós
- Telas de carregamento mais rápidas;
- Melhorias de desempenho gráfico, como 60 fps, tanto no modo portátil quanto TV;
- Funcionalidades adicionais úteis e interessantes com o Zelda Notes;
- Localização para português brasileiro.
Contras
- Ausência da DLC no pacote completo;
- Decisão estranha de bloquear as funcionalidades extras para uso exclusivo no app.
The Legend of Zelda: Breath of the Wild - Nintendo Switch 2 Edition — Switch 2 — Nota: 8.0
Revisão: Alessandra Ribeiro
Análise produzida com cópia digital cedida pela Nintendo







