Análise: The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom - Nintendo Switch 2 Edition melhora ainda mais uma aventura excepcional

A nova versão de um dos maiores destaques do console híbrido apresenta incrementos técnicos notáveis.

em 23/06/2025

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom encantou e envolveu jogadores em uma jornada extensa e inesquecível. A sequência de Breath of the Wild expandiu muitas das ideias do original, como inúmeras ferramentas para enfrentar os desafios com criatividade e um mundo ainda mais denso. Agora o jogo chega ao Nintendo Switch 2 em uma versão que aprimora aspectos técnicos e inclui algumas poucas novidades, resultando em uma experiência ainda melhor, apesar de familiar.

Esta análise tem como foco as diferenças da versão do Nintendo Switch 2 em relação a do Nintendo Switch original. Para uma crítica detalhada de The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom, confira nossa análise.

Desbravando terra, ar e profundezas

Em The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom, Link e Zelda exploram ruínas misteriosas sob o Castelo de Hyrule quando uma força maligna ancestral desperta, colocando novamente o reino em perigo. Após uma nova catástrofe, Zelda desaparece e Hyrule se transforma, revelando ilhas flutuantes e um vasto mundo subterrâneo, e cabe a Link desvendar os segredos dessa ameaça para restaurar a paz.


Tears of the Kingdom expande significativamente a jogabilidade de seu antecessor com a introdução de novas habilidades que permitem maior liberdade criativa, como fundir objetos, construir veículos e manipular estruturas do ambiente. A exploração agora acontece em três níveis distintos — terra, céu e subterrâneo — com uma transição fluida entre eles, incentivando a experimentação e oferecendo desafios únicos em cada camada do mundo.


O ritmo da aventura é mais aberto e orgânico, incentivando a descoberta no próprio tempo. Hyrule em si está ainda mais densa, com atividades espalhadas por todos os cantos. Missões principais e atividades paralelas se entrelaçam de forma mais natural, com maior variedade de enigmas, combates e possibilidades de resolução. Essa abordagem valoriza a curiosidade e a improvisação, tornando a jornada envolvente e imersiva.


Dias antes do lançamento da versão para Switch 2, Tears of the Kingdom recebeu localização completa para o português do Brasil. Como de costume, a localização é cuidadosa, adaptando certos termos para a nossa realidade — pode causar um pouco de estranheza no início, mas o resultado é positivo. Com isso, uma parcela maior do público brasileiro pode aproveitar o título em sua totalidade. 

Uma jornada tecnicamente renovada

Tears of the Kingdom, assim como o seu antecessor, impressiona com a vastidão de seus cenários com topografias elaboradas e inúmeros detalhes. Porém, isso tinha um custo no Switch, que sofria para rodar o jogo: a ação se desenrolava a 30 quadros por segundo, com engasgos muito aparentes nos momentos mais densos, como a Floresta de Korok ou em batalhas com muitos inimigos. 

Isso mudou completamente na versão Switch 2. Agora o jogo roda a 60 quadros por segundo, tanto no modo portátil como acoplado na dock, trazendo fluidez sem igual à aventura, inclusive nos trechos com muitos elementos na tela. Além disso, a resolução aumentou consideravelmente, alcançando até 4k no modo dock, com suporte a HDR. Elementos gráficos, como texturas, sombras e iluminação, apresentam qualidade superior, deixando o visual mais nítido e vibrante. Com isso, explorar Hyrule está mais prazeroso do que nunca.


O mais curioso é que as melhorias técnicas deixam alguns problemas gráficos mais aparentes, como modelos simplórios de certas localidades e texturas simples. Mas o ponto negativo mais relevante é a distância de renderização limitada, que não teve melhorias em relação à versão de Switch: é fácil perceber elementos aparecendo repentinamente, como vegetação e texturas, quebrando um pouco do encanto visual. O Switch 2 tem poder de sobra para resolver isso, é uma pena que nada foi feito nesse aspecto.

Por fim, outro detalhe técnico que impacta a experiência são os tempos de carregamentos reduzidos. Ir de um lugar para o outro via viagem rápida ou adentrar templos é significativamente mais rápido, muitas vezes com transições que duram dois ou três segundos, deixando a exploração bem mais ágil.


 

Desbravando com companhia

Fora as mudanças técnicas, a nova versão oferece suporte ao Zelda Notes, um app para smartphones que complementa a experiência de Tears of the Kingdom. O aplicativo oferece diversas funções de suporte interessantes, como um guia para os conteúdos e atividades, estatísticas de jogo (com direito a um sistema de conquistas), editor de fotos e uma roleta que dá bônus diários. 

Uma função curiosa permite compartilhar itens e criações com outros jogadores por meio de QR codes. É uma opção perfeita para conseguir ingredientes ou modelos de objetos e veículos, mas a ausência de uma lista dentro do próprio app dificulta a colaboração — o jeito é procurar códigos em redes sociais ou fóruns, o que dificulta o uso.


O recurso mais notável é o Memórias. Por meio dele, ao visitar localidades específicas no jogo, desbloqueamos diálogos dublados que detalham locais ou objetos, enriquecendo a mitologia de Hyrule. Ele funciona como um radar, complementando a jogabilidade e trazendo mais um motivo para explorar o mundo novamente. O porém está na necessidade de ter o smartphone por perto aberto na função para coletar essas memórias, e, às vezes, elas são tão simples que mal vale o esforço.

No mais, as adições do Zelda Notes são notáveis e enriquecem a jornada. Porém, não entendo o motivo desses recursos terem sido implementados em um aplicativo para smartphones — essas opções seriam muito mais práticas e ágeis se tivessem presentes dentro do jogo.



Um refinamento leve, mas significativo

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom - Nintendo Switch 2 Edition eleva uma aventura já memorável a um novo patamar. As melhorias técnicas — como a fluidez a 60 quadros por segundo, resolução em 4K com HDR e tempos de carregamento quase instantâneos — tornam a exploração ainda mais prazerosa, mesmo com algumas limitações que ainda persistem. Além disso, o suporte ao Zelda Notes adiciona recursos úteis e curiosos à experiência, embora sua implementação via aplicativo externo limite seu potencial prático. 

No fim, esta nova versão mantém o charme e a densidade da jornada original, agora com refinamentos que ampliam a imersão e tornam o retorno a Hyrule mais cativante do que nunca.

Prós

  • Visuais, carregamento e taxa de quadros aprimorados tornam a experiência mais suave;
  • Localização para o português competente e bem trabalhada;
  • O aplicativo companheiro enriquece a exploração com recursos simples, mas úteis.

Contras

  • Fora as melhorias técnicas, não há novidades significativas;
  • A distância de renderização não passou por melhorias, o que incomoda em alguns momentos;
  • Os recursos do aplicativo Zelda Notes poderiam estar integrados dentro do jogo.
Análise: The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom - Nintendo Switch 2 Edition — Switch 2 — Nota: 9.0
Revisão: Beatriz Castro
Análise produzida com cópia digital cedida pela Nintendo
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Farley Santos
é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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