Análise: Donkey Kong Bananza é o retorno glorioso (e explosivo) do nosso macaco favorito

Em Donkey Kong Bananza, o herói retorna no Switch 2 em uma aventura subterrânea repleta de ação, bananas e muitos desafios.

em 16/07/2025

Desde o Nintendo 64, Donkey Kong em 3D não vê a luz do sol. De lá para cá, tivemos Donkey Kong Country: Tropical Freeze e Donkey Kong Country Returns HD relançados para o Nintendo Switch, mas ambos seguem o estilo 2D, como os clássicos do Super Nintendo. Agora, aproveitando o novo sistema, a Nintendo finalmente traz esse lançamento tão aguardado com força total: Donkey Kong Bananza está entre nós!

Antes tarde do que nunca

Nosso querido macaco está de volta e com visual renovado, mais próximo do estilo visto no filme (Super Mario Bros. O filme) e se afastando da estética do estúdio Rare. Kong esbanja carisma, seja nas expressões ou nas danças espalhafatosas. O jogo foi inicialmente apresentado no Direct do Nintendo Switch 2 como o segundo grande título (o primeiro foi Mario Kart World), mas a Big N não revelou muito, deixando os fãs curiosos.

Em junho, porém, um Direct focado em Bananza trouxe uma enxurrada de informações em apenas quinze minutos — o suficiente para deixar a comunidade em polvorosa! Antes, tudo o que sabíamos era que DK procurava bananas chamadas Banândio enquanto destruía o cenário, enfrentava vilões e interagia com uma pedrinha roxa… que agora sabemos ser ninguém menos que Pauline!

Viagem ao núcleo da terra

A história começa quando DK descobre que a Ilha Lingote está sofrendo com o roubo de suas valiosas bananas Banândio por uma equipe de macacos vilões. Decidido a investigar, Donkey parte rumo à subcamada chamada Gruta da Ilha Lingote, onde um misterioso objeto roxo cai do céu. Curioso, ele o encontra e, ao tocar a pedra, ela revela-se viva e pede ajuda. A partir daí, a jornada começa para valer.

Com a ajuda de um ser ancião, DK descobre que a tal pedra roxa possui poderes especiais e está conectada ao poder Bananza — revelando a forma da carismática Pauline. A jovem é convencida a cantar, despertando uma transformação em DK e iniciando uma aventura épica rumo ao núcleo da Terra. O objetivo? Recuperar as bananas roubadas, ajudar Pauline a voltar à superfície e enfrentar a equipe vilã Void, que espalha caos por todos os reinos subterrâneos.

Exploração, escavação e colecionáveis

A jornada se desenrola por camadas diferentes da Terra — lembra bastante os reinos de Super Mario Odyssey. A palavra‑chave aqui é exploração! Você vai quebrar quase tudo ao redor em busca dos preciosos Banândios — fósseis exclusivos de cada região, além de roupas estilosas para DK e Pauline, e upgrades que aumentam a vida, a defesa e a energia Bananza.

Destruir os cenários não só é extremamente prazeroso, como também é um dos pilares da exploração: vasculhar cada canto é essencial para evoluir o personagem e avançar no jogo. Além disso, algumas partes do cenário exigem o uso das transformações — para atravessar certos materiais. Arrancar um material específico do chão para quebrar paredes mais resistentes com o tipo certo de material explosivo. Em outras situações, a parede simplesmente não pode ser destruída de frente, então é preciso dar a volta, destruindo uma parede próxima para encontrar o caminho certo.

A quebra dos cenários, além de divertida, está completamente integrada ao level design e à progressão — é parte do objetivo, não apenas um extra divertido. Em outras situações é necessário jogar um material mais maleável que colam e você monta uma plataforma para chegar a certos lugares. Eu usei outras abordagens, já que achei essa um pouco complicada. É um ponto positivo o jogo permitir que o jogador use sua criatividade para resolver seus desafios.

Eu praticamente reduzi tudo a escombros atrás desses itens — onde também aparecem baús aleatórios com mapas que revelam onde estão as bananas e os fósseis. E, para evoluir, você precisa coletar: a cada cinco Banândios, ganha um ponto de habilidade.

A árvore de habilidades é ampla e bem construída, oferecendo upgrades estratégicos e poderes novos para DK. Em vários momentos, fiquei naquela dúvida boa: “invisto num upgrade que já tenho ou libero algo completamente novo?” — o sistema realmente prende!

E os ambientes… cada camada tem sua identidade própria:
  • Florestas densas com rios de veneno;
  • Desertos de areia e cristais;
  • Cidades congeladas com rios de lava que são chocolate com granulados;
  • Praias paradisíacas cheias de frutas gigantes quadradas;
  • Cânions exuberantes com torres no formato de girafas; entre outros
São muitas camadas para explorar, tudo muito bem construído e visualmente deslumbrante. Parei várias vezes só pra admirar os cenários — a direção de arte é excelente e não decepciona em nenhum momento, seja nos personagens, cenários ou ambientes.

Além disso, há uma variedade de desafios: provas de tempo, batalhas, puzzles, trilhos de mineração no estilo Country, entre outros. Alguns são realmente desafiadores, outros nem tanto — esse desbalanceamento me incomodou um pouco. Cada camada principal ainda traz subcamadas com ainda mais colecionáveis. Completar 100% de cada uma delas me levou bastante tempo e ainda assim me deparei com pequenas quedas de fps, e performance caindo sensivelmente em momentos pontuais. Tem um desafio de destruição em massa de ouro com muitas partículas e explosões que aconteciam de uma vez, mas nada que comprometesse — no final do jogo há várias quedas de desempenho, principalmente no último chefe, o que me atrapalhou bastante.

Os menus são intuitivos e bem visuais, os carregamentos variam entre três e cinco segundos, e o sistema de viagem rápida facilita bastante a navegação entre camadas e pontos internos.

O jogo é dublado e legendado com muito capricho, a adaptação e a voz da Pauline é bem fofa e passa realmente por uma garotinha de 13 anos. Apenas Pauline fala português — os demais personagens emitem sons — mas as interações entre ela e DK são simpáticas e encantadoras. Confesso que me senti um pouco perdido nas profundezas e precisei pausar para recuperar o rumo, mas logo lembrei que era só quebrar tudo de novo para achar o caminho pois a minha claustrofobia reclamou.

Batalhas ao som da nostalgia (e partículas por todos os lados)

Em termos de inimigos, o jogo apresenta cerca de uma dúzia com diversas variações. Apesar de visuais criativos e detalhados — texturas de pedra, metal, areia, gelo e outros materiais —, a pouca variedade me decepcionou um pouco. Ainda assim, o design é ótimo: inimigos como os Roluscoides (que se lançam contra você como bolas pesadas), os Carrapatoides (rápidos e pequenos), e os Tubaroides (minitubarões do subsolo) são criativos e carismáticos.


As batalhas são acompanhadas por uma trilha sonora que alterna entre composições originais e remixes nostálgicos da franquia. Com fones, a imersão é total. Discos de vinil podem ser coletados e tocados nas construções de descanso — estruturas para recuperar os pontos de vida e trocar suas roupas, criadas pelos simpáticos Fractons, moradores amigáveis do subsolo, que aceitam ouro como pagamento.

O ponto mais fraco do jogo, infelizmente, é o baixo nível de dificuldade. Os chefes têm visuais marcantes e lutas criativas, mas são fáceis demais. Algumas batalhas, como a de um chefe em um caldeirão, enquanto você o persegue de carrinho e precisa desviar de lasers enquanto mira explosivos, são geniais… mas duram pouco. Um aumento na vida dos chefes resolveria isso facilmente.

Transformações anciãs em evolução

Um dos maiores atrativos de Bananza são as transformações. Elas não só aumentam seu poder destrutivo, como também são essenciais para a exploração. Cada forma tem sua própria árvore de habilidades.

Essas habilidades e transformações são fundamentais, especialmente nos cenários em que você as adquire. Um ótimo exemplo é a transformação Zebra Bananza, que concede uma velocidade única necessária para correr sobre pontes finas de gelo que desabam logo após serem tocadas — tentar atravessar sem essa habilidade significa cair na hora. Já a transformação Kong Bananza é essencial para destruir paredes de concreto com força bruta, embora também seja possível usar materiais explosivos para abrir caminho — mas esses só estão disponíveis em pontos específicos do mapa, o que exige atenção e planejamento.
Inclusive, em cada camada onde você adquire uma nova transformação, há pelo menos um desafio que exige seu uso — uma forma inteligente de ensinar o jogador a dominar melhor aquela habilidade dentro do próprio fluxo da aventura.O Bananza Avestruz, por exemplo, permite planar e lançar ovos explosivos, e pode evoluir para voar por mais tempo. Já o Bananza Zebra corre sobre água, desliza em gelo fino e arremessa objetos com mais força. O uso estratégico da energia Bananza nessas formas é fundamental — e você terá que pensar bem antes de gastar seus pontos.

Extras e coop

O coop permite que um segundo jogador controle Pauline, auxiliando DK com ataques de voz poderosos. É divertido, ajuda bastante, mas é simples. O modo pode ser jogado localmente no mesmo console, via GameShare local ou online, inclusive entre Switch 2 e o Switch original.

Testei a função amiibo: os modelos comuns liberam pedras de diferentes materiais. Útil? Nem tanto. Mas o novo amiibo de DK e Pauline libera uma roupa especial da personagem baseada em aparições anteriores.

Outro extra é o DK Artist! — um modo criativo no qual você pinta objetos. Fiz um DK de madeira e uma banana de lava. É divertido, bem feito, mas provavelmente não usarei com frequência.

A fórmula de sucesso

Donkey Kong Bananza segue a fórmula de sucesso de Super Mario Odyssey, com adições bem-vindas: árvore de habilidades, customizações funcionais, transformações estratégicas e exploração intensa. Destruir tudo pela frente é libertador, as camadas são lindíssimas e variadas, os NPCs são carismáticos e as histórias de Pauline sempre valem a pena ouvir. Um detalhe importante é que as roupas adquiridas ao longo da jornada não servem apenas para mudar a aparência — elas também oferecem funcionalidades, como resistência a veneno, recuperação de vida e maior duração das transformações, sendo fundamentais para o progresso.

Fechei o jogo com cerca de 50 horas, completando tudo em cada camada, sem me sentir cansado ou entediado e ainda tem pós-game. O ponto fraco ainda é a facilidade das batalhas, mas todo o resto compensa. Bananza é obrigatório para quem tem um Switch 2.

Prós

  • Gameplay divertido;
  • Dublagem e legendas excelentes;
  • Trilha sonora nostálgica e envolvente;
  • Horas de diversão e desafios nostálgicos;
  • Cenários belíssimos;
  • Desempenho sólido na maior parte.

Contras

  • Pouca variedade de inimigos;
  • Baixo desafio nas batalhas e queda de fps na batalha final.
Donkey Kong Bananza — Switch 2 — Nota: 9.5
Revisão: Vitor Tibério
Análise produzida com cópia digital cedida pela Nintendo
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Leandro Alves
Leandro Alves é designer gráfico formado e especialista em Design Estratégico pela Unicarioca, além de UX Designer com formação pela ESPM e pela escola britânica Design Institute. Diretor Geral, Diretor Editorial e Diretor de Arte das revistas GameBlast e Nintendo Blast, iniciou sua paixão por videogames com The Legend of Zelda: A Link to the Past. Fã da Nintendo, mas sem esconder sua admiração pelo PlayStation, tem como séries favoritas Kingdom Hearts, Pokémon, Splatoon, The Last of Us, Uncharted e Xenoblade Chronicles. Está no Instagram e Twitter.
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