Análise: Kirby and the Forgotten Land Switch 2 Edition + Star Crossed World brilha como nunca

Um clássico moderno ganha sua versão definitiva com mais brilho, conteúdo e carisma.

em 27/08/2025

Kirby and the Forgotten Land foi um sucesso no Switch original — e não era para menos. Seu primeiro jogo em um mundo totalmente 3D foi feito com carinho, dedicação e muita criatividade, trazendo inimigos inéditos e uma ambientação cheia de frescor. Agora, a bolinha rosa retorna em uma versão melhorada, acompanhada de uma expansão que realmente brilha: Star Crossed World.

Forgotten Land

Enquanto curtia a tranquilidade de PopStar, Kirby presencia um fenômeno estranho no céu. Uma dimensão desconhecida surge e começa a sugar tudo ao redor, incluindo seus amigos e até inimigos. Na tentativa de resgatá-los, Kirby também é puxado pelo vórtex colossal.

Ao recobrar a consciência, descobre estar em uma terra arruinada, onde civilizações já não existem e a vegetação tomou conta. A aventura começa de verdade quando vê os Waddle Dees sendo capturados por inimigos como os Awoofy — criaturinhas que parecem fofas raposinhas, mas que escondem bastante ferocidade. Tentando salvá-los, Kirby conhece Elfilin, um misterioso ser bondoso que se torna seu companheiro de jornada, auxiliando com informações ao longo da campanha.

A missão é clara: resgatar os Waddle Dees e enfrentar as forças por trás do fenômeno. Para isso, será necessário explorar mundos variados — uma cidade engolida pela vegetação, desertos, praias paradisíacas e até vulcões em erupção. Cada área possui fases ao estilo Super Mario 3D World, com objetivos secundários que incentivam voltar nelas diversas vezes caso queira alcançar os 100%.

Além disso, há os desafios Treasure Road espalhados pelo mapa e fundamentais para coletar as Rare Stones, que terão importância mais adiante — falarei mais tarde.

O jogo também traz um pós-game mais desafiador, com versões mais difíceis das fases e chefes turbinados. Foi justamente essa parte que me conquistou mais, pois adiciona um nível de desafio que contrasta com a campanha acessível. Kirby nunca teve foco na dificuldade — e sim em exploração e diversão —, e Forgotten Land entrega isso com maestria.

Kirby, a bolinha mais poderosa de PopStar

Kirby continua com suas habilidades clássicas: sugar inimigos e objetos, devolvê-los e, claro, copiar poderes. São doze Copy Abilities, todas evoluíveis para versões mais poderosas, rápidas ou até com novas mecânicas. Minha favorita foi a Ranger, com disparos carregados que fazem diferença contra chefes.

Outra Copy bastante inusitada e poderosa é a Tornado, que em seu terceiro nível gera um furacão de nuvens densas e relâmpagos. Com ela, Kirby pode atravessar lava, água ou até abismos, tudo isso enquanto causa dano aos inimigos ao redor, mas existe um limite de tempo para permanecer nessa forma atravessando obstáculos, o que exige certo planejamento. Já a Fire concede poderes de fogo e, em seu nível máximo, além de lançar labaredas intensas, permite um curto voo em chamas, oferecendo mais mobilidade e causando dano simultaneamente.

Para evoluir as Copy, é preciso levar as Rare Stones ao ferreiro Waddle Dee da Weapon Shop. Essa é apenas uma das construções que surgem na Waddle Dee Town, cidade que cresce à medida que resgatamos os Waddle Dees. Ali, é possível comprar itens de cura no Café-Staff, lutar no Colosseum por recompensas valiosas ou até gastar moedas nas Gotcha Machines, garantindo miniaturas de personagens, inimigos e objetos. Esse sistema dá ainda mais motivos para revisitar fases.

Uma ausência que senti foi a de um menu detalhando as habilidades. Como cada Copy tem variações distintas após evoluir, uma explicação mais clara faria diferença para escolher entre mais poder ou mais velocidade, de acordo com o estilo de jogo.

Mas não é só de Copy que Kirby vive. O game introduz o Mouthful Mode, em que ele engole objetos específicos para assumir formas inusitadas, como carro, cone, tubo e até lâmpada. Essas transformações trazem novos jeitos de resolver puzzles e explorar fases, além de participarem de desafios do Treasure Road que estão entre os mais criativos e meus preferidos.

Upgrade meteórico

Forgotten Land já era visualmente lindo, com direção de arte caprichada e animações carismáticas. Porém, no Switch 1 rodava a 720p no portátil e 810p–1080p no dock, limitado a 30 FPS.

Na Switch 2 Edition, o jogo brilha ainda mais: resolução de 1080p no modo portátil e 1440p no dock, tudo rodando em 60 FPS estáveis. A nitidez no portátil impressiona e até os loadings ficaram mais rápidos. O trabalho de aprimoramento foi excelente, tornando esta versão definitiva para quem deseja jogar Kirby com o máximo de qualidade.

Atravessando as estrelas

A grande novidade da Switch 2 Edition é a expansão Star Crossed World. Após os eventos principais, um meteoro cristalino em forma de coração negro cai em uma ilha próxima. Kirby e Elfilin vão investigar e encontram os Starries, que revelam que o meteoro abriga um ser maligno de poder colossal. Para selá-lo novamente, será preciso reunir os Starries cristalizados espalhados pelos mundos.

Isso significa revisitar fases já conhecidas, mas com uma boa dose de novidade. Os cristais alteram o cenário com efeitos visuais belíssimos e abrem novos caminhos por meio das Big Starryflowers, garantindo exploração inédita. A expansão adiciona duas novas fases por mundo, inimigos mais fortes e até o temível Galactal, criado pelo próprio meteoro para caçar Kirby. Chefes retornam com novos poderes, agora corrompidos pelo cristal maligno.

Embora não traga novas Copy Abilities, a expansão compensa com novos Mouthful Modes, como a mola (que aumenta o salto e causa impacto ao cair), a engrenagem (que permite escalar paredes e que transforma Kirby em uma roda giratória devastadora.

A Waddle Dee Town também recebe melhorias: duas novas máquinas de gacha, as novas cutscenes disponíveis no cinema, músicas extras no Waddle Live! e mais desafios no Colosseum. A trilha sonora acompanha a expansão com composições épicas, que elevam a atmosfera.

Star Crossed World dura em torno de cinco horas, somando-se a cerca de quinze horas do jogo base e pós-game. Para fechar tudo em 100%, a aventura pode chegar a 25–30 horas de gameplay.

Brilhando mais do que nunca

Kirby and the Forgotten Land Switch 2 Edition + Star Crossed World é a versão definitiva de uma das aventuras mais queridas da bolinha rosa. Visual aprimorado, desempenho impecável, direção de arte encantadora, trilha sonora épica e gameplay variado tornam o pacote irresistível.

Apesar de pequenos pontos negativos — inimigos pouco desafiadores, a falta de um menu explicativo para as Copys e novas Copys —, o jogo transborda carisma, conteúdo e criatividade. Kirby, Elfilin e os Waddle Dees estão mais brilhantes do que nunca.

Prós

  • Visual ainda mais bonito no Switch 2, com resolução superior e 60 FPS estáveis;
  • Direção de arte impecável, com mundos variados e muito carisma;
  • Gameplay acessível e divertido, com boas doses de exploração;
  • Evolução das Copy Abilities traz variedade estratégica;
  • Mouthful Mode criativo, com transformações únicas e divertidas;
  • Pós-game mais desafiador, garantindo longevidade;
  • Star Crossed World adiciona fases inéditas, inimigos mais fortes e novos Mouthful Modes;
  • Waddle Dee Town expandida, com novos modos e colecionáveis; 
  • Trilha sonora épica que complementa perfeitamente a aventura.

Contras

  • Dificuldade baixa na campanha principal pode decepcionar quem busca desafio;
  • Ausência de novas Copy Abilities na expansão;
  • Falta de um menu explicativo para as Copys e suas evoluções.
Kirby and the Forgotten Land Switch 2 Edition + Star Crossed World — Switch — Nota: 9.5
Revisão: Beatriz Castro
Análise produzida com cópia digital cedida pela Nintendo 
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Leandro Alves
Leandro Alves é designer gráfico formado e especialista em Design Estratégico pela Unicarioca, além de UX Designer com formação pela ESPM e pela escola britânica Design Institute. Diretor Geral, Diretor Editorial e Diretor de Arte das revistas GameBlast e Nintendo Blast, iniciou sua paixão por videogames com The Legend of Zelda: A Link to the Past. Fã da Nintendo, mas sem esconder sua admiração pelo PlayStation, tem como séries favoritas Kingdom Hearts, Pokémon, Splatoon, The Last of Us, Uncharted e Xenoblade Chronicles. Está no Instagram e Twitter.
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