Impressões: Mina the Hollower tem tudo para ser o próximo grande clássico da Yacht Club Games

Testamos o novo título da desenvolvedora dos jogos da série Shovel Knight.

em 09/08/2025

Anunciado em fevereiro de 2022 pela desenvolvedora independente Yacht Club Games, Mina the Hollower teve sua data de lançamento oficial (31 de outubro) divulgada na apresentação Indie World desta semana, além da confirmação de que o jogo estará disponível para Nintendo Switch e Nintendo Switch 2. No mesmo dia, uma demo do jogo foi disponibilizada para download na eShop. Hoje compartilhamos nossas primeiras impressões sobre o título estrelado pela ratinha Mina, que já mostra ter seu próprio brilho e propõe um ótimo caminho para a desenvolvedora após o grande sucesso da franquia Shovel Knight.

Mina, a Escavadora

Apesar de curta, a demonstração mostra muito bem os fundamentos básicos da aventura, como mecânicas de movimentação e combate, além de introduzir alguns personagens e a história principal do jogo. A bordo de um navio, a ratinha Mina recebe uma carta com um pedido de ajuda do Delegado da cidade de Ossex, na Ilha Tenebrosa. De acordo com a carta, dez anos atrás, Mina desenvolveu os Geradores de Centelha, que trouxeram prosperidade à cidade. Agora, os geradores estão apresentando problemas que vão além de meras falhas técnicas, e cabe à ratinha restaurá-los.


A premissa é simples, e logo de cara já assumimos o controle da protagonista. Em pouco tempo, o navio é atacado por uma criatura marinha, a tripulação é jogada para fora da embarcação e colidimos na encosta da Ilha Tenebrosa. Tudo indica que esse é o início da versão final do jogo, a julgar pela introdução. Confesso que, no começo, fiquei um pouco confuso com a quantidade de termos inusitados usados pelos personagens, até perceber que a demo podia ser jogada em português brasileiro — mesmo esse sendo o idioma do meu console, o jogo estava em inglês. Fica a dica!

Influências clássicas

Impossível não perceber, logo de cara, as influências de títulos pioneiros como o primeiro The Legend of Zelda em Mina the Hollower: as inspirações vão da clássica vista top-down até o combate simplificado e alguns elementos básicos típicos de RPGs, como explicarei mais à frente. O resultado é uma releitura moderna, contando com uma movimentação bem mais livre e ágil.


O visual, por sinal, não deixa nem um pouco a desejar. Assim como Shovel Knight, o título conta com uma direção de arte em 8-bits, especificamente inspirada no estilo do Game Boy Color (como a própria desenvolvedora escreve na página do jogo). A trilha sonora, então, nem se fala: digna dos clássicos, e já se percebe que está no mesmo patamar das composições dos títulos do cavaleiro da pá.

A demonstração do (grande) potencial do título

Finalizei a demo em cerca de uma hora; nela, somos apresentados à história principal, desbravamos o que parece ser o primeiro “nível” do título e enfrentamos dois chefões. Após a luta com o segundo, a demonstração é encerrada, mostrando algumas estatísticas do jogo. Esse pouco tempo é suficiente para se observar dois grandes destaques de Mina the Hollower: exploração e combate.


Logo de início, podemos escolher entre três armas principais para usar em combate. Eu escolhi o Malho Destruidor, marreta com ataque explosivo, mas há opções para combate à distância ou ataques rápidos. Durante a demonstração não foi possível trocar de arma, mas acredito que no jogo completo isso seja possível, o que deve aumentar muito a variedade na gameplay, permitindo que cada jogador se adapte ao estilo que preferir.


Além da arma principal, temos armas auxiliares: aqui, coletamos machados que podem ser arremessados para ataques à longa distância. Para usá-los, porém, consumimos frascos que funcionam como mana. Há também três Ampolas de Plasma, que enchemos ao acertar inimigos e podemos utilizar para recuperar pontos de vida (uma mecânica bem semelhante aos grandes jogos soulslike).


O combate é intuitivo e simples, mas os inimigos se apresentam como obstáculos resistentes. Isso proporciona um grau de dificuldade que me lembrou jogos de NES e SNES (sim, eu morri várias vezes para ambos os chefões, como percebeu?), mas o grande diferencial de Mina the Hollower está no combate aliado a outro aspecto essencial: a movimentação. Mina pode saltar e se enterrar na terra para desviar de inimigos e saltar mais alto. Essa movimentação (bem fluida, por sinal) enriquece muito o combate e a exploração.


E falando na exploração, os cenários são repletos de detalhes e passagens escondidas. Ao longo das telas coletamos vários tipos de ossos, que, ao que parece, funcionam tanto como a moeda do jogo quanto como pontos de experiência. Ao coletar uma determinada quantidade de ossos, podemos aumentar atributos como a saúde, ataque e defesa da ratinha escavadora. Quando morremos, podemos voltar até o inimigo que nos abateu e recuperar uma Centelha perdida. Caso isso não aconteça, na próxima morte Mina também perderá seus ossos coletados ao longo da fase (uma mecânica típica de títulos como Hollow Knight, na recuperação da alma, ou o próprio Shovel Knight, que permitia ao jogador recuperar o dinheiro perdido).

Altas expectativas para a pequena ratinha

Depois de mais de uma década com foco praticamente exclusivo em Shovel Knight, a Yacht Club Games parece ter encontrado um caminho excelente para seu próximo projeto. Como fã de carteirinha do cavaleiro da pá, a demo de Mina the Hollower me deixou ainda mais animado para o lançamento da aventura da ratinha. Não é exagero esperar nada menos que um jogo excelente da desenvolvedora, dado seu histórico.


O novo título já mostra que conta com inspirações vindas das melhores influências possíveis e um conjunto de características únicas. Com um gostinho tão breve da aventura, só nos resta aguardar para podermos aproveitar a jornada de Mina por completo.

Mina the Hollower será lançado em 31 de outubro de 2025, tanto no Nintendo Switch quanto no Nintendo Switch 2.


E você, leitor, já experimentou a demo? Quais suas expectativas para o título? Conte para a gente nos comentários.

Revisão: Vitor Tibério
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Felipe Castello
Designer gráfico de formação, é fã da Nintendo desde a infância, quando ganhou um SNES usado com Super Mario World e Donkey Kong Country. Apesar do carinho especial pela série Mario, também se diverte com Pokémon, The Legend of Zelda e Animal Crossing. Costuma jogar no (pouco) tempo livre entre os estudos e o trabalho.
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