Análise: Wild Hearts S traz uma mistura de caçadas com construções

A edição para o Switch 2 do título inspirado em Monster Hunter enfrenta problemas técnicos.

em 05/08/2025


Monster Hunter é uma das maiores franquias de sucesso da atualidade e boa parte de seu público se encontra especificamente nas plataformas Nintendo. Para aproveitar esta gama de jogadores, a Koei Tecmo traz Wild Hearts S ao Switch 2, seu título inspirado na série de caça aos monstros, lançado inicialmente em 2023, e que chega à plataforma com a promessa de algumas novidades.

O mundo é dos kemonos



Em um continente fictício inspirado no Japão, você assume o papel de um caçador misterioso que chega às terras de Azuma. Este local está atualmente repleto de desesperança devido à devastação com os avanços de criaturas ferozes conhecidas como kemonos.

Logo de início, pouco após brevemente customizar os visuais de seu personagem, você se depara com uma destas criaturas: um gigante lobo branco. Após interagir com um senhor local, a caçada ao monstro é iniciada, mas termina em derrota certa do caçador formidável.



Derrotado, o protagonista se vê numa gruta, onde um poder misterioso lhe é fornecido: a tecnologia karakuri. Munido dela, o jogador deverá avançar pelas terras de Azuma, enquanto ajuda os locais da cidade de Minato, para restaurar a prosperidade em meio ao caos provocado pelas criaturas kemono.

Vamos caçar?

Em Wild Hearts S, a trama é bem simples e direta. A maioria dos acontecimentos serve como pano de fundo para dar sustentação ao loop de jogabilidade: caçar monstros e utilizar seus materiais para então melhorar sua performance em futuras batalhas.

A cidade de Minato serve como seu hub: aqui você encontrará inúmeros NPCs que oferecerão missões secundárias e locais para construir armas ou comprar itens. É a partir dela que as caçadas normalmente se iniciam, seja seguindo os acontecimentos da história ou não.




Uma busca por um kemono funciona de forma bem similar aos jogos da série Monster Hunter: você primeiramente deverá utilizar o seu ambiente para encontrar o monstro alvo. Cada um possui seu próprio habitat natural, mas o local exato em que se encontrarão pode variar de caçada em caçada.

A criatividade dos karakuri

É nisso que entra uma das peculiaridades de Wild Hearts S: os karakuri. Com eles, o jogador pode criar construções úteis para ajudar nas preparações das buscas ou durante os confrontos. No caso de encontrar um monstro, por exemplo, a criação de uma torre de sinal em seu habitat natural pode identificar exatamente onde ele se encontra.

Os karakuri também podem auxiliar na movimentação pelo continente, seja utilizando dispositivos aéreos, tirolesas ou pequenas molas que lhe impulsionam mais adiante. A possibilidade de combinar tais equipamentos em sequência nos permite alcançar locais mais rapidamente de formas mais criativas, quase como em um jogo de plataforma.

Uma batalha em Wild Hearts S envolve vários dos elementos de Monster Hunter: você terá uma arma à sua escolha, como uma katana ou um arco e flecha, e deverá atingir os monstros tomando atenção de seus movimentos, assim como sua posição. Cada arma possui suas peculiaridades: o arco serve para atingir criaturas à distância, enquanto um canhão pode causar um dano muito maior ao custo de limitar o movimento do caçador. 




Quando comparamos à franquia irmã da Capcom, há algumas diferenças, como a possibilidade de dar uma rasteira, que funciona como uma esquiva maior, com um custo de stamina. Isso proporciona uma maior chance de correção de movimentos, o que é contrabalanceado com adversários que possuem golpes mais agressivos.

Novamente, os karakuri também servem como uma grande diferença, sendo tão importantes quanto às armas no calor da batalha. Uma simples torre de caixas, por exemplo, pode parar uma investida de um kemono e, simultaneamente, servir de um impulso aéreo para um golpe vertical. O bom uso destes dispositivos versáteis dá uma identidade própria a Wild Hearts e muda a forma como o jogador encara um combate, trazendo um aspecto de mistura entre Monster Hunter e Fortnite.

Ao abater um monstro, você coletará partes dele que poderão ser úteis para a melhora de suas armas ou criação de armaduras. Na maioria dos casos, os kemonos possuem designs interessantes, embora nem sempre bem representados com seus modelos tridimensionais. Porém, as roupas inspiradas nas criaturas pecam pelo seu aspecto visual mais genérico. Isso, pessoalmente, me desincentivou na busca por elas, senão apenas por seus melhores atributos para otimizar os resultados de abates.

Performance aquém do esperado



Durante a campanha, há a possibilidade de jogar com múltiplos jogadores para realizar caçadas em conjunto, um chamariz também comum de sua franquia gêmea. Uma das novidades da versão do Switch 2, inclusive, é a possibilidade de jogar com até quatro jogadores simultâneos, seja pela função de SOS ou criando uma sala privada.

Aqui um problema desta edição surge: como Wild Hearts S é efetivamente uma versão à parte, publicada diretamente pela Koei Tecmo em vez da EA, não há qualquer crossplay com jogadores da edição anterior em outras plataformas, nem mesmo suporte ao GameShare. Isso imediatamente escala a base de players para um número consideravelmente menor, e dá menos oportunidades de campanhas cooperativas entre amigos.



Em termos técnicos, o online funciona consideravelmente bem. Os gráficos, no entanto, apresentam um resultado misto: o jogo tenta manter a taxa a 60 quadros por segundo, mas possui uma performance altamente instável, com muitas quedas mesmo no modo TV. Elas podem ocorrer durante batalhas mais intensas, ou simplesmente ao andar em alguns lugares específicos de Minato. Há também uma quantidade notável de texturas de baixa qualidade, que dão uma cara de port feito às pressas.

De novidades, fora o já mencionado co-op expandido, há pouco de novo incluído nesta nova versão. O conteúdo adicionado após o lançamento oficial já vem incluído de imediato, além de haver algumas mudanças mais sutis de balanceamento e qualidade de vida, como tutoriais mais extensos — o que ajuda iniciantes, mas pouco impacta veteranos.

Uma alternativa modesta



Wild Hearts S serve como uma boa opção aos que esperam por uma nova experiência Monster Hunter no Switch 2. Trazendo uma jogabilidade parecida, porém que consegue se distinguir com identidade própria ao misturar elementos de construção, há várias formas de se divertir com as caçadas apresentadas. É válido notar, no entanto, que questões como a performance e os gráficos questionáveis, além da limitação da base de jogadores com a falta de crossplay, são empecilhos que impedem esta versão de atingir todo seu potencial.

Prós

  • O visual dos kemonos e do mundo é interessante;
  • Jogabilidade fluída;
  • Os karakuri servem como uma boa inovação e se destacam por sua versatilidade de combate e movimentação.

Contras

  • Performance inconstante, com alguns gráficos e texturas de baixa qualidade;
  • Visual das roupas não tão interessante quanto dos kemonos;
  • Poucas novidades em relação à edição original;
  • Falta de crossplay.
Wild Hearts S — Switch 2 — Nota: 7.0
Revisão: Cristiane Amarante
Análise produzida com cópia digital cedida pela Koei Tecmo
Siga o Blast nas Redes Sociais
Guilherme Lima
Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 4.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Você pode compartilhar este conteúdo creditando o autor e veículo original (BY-SA 4.0).