Ao longo do tempo, Mario já explorou diversas modalidades esportivas, como tênis, golfe e futebol — e todas receberam suas respectivas séries de jogos. Curiosamente, o bigodudo já estrelou dois títulos baseados em outro esporte bem famoso: o beisebol. O primeiro jogo, Mario Superstar Baseball, foi lançado no GameCube em 2005; já em 2008, no Wii, Mario retornou aos estádios em Mario Super Sluggers.
Acredite se quiser, mas esse foi o último título da “série” de beisebol do encanador. A própria Nintendo não chegou a nomeá-la oficialmente no ocidente; o que serve como norte nesse sentido é o nome que acompanha o título dos dois jogos em japonês: Super Mario Stadium. Sendo assim, hoje relembraremos o mais recente jogo da série, Mario Super Sluggers (e seu elenco gigantesco). Let's-a play ball!
Começa a história (e a partida)
Logo de início, o título já mostra a que veio: seguindo a tendência de boa parte dos jogos estrelados pelo bigodudo no GameCube e no Wii, somos apresentados à atmosfera caótica do beisebol por meio de uma cutscene bem completa. Essa introdução, por sinal, revela um dos grandes diferenciais de Mario Super Sluggers: temos um modo história, single-player, onde essas cutscenes ajudam a ambientar ainda mais os acontecimentos da trama.
O modo, aqui chamado de Challenge Mode, é bem mais completo do que se esperaria de um título esportivo: o travesso Bowser Jr. invade o Baseball Kingdom (onde se encontram os estádios selecionáveis para as partidas), anexando seu próprio estádio à ilha. Cabe a Mario e seus amigos recrutarem personagens para montar um time campeão, que seja capaz de vencer o filho do Rei dos Koopas.
É claro que ao longo da aventura o próprio Bowser dá as caras, e a história não chega a ser nada muito fora do normal. Porém, o que realmente faz o modo single-player brilhar é a forma como ele é organizado: começamos controlando Mario, andando pelos estádios e interagindo com objetos e personagens, e recrutamos novos membros por meio de missões curtas — que acabam cumprindo o papel de um tutorial bem completo.
As missões são variadas: rebater a bola numa determinada direção, impedir um home run, fazer arremessos em alturas específicas, vencer uma partida com um placar já iniciado, e por aí vai. Cada missão desbloqueia um personagem — ao todo, sem contar variações de cor (como dos Toads e Koopas), temos 40 personagens selecionáveis! Dentre eles, destacam-se os que podem ser escolhidos como capitães dos times: Mario, Peach, Yoshi, Wario, Donkey Kong, Bowser, Luigi, Daisy, Birdo, Waluigi, Diddy Kong e Bowser Jr.
Ainda no modo história, depois de recrutados, também podemos controlar Peach, Wario, Yoshi e Donkey Kong. A grande sacada é que cada capitão jogável tem habilidades específicas no modo história: Mario é o único que pode entrar em canos e Wario pode usar um ímã para mover objetos metálicos, por exemplo. Conforme progredimos, além das missões, vários puzzles envolvendo essas habilidades aparecem ao longo da aventura.
Mecânicas únicas e um elenco de respeito
Aproveitando o gancho dos personagens que podem ser capitães: nas partidas, eles são os únicos que podem usar Star Skills especiais. Esses ataques ficam disponíveis conforme uma barra de energia vai sendo preenchida aos poucos durante a partida, e quando usados, geralmente causam efeitos no estádio (como a bola de fogo de Mario, que faz os outros jogadores se queimarem ao tocá-la, ou o ciclone de Luigi, que dispersa os jogadores que tentam recuperar a bola).
Os outros personagens, que não são capitães, também usam Star Skills, mas com efeitos mais genéricos (e sem direito às cutscenes marcantes que os capitães possuem). Ah, e cada time recebe um nome diferente dependendo do capitão selecionado, bem no estilo dos grandes times de beisebol por aí, como os Yoshi Eggs, os Luigi Knights ou os Bowser Monsters.
E como todo bom jogo de Wii, claro, os controles de movimento brilharam em Mario Super Sluggers: o Wii Remote podia ser usado para simular o taco, assim como os movimentos de arremesso da bola. Aqui, na minha opinião, o movimento foi implementado da melhor forma: é simples, não exigindo movimentos muito elaborados, e bem natural, contribuindo para a agilidade na jogatina. O único uso menos intuitivo é na hora de usar itens (como cascas de banana, bombas e cascos verdes): é preciso apontar o controle para a tela e usar o cursor para mirar onde eles serão lançados.
Outra mecânica que retornou do primeiro jogo foi o sistema de “chemistry” (algo como a “química” entre os jogadores): personagens que se dão bem uns com os outros tendem a jogar melhor — os arremessos são mais rápidos, e algumas técnicas exclusivas também podem ser usadas (como o Buddy Jump, usado para defender até mesmo os poderosos home runs do adversário).
O sistema traz, curiosamente, uma certa profundidade à história da série Mario: personagens como Toad e Toadette obviamente se dão bem; Baby Mario e Yoshi também, fazendo referência à série Yoshi’s Island; Wario e Waluigi são praticamente os únicos em suas listas de conexões boas. Há inúmeras combinações, que além de revelarem detalhes interessantes das relações entre os personagens, fazem diferença no momento da montagem de cada equipe antes das partidas.
E, por sinal, o elenco de Mario Super Sluggers era, na época, o maior já visto em um jogo do bigodudo até então. Hoje, só temos mais personagens em Mario Kart 8 Deluxe e Mario Kart Tour. Em Sluggers, além dos personagens mais clássicos, temos escolhas bem curiosas: Toadsworth (o idoso conselheiro da princesa Peach), Tiny Kong (irmã de Dixie Kong), King K. Rool (grande vilão da série Donkey Kong), diversos Kritters (súditos de K. Rool), Piantas e Nokis (habitantes da Ilha Delfino de Super Mario Sunshine) são só alguns dos vários possíveis integrantes dos times.
Modos extras
Por fim, Mario Super Sluggers também conta com minijogos — que podem ser selecionados no menu principal — baseados nos estádios disponíveis. Piranha Panic, por exemplo, se passa no estádio Yoshi Park, e os jogadores precisam rebater bolas para atingir as plantas carnívoras que estão vindo em sua direção: vence o jogador que atingir mais plantas que os outros. Há também minijogos nos estádios desbloqueáveis, como Ghost K, que se passa no estádio Luigi’s Mansion (e não preciso nem dizer que o local se baseia no jogo homônimo do GameCube).
Alguns outros extras incluem a possibilidade de se assistir às cutscenes já vistas no Challenge Mode, desenhar o crachá do jogador (que é selecionado ao iniciar o jogo) e verificar estatísticas, como recordes nos minijogos e insígnias conquistadas ao cumprir determinados requisitos.
Por fim, o modo Toy Field retorna após ter sido introduzido em Mario Superstar Baseball: nele, os jogadores competem em um estádio repleto de botões que influenciam a quantidade de moedas de cada um. Cada time precisa conquistar moedas atingindo adversários, acertando tacadas em locais específicos ou marcando mais pontos. Há quem diga que o modo Toy Field é um grande minijogo que, por algum motivo, acabou recebendo um modo à parte…
O último jogo de beisebol do encanador
Na época de seu lançamento, Mario Super Sluggers recebeu algumas críticas mais duras e acabou tendo um desempenho pior do que seu antecessor. Alguns aspectos apontados foram a falta de profundidade nas mecânicas durante as partidas e até mesmo a falta de incentivo para se voltar ao jogo. De toda forma, percebemos que Sluggers foi uma tentativa de se aprimorar a fórmula de Superstar Baseball, trazendo ainda mais personagens e formas de se jogar, mas não conseguiu se diferenciar tanto do primeiro jogo.
Se o desempenho do título foi o único ou o principal motivo para a série Super Mario Stadium não ter retornado aos consoles da Big N em mais de 15 anos, nunca saberemos. Mas quem sabe Mario e seus amigos não voltam a correr pelas quatro bases no Switch 2? Afinal, a série Mario Strikers também não recebia um novo título desde 2007 e retornou no Switch original em 2022, com Mario Strikers: Battle League. Na minha opinião, a série de beisebol merecia, sim, uma segunda chance no novo console híbrido.
E você, leitor? Já jogou Mario Super Sluggers no Wii? Conte para a gente nos comentários.
Revisão: Cristiane Amarante














