Análise: Windswept é uma novidade nostálgica dentro do gênero plataforma

O jogo é uma carta de amor aos títulos de plataforma dos anos 1990, em especial para os fãs de longa data de Donkey Kong Country.

em 10/11/2025
Jogos de plataforma modernos acabam se dividindo entre aqueles que buscam ter uma identidade própria e outros que desejam ser uma homenagem aos clássicos que moldaram uma geração, especialmente nos anos 1990. No entanto, em ambos os casos, não há como escapar de inspirações na jogabilidade que já estão bem estabelecidas no gênero. Pensando nisso, Windswept é um caso interessante, no qual os desenvolvedores da Weatherfell não fazem questão nenhuma de esconder as referências, o que pode deixar o público que sente saudade dessa época dos videogames ainda mais interessado nesse novo jogo.


Duck Turtle Country

Se eu tivesse que fazer um resumo bem simples sobre o que é Windswept, diria que é Donkey Kong Country 2 com um pato e uma tartaruga.

Não seria uma surpresa para quem já estava acompanhando o desenvolvimento do jogo, já que na página do Kickstarter dos desenvolvedores o DKC2 está entre os jogos citados como principal inspiração para o título.

No entanto, como comentei no início da análise, a ideia nesse jogo é referenciar diretamente os títulos que os desenvolvedores tanto amam. Isso vai desde alguns estilos de fases até artes de bônus. Mas ainda existe originalidade no jogo.


A história do pato Marbles e da tartaruga Checkers é bem simples e direta. Um tornado acabou levando a duplinha para longe de casa e eles precisam trabalhar juntos para voltar. A partir daí, um simples tutorial na primeira fase te ensina os controles, e desse momento em diante o jogador está por conta própria.

Cada fase é uma descoberta

Ao todo, existem 40 fases em Windswept. E parte do que torna esse título tão interessante é ver como a progressão não deixa de apresentar conteúdos novos ao jogador.

Os comandos são realmente bem próximos de Donkey Kong Country. Marbles seria como a Dixie: leve, rápido e capaz de planar por uma curta distância. Já Checkers seria uma mistura de Donkey e Diddy, por ser menor, mas também mais forte e pesado. É possível trocar entre os membros da dupla a qualquer momento, e se um deles for derrotado, o jogador assume controle do outro personagem e pode salvar o companheiro que está preso em uma das bolhas espalhadas pela fase.

Se ambos são derrotados, a fase reinicia ou volta do último checkpoint. A dinâmica do modo multijogador é a mesma dos DKs antigos, nos quais cada jogador assume um dos personagens e vão revezando.

Apesar de parecer uma jogabilidade simples demais para dezenas de fases, o jogo apresenta novos estilos de mecânicas constantemente durante a progressão. A maioria dessas 40 fases conta com formas únicas de jogabilidade, que não se repetem, dando espaço para novas ideias e formas de surpreender positivamente o jogador a todo instante.

Isso acontece por conta do tipo de desafio das fases, que podem envolver outros animais que auxiliam a dupla, variações no terreno, temática do ambiente ou mudança no estilo de jogo, que pode envolver mais precisão ou mais velocidade, às vezes ambos, ou simplesmente que o jogador aperte apenas um botão no momento certo.

É uma pena que a trilha sonora não acompanhe a qualidade das fases, mas é um aspecto que pode ser desconsiderado sem que o jogo torne-se ruim por conta disso.

Um jogo para especialistas e iniciantes

Parte do que também definia a experiência de plataforma de jogos antigos era a dificuldade, e Windswept faz um trabalho exemplar de como ter um bom equilíbrio para agradar a jogadores experientes e novatos.

O menu de configurações traz diversas opções de modificadores de dificuldade, que busca não só trazer mais facilidade ao jogo, como um modo invencível que te deixa imune ao dano dos inimigos, mas também coloca opções que aumentam consideravelmente a escala do desafio. Um exemplo disso é “modo pacifista”, que te faz perder automaticamente caso algum inimigo seja atacado pela dupla, ou o modo em que as moedas do jogo nocauteiam os personagens.

Considerando como o jogo aumenta bastante a dificuldade a partir da quarta área, essa abordagem é benéfica para ambos os lados. Quem deseja uma ajuda para passar de uma fase mais difícil, pode ativar no menu, assim como quem quer algo ainda mais complicado pode escolher qual será seu desafio. E para quem quer se especializar nas fases, o jogo ainda conta com um cronômetro interno próprio para speedruns.

Boas-vindas de volta aos anos 1990

Apesar de eu ter comentado sobre algumas das referências aqui, nem tudo está entregue, apenas o óbvio. Existem ainda mais referências interessantes de clássicos dos anos 1990 que são muito divertidas de ver enquanto joga.

Sua arte é bem agradável e seus personagens são carismáticos. Há um bom conteúdo extra com recompensas interessantes para os jogadores que se dão ao trabalho de coletar todos os itens, como fases e minigames secretos.

Windswept faz um ótimo trabalho entregando um jogo divertido de plataforma 2D que não tem medo de declarar seu amor pelos jogos que o inspiraram, ao mesmo tempo que não se deixa levar por simples nostalgia.

Prós

  • Marbles e Checkers possuem estilos de jogabilidade únicos com combinações interessantes;
  • Boa variedade de mecânicas nas fases;
  • Movimentação bem responsiva, evitando erros que estejam fora do controle do jogador;
  • Várias modificações de acessibilidade nos menus que servem tanto para facilitar quanto para aumentar o desafio do jogo;
  • Boas recompensas pelos coletáveis das fases.

Contras

  • Salto de dificuldade muito grande a partir da quarta área;
  • Trilha sonora esquecível.
Windswept — Switch/PC/PS4/PS5/XBO/XSX — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: Switch

Revisão: Vitor Tibério
Análise feita com cópia digital cedida pela Top Hat Studios
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Lucas Henrique
Redator e tradutor, sempre planejando escrever sobre algo (mesmo que seja só um rascunho). Acima disso, apenas a paixão por videogames e as várias formas que essa mídia conta histórias.
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