Análise: Master Lemon: The Quest for Iceland é uma lição sobre a brevidade da vida com uma gameplay leve e rápida

O game aborda temas como sonhos, medo, autoconfiança e autoconhecimento.

em 07/12/2025

Sabe aquelas séries ou livros que, quando você termina, te fazem encarar a própria vida e questionar o que você tem feito com ela até agora? Master Lemon: The Quest for Iceland é exatamente esse tipo de experiência.


Um jogo indie brasileiro que, durante toda a narrativa, nos lembra o quanto a vida é breve demais para ser desperdiçada longe dos nossos sonhos. Com uma gameplay leve, puzzles simples e um visual em pixel art cheio de personalidade, Master Lemon: The Quest for Iceland entrega uma mensagem tocante — daquelas que realmente ficam com você depois dos créditos.

Mais do que um jogo, Master Lemon é uma homenagem — uma homenagem sincera e emocionante a André Lima, cuja história inspirou Limão, o protagonista que sonha em se tornar um mestre poliglota.

Uma história cativante

A história acompanha Limão, um poliglota apaixonado pela Islândia. Desde pequeno, ele admirava os vikings e sonhava em aprender a língua deles. Mas no dia de embarcar para a Islândia, Limão é transportado para as Ilhas Bashir, onde criaturas parecidas com elfos perderam as suas memórias por causa de uma escuridão que tomou conta da Árvore das Línguas.

É aí que Limão descobre seu poder especial: a Ljósta (Iluminar), habilidade capaz de dissipar a escuridão e recuperar palavras perdidas. Para salvar as ilhas e restaurar as lembranças dos habitantes, Limão — que consegue iluminar essa escuridão por meio do seu conhecimento linguístico — parte em uma jornada para entender o que está realmente acontecendo.

As palavras têm poder

O jogo brinca muito bem com idiomas e culturas. Conforme você purifica a escuridão, novas palavras (e seus significados) surgem, incluindo termos que só existem em determinados idiomas — como o famoso “saudade”. Aqui, as palavras são poderosas e influenciam diretamente no gameplay.

Outra mecânica divertida é a possibilidade de fazer “gambiarras” — bem brasileiro mesmo. Você pode combinar itens e criar novas ferramentas, algo que ajuda muito na progressão e até na busca pelo 100% do jogo. Existe também uma mecânica de desmanche, mas ela é usada apenas uma única vez e depois é praticamente esquecida.

Ao longo da jornada, é possível encontrar 124 relíquias, que funcionam como pequenos Easter Eggs da vida de Limão. Além disso, há várias missões secundárias, o que torna o conteúdo surpreendentemente rico para um jogo curto. A campanha dura cerca de quatro horas, mas quem quiser completar tudo deve investir algo em torno de sete horas. Porém, não temos um grande incentivo para você fazer 100% do jogo, poderia ter mais puzzles ou mecânicas mais aprofundadas.

Também encontrei um pequeno problema logo no começo. Em um trecho, é preciso construir uma jangada para atravessar uma ponte quebrada. O jogo simplesmente não me dava a opção de posicionar a jangada — a interação não aparecia. Tive que reiniciar o jogo. Não foi nada que estragasse muito a experiência, mas é algo que pode ser corrigido em futuras atualizações.

Pixel art encantadora, trilha sonora acolhedora e dublagem brasileira!

O visual do jogo é um show à parte. A pixel art é rica em detalhes, cheia de personalidade e com cenários que parecem saídos de uma animação. A trilha sonora acompanha perfeitamente cada momento: calma quando precisa e emocional nos pontos certos.

E aqui vai um grande destaque: Master Lemon: The Quest for Iceland tem dublagem em português do Brasil! Isso mesmo — um jogo indie brasileiro com dublagem completa em PT-BR, algo que muitas empresas grandes nem fazem (sim, Game Freak, estou olhando para você). A dublagem é excelente e dá ainda mais vida ao jogo.

Uma experiência emocional

Master Lemon: The Quest for Iceland é um jogo indie em pixel art que lembra bastante To The Moon. Quem já jogou sabe que o foco é totalmente na narrativa — e aqui não é diferente. Baseado em uma história real, o game entrega uma lição emocionante sobre como a vida é curta e a importância de seguir os nossos sonhos, buscando aquilo que realmente nos faz felizes.

Com um visual delicado, trilha sonora calma e envolvente, puzzles simples mas satisfatórios, Master Lemon: The Quest for Iceland é um jogo bonito, emocionante, cumpre o que promete e é perfeito para quem ama uma boa história.


Prós:

  • Narrativa tocante e baseada em uma história real;
  • Visual em pixel art com muita personalidade e uma gameplay leve, rápida e acessível;
  • Mecânica criativa envolvendo idiomas e culturas;
  • Dublagem em português do Brasil.

Contras:

  • Mecânica de desmanche usada apenas uma vez e sem aproveitamento;
  • Pequeno bug no início ao tentar posicionar a jangada;
  • Sem grandes incentivos para completar 100% do jogo.
Master Lemon: The Quest for Iceland — Switch/PC/PS4/PS5/XSX — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Cristiane Amarante
Análise produzida com cópia digital cedida pela Pepita Digital
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Renzo Raizer
Um entusiasta do universo Nintendo, com especial interesse pelas franquias Pokémon, Mario e The Legend of Zelda. No Nintendo Blast, compartilha notícias, análises, opiniões e curiosidades com um olhar dedicado ao público nintendista, sempre buscando unir informação e paixão pelo mundo dos games.
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