Análise: Pokémon Legends: Z-A Mega Dimension oferece um conteúdo doce, mas enjoativo

É divertido, tem boas ideias e muitos Pokémon, mas o preço alto faz o donut pesar mais no bolso do que no jogo.

em 17/12/2025

No dia em que o DLC Mega Dimension de Pokémon Legends: Z-A foi anunciado, ele rapidamente virou assunto tanto na comunidade gamer quanto entre os fãs da franquia. Muitos acreditavam que este conteúdo seria apenas um pós-game estendido, sem grandes novidades. Mas já adianto um spoiler desta análise: este DLC é algo que todo fã de Pokémon vai amar. Agora, se você é apenas um jogador ocasional, talvez ele não seja tão essencial assim. Mas sem mais delongas, vamos à análise.


A fusão de Lumiose e o surgimento dos portais

A nova parte do jogo nos apresenta Ansha e seu parceiro Hoopa, o Pokémon mítico capaz de abrir portais pelo Hyperspace. Ela surge pedindo ajuda para preparar alguns donuts e, como bons membros do Team MZ, não recusamos um pedido sincero. Após ajudarmos Ansha, ela oferece um donut ao Hoopa, que imediatamente ativa seus poderes e abre um portal para o Hyperspace.

A reação do Team MZ é de pura surpresa — e é aí que descobrimos as verdadeiras intenções de Ansha. Ela deseja explorar o Hyperspace novamente para reencontrar um Pokémon Lendário que encontrou da primeira vez que entrou lá com Hoopa. Seu objetivo é capturá-lo e entregá-lo à mãe, como forma de ajudá-la. E quem é a mãe dela? Isso eu deixo para você descobrir durante a aventura.


Com a abertura do primeiro Hyperspace, outros portais começam a surgir por Lumiose, e a Hyperspace Lumiose passa a se fundir com a Lumiose original. Para evitar que essa fusão aconteça e acabe gerando pânico na cidade, o Team MZ, junto do Rust Syndicate, Quasartico Inc. e Korrina, inicia uma investigação sobre esses portais para impedir que a situação saia do controle.

Criação de donuts e o Hyperspace

A nova mecânica de criação de donuts é bem interessante. Você precisa prepará-los usando Berries, mas não pode usar qualquer uma. Quer dizer, até é possível usar as Berries encontradas na cidade, porém elas não entregam o resultado ideal. Para isso, precisamos obter as Hyper Berries. Para acessar o Hyperspace, é necessário consumir calorias — e quanto mais calorias um donut fornecer, mais tempo teremos para explorar o Hyperspace. Por isso, ao criá-los, é importante prestar atenção tanto na quantidade de calorias quanto no Level Boost que eles geram.


Como vimos no trailer, pela primeira vez na história dos jogos de Pokémon podemos encontrar criaturas acima do nível 100, chegando até o nível 200 no DLC. Cada Hyperspace possui uma classificação por estrelas: quanto mais estrelas, maior a dificuldade e maior o nível dos Pokémon que aparecem. Existem três tipos principais: Hyperspace Wild Zones, Hyperspace Battle Zones e algumas Hyperspaces especiais ligadas a missões secundárias, classificadas como “Unknown”.

Nas Hyperspace Wild Zones, podemos capturar Pokémon. Já nas Hyperspace Battle Zones, enfrentamos treinadores. Em ambos os tipos de Hyperspace precisamos completar as missões que surgem para aumentar o nosso nível de Hyperspace Research. As missões são variadas: capturar Pokémon, coletar itens espalhados pelo chão, quebrar pokébolas flutuantes — que, aliás, oferecem ótimos itens. Conforme vamos completando as tarefas, conseguimos avançar na história do DLC.


Um problema dessas Hyperspace Zones é que elas se tornam repetitivas. O tamanho até varia — algo que o próprio mapa indica —, mas a estrutura geral é quase sempre a mesma. Além disso, o visual em preto e branco deixa as áreas um pouco sem graça; pessoalmente, achei esteticamente fraco. Não chega a comprometer a diversão, mas faltou variedade para tornar a exploração mais interessante.

Expansão da Pokédex e novas Megaevoluções

Nas novas Wild Zones é possível capturar Pokémon que não estão presentes no jogo base. Ao todo, são 132 novos monstrinhos, que entram diretamente na nova Pokédex. Com isso, também recebemos novas Mable’s Tasks, então, se você já estava cansado de buscar as mil batalhas, agora finalmente poderá conseguir o Shiny Charm de forma mais tranquila.

E não para por aí: temos novas Megaevoluções! E não apenas novas, mas também o retorno de Megas antigas que não estavam no jogo base, como as Megaevoluções dos iniciais de Hoenn. Ao todo, são 19 novas Megas adicionadas no DLC — o que me deixa muito feliz, já que, para mim, é a melhor mecânica que a franquia já criou. O DLC também traz de volta as batalhas de Rogue Mega Evolution, e aqui temos uma diferença importante em relação ao jogo base: após derrotá-las, não só recebemos a Mega Stone correspondente, como também podemos capturar o Pokémon.


Assim como em outros jogos e DLCs da franquia, os Pokémon Lendários retornam — e desta vez uma grande parte deles são Pokémon Míticos, o que é excelente, já que muitos só podiam ser obtidos por meio de eventos no passado. Um bom exemplo é o Volcanion: pessoalmente, eu nunca consegui um oficialmente, então agora finalmente tenho a chance de completar a Pokédex.

O grande donut da verdade

No geral, o DLC de Pokémon é bom. Ele oferece um conteúdo adicional sólido e acrescenta muitos novos Pokémon ao jogo. A mecânica de criar Donuts para obter diferentes bônus é divertida, e explorar o Hyperspace em busca de itens — e principalmente Pokémon — é muito bacana. Sem contar a adição de vários lendários e míticos que finalmente ficam acessíveis. Para os fãs da franquia, este novo conteúdo entrega uma experiência bem interessante.

Agora, afastando-se do meu lado fã e falando de forma mais objetiva: o DLC não vale o preço cobrado. Se ele tivesse um valor mais próximo do que vimos no DLC de Donkey Kong Bananza, aí sim estaria mais alinhado ao que realmente oferece. Mas, com o preço atual, a relação custo-benefício não se sustenta. Por isso, como mencionei no início, para fãs de Pokémon até pode fazer sentido — mesmo eu não concordando totalmente. Já para o jogador mais ocasional, eu só recomendaria se você realmente estiver com muita vontade de jogar. Se você se divertiu bastante com o conteúdo do jogo base, então compre, jogue e divirta-se.


Prós:

  • Mecânica de criação de donuts divertida e integrada ao gameplay;
  • Pokémon acima do nível 100 pela primeira vez, chegando ao nível 200, aumentando a dificuldade do jogo;
  • Novos Pokémon adicionados à Pokédex e novas Megaevoluções, incluindo Megas clássicas de Hoenn;
  • Novas Mable’s Tasks facilitam a obtenção do Shiny Charm;
  • Retorno da Rogue Mega Evolution, agora com possibilidade de capturar o Pokémon derrotado;
  • Adição de vários Pokémon Lendários e Míticos antes exclusivos de eventos.

Contras: 

  • Hyperspace Zones repetitivas e pouco variadas, o visual em preto e branco deixa as áreas esteticamente fracas;
  • Com o preço do DLC considerado alto para o conteúdo oferecido, a relação custo-benefício não compensa para jogadores ocasionais;
  • Algumas atividades podem se tornar cansativas com o tempo;
Pokémon Legends: Z-A Mega Dimension — Switch/Switch 2 — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: Switch 2
Revisão: Vitor Tibério
Análise produzida com cópia digital adquirida pelo redator
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Renzo Raizer
Um entusiasta do universo Nintendo, com especial interesse pelas franquias Pokémon, Mario e The Legend of Zelda. No Nintendo Blast, compartilha notícias, análises, opiniões e curiosidades com um olhar dedicado ao público nintendista, sempre buscando unir informação e paixão pelo mundo dos games.
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