Blast from the Trash

Blast from the Trash: Rampage World Tour (N64)

Sabe-se lá o motivo, mas eu escolhi ganhar Rampage World Tour em um dos meus aniversários quando era criança, e isso afetou completamente ... (por Fábio Garcia em 10/03/2013, via Nintendo Blast)

Sabe-se lá o motivo, mas eu escolhi ganhar Rampage World Tour em um dos meus aniversários quando era criança, e isso afetou completamente a minha personalidade, me tornando alguém amargurado e sem esperanças no futuro. Tudo isso por causa de um jogo péssimo que é uma continuação tardia de um arcade de 1986 produzido pela Midway. Quer saber o que esse jogo tem de tão ruim e traumático? Confira a matéria.

City Tour da Devastação

Em Rampage World Tour (1998), você controla três monstros diferentes: George (um primo do King Kong), Lizzie (uma parente do Solek da Ilha Rá-Tim-Bum) e Ralph (um Tony Ramos gigante). Os três fugiram de um acidente em um laboratório, e sem qualquer razão aparente saem destruindo cidades bidimensionais com prédios idênticos. Sempre que você inicia uma fase, um texto indica sua missão (que em 99% dos casos é destruir tudo o que aparecer pela frente).

Para destruir prédios é muito fácil, basta fazer um contrato superfaturado com uma construtora que utiliza areia barata na obra, aí em poucos anos o prédio vai ao chão e as famílias lutarão anos na justiça pelo direito de serem indenizadas. Ou então, se prefere que seja algo mais rápido, você escolhe um dos três personagens (tanto faz, eles não têm diferença na prática) e sai socando os prédios para abrir um buraco que permita sua interação com o interior dos apartamentos.


Às vezes aparece uma privada que te joga água, ou um eletrodoméstico que te dá um choque, transformando a invasão de apartamentos em uma atividade bem mais surpreendente que o “Gugu na Minha Casa”, porque pelo menos em Rampage World Tour você pode se ferrar. O monstrão também pode comer pessoas (sem malícia) que transitam na rua ou que estão dentro dos apartamentos.

Aliás, o jogo se chama “World Tour” porque os monstros rodam o mundo, certo? ERRADO! Quer dizer, na verdade você realmente viaja pelo mundo, mas as cidades são tão iguais que parece que você fica eternamente jogando em um mesmo local.

Chamem o Exército! A Marinha! O Batman!

Claro que o jogo não é simplesmente você andando por cidades e destruindo tudo sem ter nada para te impedir, não é? Na verdade, em Rampage World Tour você anda por cidades destruindo tudo, porém tendo o Exército atirando em você projéteis que tiram menos energia que um Splash de um Magikarp.

Controlando o destruidor de lares, você precisa ser rápido para destruir a cidade, ou as autoridades (num surto nunca visto antes de eficiência contra desastres) conseguem evacuar o local. Não que isso vá te afetar, porque mesmo se a cidade for toda esvaziada você avança para o próximo estágio, fazendo parecer que este game foi projetado pela sua mãe na tentativa de não te frustrar na vida.

Mas a graça é jogar com mais dois amigos... quer dizer, na teoria, porque jogar com mais duas pessoas é garantia de que quem convidou vai tomar uma porrada dos outros dois jogadores entediados. Ao final da fase, uma senhora loura em CG aparece conversando ao telefone enquanto os dados de destruição de todos os jogadores são expostos em um quadro.

Ruim até na Lua

Como se não bastasse as diversas cidades idênticas, a missão final é na Lua. Mas não pense que o satélite trará novidades significativas, porque lá é a mesmíssima coisa de antes, porém com prédios cinza e astronautas no lugar de pedestres. Depois de acabar com tudo por lá, a cientista gostosa feita em CG de baixa qualidade aparece na Lua com um foguete em formato fálico, e diminui os três monstros com um raio potente.


Se você acha que esse final é ruim é porque não sabe o fim que o jogo levou no mercado, porque ele chegou a ganhar continuações que expandiam o roteiro de viagens dos monstros para o universo e para diversas épocas. Felizmente, o último jogo da série foi um port lançado para Wii, GameCube e PlayStation 2 em 2006, e desde então nunca mais precisamos ver novamente esses monstros nas telas dos videogames.

Revisão: Lucas Oliveira

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Eu curtia esse jogo (uma das outras versões, lembro que o título era diferente). Jogava muito com o meu primo, mas era só pra dar risada mesmo. E não havia nenhuma CG nessa versão, que eu me lembre.

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