Iwata Asks

Prepare suas pokébolas e conheça os segredos de Pokémon X/Y (3DS) - Parte 01

Vamos dar uma pausa na jornada por Kalos e descobrir os segredos por trás do desenvolvimento de Pokémon X/Y . Neste Iwata Asks, eles conv... (por Bruno Seixas em 22/10/2013, via Nintendo Blast)


Vamos dar uma pausa na jornada por Kalos e descobrir os segredos por trás do desenvolvimento de Pokémon X/Y. Neste Iwata Asks, eles conversam sobre o aguardado lançamento mundial do game e também sobre a escolha do título, entre outras coisas. Além disso, iremos atualizar essa matéria com vídeos traduzidos da entrevista. Fique ligado!

Pela primeira vez na série, um lançamento mundial simultâneo!

Iwata:  Estamos lançando os dois jogos simultaneamente pelo mundo pela primeira vez na série, algo que queríamos fazer há muito tempo. Como você se sente em relação a isso, Ishihara?

Ishihara:  Esse tem sido nosso objetivo por anos, então é uma sensação inexplicável. Porém, quando o desenvolvimento começou, pensei que isso seria algo impossível! (risos)

Iwata:  Mesmo sendo ideia sua, você achou que não daria certo. (risos)

Masuda:  Eu também me questionei sobre isso.

Iwata:  Você também?! (risos)

Masuda:  Pois é! (risos)

Iwata:  Bom, para falar a verdade, eu também me preocupei com isso. (risos)

Todos:  (risos)

Iwata:  Quando minha equipe me falou sobre isso, não consegui evitar de perguntar: “O quê? Vamos realmente fazer isso?”

Ishihara:  Mas conforme o desenvolvimento progredia, percebi que isso era possível. Não fizemos jogos diferentes para idiomas diferentes em países diferentes. Ao invés disso, usamos uma abordagem “sete em um”. Em outras palavras, colocamos os sete idiomas, japonês, inglês, francês, etc., em um único software. O jogador escolhe qual idioma prefere. Quando o desenvolvimento terminou, eu quis até me elogiar, mesmo não tendo sido eu o responsável por essa parte! (risos)

Iwata:  (risos)


Ishihara:  Mas isso foi por causa da grande sensação de sucesso. Eu fiquei extremamente feliz.

Iwata:  Eu suponho que não foi algo fácil, mas essa abordagem “sete em um” até que fazia sentido.

Ishihara:  Fazia. Até então, sempre fazíamos sete softwares diferentes, um para cada idioma, mas desta vez, precisamos fazer apenas um.

Iwata:  Como foi o reflexo disso para você, Masuda? Essa abordagem não foi extremamente complicada para um jogo Pokémon?

Masuda:  Com certeza foi.

Iwata:  Qual foi a maior dificuldade?

Masuda:  O script. Antes, nós escrevíamos em japonês, depois traduzíamos para o inglês, e só depois traduzíamos para as outras línguas, como francês e alemão. Mas agora, fomos direto do japonês para todas as outras línguas.

Iwata:  Isso com certeza foi “direto”! (risos)

Masuda:  Pois é! (risos) Já que fizemos “direto”, a tradução progrediu rapidamente.

Iwata:  E vários Pokémon novos aparecem quando temos um novo jogo. Não foi difícil escolher o nome de todos eles?

Masuda:  Ah, com certeza! A equipe tem um grupo especial para dar nome a eles e, com muito sacrifício, eles fizeram o seu melhor! (risos)

Iwata:  (risos)


Masuda:  Milhares de nomes já foram usados, então criar novos é extremamente difícil.

Iwata:  Você tem que pensar em nomes que se encaixem com cada Pokémon, por exemplo que expressem sua forma física. Além de ter certeza de não infringir nenhum direito autoral.

Masuda:  Exato. Dessa vez quisemos usar os mesmos nomes no máximo de países possível, e isso trouxe mais dificuldade ainda.  Porém, a sensação de sucesso foi incrível.

Iwata:  Aposto que vocês faziam isso (jogando um punho para cima) sempre que surgia um bom nome, que não apresentava nenhum empecilho em nenhum lugar do mundo, não é? (risos)

Masuda:  Com certeza! (risos).

Um game renovado

Iwata:  Ishihara, como foi o processo de fazer o jogo em 3D?

Ishihara:  ao transformá-lo em 3D, pude perceber claramente alguns aspectos que não havia reparado muito bem. Por exemplo, o que eu achava que era uma cauda, no fim não era, ou eu começava a dar instruções de modelagem sobre um bigode para no fim me falarem que era um chifre! (risos)

Iwata:  (risos)

Ishihara:  Pokémon sempre expressou a total diversidade do mundo animal, portanto, o processo de modelagem foi bem difícil.

Masuda:  Realmente foi.

Iwata:  Muitos jogos pelo mundo possuem vários personagens, e a maioria destes personagens é dividida em categorias, por exemplo: os personagens principais, os chefões, os sub-chefes, e os “outros”. Assim, os desenvolvedores se dedicam de maneira diferente para cada tipo de personagem.

Ishihara:  Exatamente.

Iwata:  Porém, cada jogador tem seus Pokémon favoritos no jogo. Então, é preciso se dedicar da mesma maneira para todos os diversos Pokémon.

Ishihara:  Não podemos relaxar em nenhum deles.

Iwata:  Isso deve ser uma responsabilidade imensurável para as pessoas que trabalham neles! (risos)

Masuda:  Com certeza é! (risos) Mas temos feito isso por anos, então já é basicamente um procedimento padrão.


Iwata:  Eu gostaria de perguntar sobre o nome dos jogos: Pokémon X e Pokémon Y.

Masuda:  Certo.

Iwata:  Em janeiro deste ano, quando anunciamos a transmissão do primeiro Pokémon Direct, vários rumores pairaram no ar até ele acontecer, como por exemplo: “O novo jogo vai se chamar ‘Pokémon Rainbow’?!”. (risos)

Ishihara:  Pois é, foi isso mesmo! (risos)

Iwata:  Lembro-me como se fosse ontem, como foi intensa a reação das pessoas quando anunciamos os títulos dos jogos, com várias se surpreendendo e dizendo que foi inesperado. Por que decidiram usar os nomes Pokémon X e Pokémon Y?

Masuda:  O X e o Y representam os eixos x e y.

Iwata:  X é o eixo horizontal e Y o vertical.

Masuda:  Exato. Tem pessoas no mundo com os mais diversos modos de pensar, e parece que elas vivem em dimensões diferentes. Porém, se você pensar nelas como pessoas que pensam no eixo x e pessoas que pensam no eixo y, como são verticais e horizontais, eles se encontram em algum ponto.

Iwata:  Mesmo que pensem de maneira contrária, elas concordam em certos pontos também.

Masuda:  Isso mesmo. Podemos pensar de maneira diferente, mas vivemos todos no mesmo planeta, então todos comemos, dormimos e vivemos dia após dia como todo mundo.

Iwata:  Então, o tema dessa vez é que mesmo se o idioma, a cultura e o modo de pensar for diferente, até se o ambiente a sua volta for diferente, essas coisas se encontram em algum ponto.

Masuda:  Exato. Nós pensamos nisso logo no começo e começamos a construir o mundo desses games em torno disso.

Iwata:  Mas até então, os títulos principais da série tinham a ver com cores, como Pokémon Red e Pokémon Blue, ou pedras preciosas, como Pokémon Ruby e Pokémon Sapphire. Quando vocês decidiram usar uma única letra do alfabeto neste momento, algumas pessoas da equipe não ficaram apreensivas, pensando se seria uma boa ideia?

Masuda:  Sim, ficaram.

Iwata:  Eu imaginei! (risos)

Masuda:  Consultamos várias pessoas, como por exemplo Ken Sugimori, e acabamos decidindo que esse caminho era o mais simples e fácil de entender. Embora a pronúncia da letra mude em cada país, o formato da letra é o mesmo em todo o mundo. Por exemplo, nós dizemos “ekksu” para a letra X em japonês, mas em francês se diz “ix”. Então, sendo assim, foi um uma maneira apropriada de chamar os jogos.

Iwata:  Os títulos são perfeitos para jogos que serão lançados simultaneamente pelo mundo.

Masuda:  São mesmo. E os Pokémon lendários, chamados Xerneas e Yvetal, aparecem dessa vez. Eles foram propositalmente desenhados para que suas silhuetas lembrassem a letra X e Y.


Iwata:  Você fez esse pedido para o Sugimori?

Masuda:  Fiz.

Iwata:  Eu imaginava.

Masuda:  Eles são Pokémon lendários, então você não vê eles com frequência. Porém, algumas pessoas na região de Kalos já os viram, assim, conforme eles contavam empolgados às outras pessoas o que viram, e deixavam uma tradição para elas, achamos que seria interessante se eles dissessem coisas do tipo: “Ele parecia um X!” ou “Ele parecia um Y!”.

Iwata:  Há uma tradição oral de descrever esses Pokémon lendários.

Masuda:  Exatamente.

Iwata:  Ishihara, quando te consultaram sobre usar X e Y no título, o que você achou?

Ishihara:  Achei uma boa ideia, na verdade. Esses são os primeiros games Pokémon da série principal para uma nova plataforma, o 3DS. Eu quis fazer algo completamente diferente, por isso achei esses títulos perfeitos.

Iwata:  Você aprovou-os logo de cara?

Ishihara:  Pode apostar que sim! (risos)

Fonte: Iwata Asks - Nintendo
Revisão: Samuel Coelho
Capa: Douglas Fernandes

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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