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Prévia: Será Xenoblade Chronicles X o melhor (e maior) jogo de Wii U?

O que esperar da nova aventura da Monolith Soft, que promete ser mais colossal, bonita e longa do que a jornada de Shulk.

Poucos RPGs do Wii (e talvez em toda a última geração de videogames) se comparam a Xenoblade Chronicles em relação à grandiosidade, inovação e mecânica de combate. Não demoraria para um sequência ser anunciada, mas quem diria que Xenoblade Chronicles X chegaria quase cinco anos depois do original? Se o tempo de espera tiver feito algum efeito, ele é facilmente notável pelos gráficos, trilha sonora e gigantismo do jogo. Um planeta totalmente diferente da Terra está à nossa espera para ser colonizado. Pronto para esse incrível RPG?


Lembro como se fosse ontem daquele Nintendo Direct de 2013 em que Satoru Iwata conseguiu reascender o desejo por um Wii U em relação ao momento de "migalhas" após o lançamento do console. Um dos jogos dessa coletânea foi o bravo Xenoblade Chronicles X, que, em um ciclo de desenvolvimento longo, repleto de mistérios e sigilo quase que total da Monolith Soft, tornou-se um dos maiores (e talvez um dos melhores) títulos do Wii U. E pensar que o apelidávamos "X", ou pior, simplesmente "título da Monolith Soft.".

O primeiro contato com X
Pois bem, finalmente chegou o momento. Não há mais segredos, dúvidas ou incertezas quanto à grandiosidade de Xenoblade Chronicles X, não é? Espera, mas e se houver? E se a longa espera de dois anos não tiver rendido um jogo tão memorável, gigantesco e desafiante quanto imaginávamos? Bom, infelizmente, isso ainda não é uma análise, mas vamos tirar o melhor que pudermos de uma boa rodada de expectativas, desejos e apostas.

Destino manifesto

A palavra-chave em Xenoblade Chronicles X não é "aventura", mas "colonização". Dando pouca satisfação a qualquer conexão com o primeiro Xenoblade, X aposta em outra base de sustentação para sua jornada. Oriundos da finada Terra, a população humana aterrissa em Mira, um planeta inóspito, repleto de criaturas hostis e com visitinhas de civilizações alienígenas. Sediados na "cidade ambulante" New Los Angeles, a missão da raça humana é, agora, explorar o novo planeta atrás de recursos, possibilidades de expansão da colonização e, é claro, defender-se dos predadores.
O protagonista não é mais um personagem loiro, de olhos azuis, cabelo espetado e rosto de herói de anime... bom, ele pode ser assim se você quiser, mas também pode ter uma das milhares de aparências possíveis para ele (ou ela). Membro da B.L.A.D.E., a força militar dos terráqueos, você terá de cumprir missões ao lado de companheiros, como Elma, Lin e Lao.
Apesar da adição de um espaço extra na equipe, o aspecto geral de X lembra muito o primeiro Xenoblade. Mas, ao que parece, a familiaridade é muito mais com a jogabilidade do que com qualquer outro aspecto do jogo. O enredo, a ambientação, os personagens, tudo é completamente novo. Ainda assim, vamos cavar a fundo qualquer referência ou ligação com o universo de Shulk assim que tivermos o título em mãos. Mas o aspecto mais distinto de X é, sem sombra de dúvidas, a maior liberdade dada ao jogador.
Bem vinda à sua nova casa, humanidade!

Um mundo aberto

Não são todos os jogos que prometem um mundo aberto e realmente o entregam. Objetivos repetitivos e falta de interesse pelo universo são alguns dos elementos que põem abaixo muitos supostos "jogos de mundo aberto". X, obviamente, sofre desse risco, afinal, não é um aspecto facilmente perceptível por trailers e impressões alheias. Fato é que não há uma jornada épica, linear e honrosa para se viver, como no primeiro Xenoblade. Aqui, as missões secundárias se multiplicaram para se transformar numa campanha infinita.
Um mundo gigantesco à sua espera
Para superar os desafios encontrados no novo planeta, a mecânica de batalha foi... "amplificada" em relação ao primeiro Xenoblade. É semelhante o bastante para fãs das aventuras de Shulk pegarem o jeito em poucos instantes, mas esconde mecânicas de combate e aperfeiçoamentos da fórmula que só o lançamento revelará o potencial. No geral, basta iniciar uma batalha com um monstro para que os personagens comecem a atacá-lo automaticamente. Em meio a isso, o jogador deve acionar Arts (que funcionam como as magias e habilidades do jogo) e administrar a situação da equipe para evitar baixas. Trata-se de uma mecânica de combate que alia a ação e liberdade de movimentação típicas dos RPGs ocidentais com o estrategismo dos RPGs orientais.
Veteranos de Xenoblade se sentirão em casa nas batalhas
As Arts receberam um novo patamar de utilização. Após acionar uma Art, ela tem de ser recarregada para um nova utilização. Caso o jogador aguarde não apenas um ciclo de recarregamento, mas dois ou até três, a habilidade poderá ser usada com maior poder, dando margem a uma complexa relação de custo e benefício. A grande inovação fica para o sistema Soul Voice. Durante a batalha, seus companheiros poderão pedir que você os proteja, que utilize determinada Art ou que faça alguma outra ação específica. Se você atender aos seus pedidos, o Soul Voice lhe garantirá bônus em habilidades e recuperará uma porção de seu HP.
E é melhor aproveitar cada oportunidade para restaurar HP, pois, diferentemente do primeiro Xenoblade, não há, em X, uma classe com a função de curar os companheiros de equipe. Por falar em classes, esse aspecto do jogo também se tornou muito mais livre e customizável em X, uma vez que cada personagem não tem mais uma função fixa e pré-determinada. Pelo contrário, agora é possível optar pelas diferentes árvores de habilidades das classes. Se tudo isso contribuir para melhorar o já divertido sistema de combate do primeiro jogo, pode apostar que enfrentar monstros em X será uma das coisas mais viciantes de se fazer no Wii U!


Cascas e bonecas

Acima de todas as novas mecânicas de combate que explicamos, estão as Skells. Esses mechas (originalmente denominados "Dolls", na versão japonesa) são a grande inovação de Xenoblade Chronicles X. Junto à grandiosidade do mundo do jogo, esse é o aspecto que provavelmente mais justificou a escolha pelo poder de fogo do Wii U. Divididos em Light, Medium e Heavy, as Skells são apropriadas para combates com as criaturas verdadeiramente colossais do jogo.
Há muita customização envolvida nesse aspecto do jogo, algo que é vezes mais interessante do que a personalização do protagonista. Skells não apenas têm variados atributos, como também podem ter acessórios tecnológicos aplicados a cada um dos ombros e diversas possibilidades de pintura. Obviamente, a gente vai tentar reproduzir a aparência dos principais Gundams, Evas e outros icônicos robôs gigantes da cultura pop.
Usar um Skell é sinônimo de que a coisa ficou séria
Skells têm, além de tudo, suas próprias Arts, aumentando ainda mais a variedade de comandos que o jogador pode executar. Facilmente, a mecânica de batalha se tornará mais complexa e dinâmica. Esse aspecto pode afastar novatos não familiarizados, mas, para quem jogou o primeiro Xenoblade, promete ser um novo desafio. Não se preocupe, porém, com o excesso de informações, pois as Skells aparentemente só são obtidas após um longo tempo de jogatina, ou seja, quando o jogador já estiver bem inserido na mecânica de batalha.

Beleza estratosférica

Desde os primeiros trailers e imagens, Xenoblade Chronicles X mostrou uma direção de arte tão competente quanto a do título de Wii, porém diferente em inúmeros aspectos. Os visuais, por exemplo, estão muito mais realistas, futuristas e maduros do que o primeiro jogo, uma mudança que segue a direção geral do título. Graças ao maior poder de fogo do Wii U em relação ao Wii, a Monolith pôde expandir seus gráficos pelo gigantesco planeta Mira. Nele, há vários ambientes com flora e fauna próprias, especialmente este último. Os monstros agora podem ser ainda maiores do que no primeiro jogo, o que exige, obviamente, o uso de Skells para derrubá-los.

A trilha sonora, por sua vez, também aparenta ser brilhante. O estilo musical foi alterado drasticamente em relação ao primeiro Xenoblade, que utilizou uma colaboração de vários exímios compositores japoneses. As canções, desta vez, foram compostas por um único músico, que utilizou faixas cantadas e melodias que combinam rock, hip hop, música eletrônica e orquestras épicas. Embora diferente, a trilha sonora de X parece ser igualmente cativante.

Boa jornada!

Todos os pontos positivos que Xenoblade Chronicles X parece trazer, no entanto, contrastam com uma grande infelicidade que foi sua época de lançamento. O final de 2015, que prometia estar regado a Zelda U (Wii U) e Star Fox Zero (Wii U), desenha-se hoje muito mais frio e sem graça. Xenoblade Chronicles X pode, por sua vez, emergir desse cenário como o jogo definitivo do Wii U desse ano ou apenas cativar seus mais fiéis fãs.
De uma forma ou de outra, o trabalho da Monolith nesse jogo provavelmente renderá muitos elogios. Que ele não tirará o Wii U de sua situação atual, é praticamente certo, porém não deixará de ser uma boa pedida para os donos do console. Que Xenoblade Chronicles X supere nossas expectativas e abra espaço para mais RPGs deste nível para o Wii U!

Xenoblade Chronicles X – Wii U
Desenvolvimento: Monolith Soft
Gênero: RPG
Lançamento: 04 de Dezembro de 2015
Expectativa: 5/5
Revisão: Vitor Tibério
Capa: Esdras Ferreira

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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