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Análise: Street Fighter: 30th Anniversary Collection (Switch) é um passeio pela história da franquia

Para comemorar o aniversário da maior entre as séries de jogos de luta, a Capcom trouxe uma coletânea repleta de extras de títulos que marcaram época nos fliperamas.


Seja qual for a sua preferência em franquias de jogos de luta, não dá para negar que a mais importante e famosa é Street Fighter. A série completou três décadas em 2017, mas apenas este ano a Capcom lançou a sua coletânea comemorativa, Street Fighter: 30th Anniversary Collection, que é um verdadeiro passeio pela história dessa franquia nos arcades, mas sem deixar algumas modernidades de lado.

Muitos jogos para quase ninguém botar defeito

A Capcom não economizou e disponibilizou 12 jogos nesta coletânea de aniversário, desde o terrível e praticamente injogável primeiro Street Fighter, até aquele que muitos consideram o melhor jogo de luta até hoje, Street Fighter III: Third Strike. A opção da desenvolvedora foi a de incluir apenas jogos vindo diretamente das máquinas de arcade da época, do jeito que eles foram concebidos, deixando de fora as versões para consoles, que contam com melhor balanceamento, modos extras e mais personagens. O pacote inclui os seguintes títulos:
  • Street Fighter;
  • Street Fighter II
  • Street Fighter II: Champion Edition;
  • Street Fighter II: Hyper Fighting;
  • Super Street Fighter II;
  • Super Street Fighter II: Turbo;
  • Street Fighter Alpha;
  • Street Fighter Alpha 2;
  • Street Fighter Alpha 3;
  • Street Fighter III;
  • Street Fighter III: 2nd Impact;
  • Street Fighter III: Third Strike.

Como é costume nesse tipo de coletânea, há opções de tamanho de tela, ainda que poucas. É possível jogar na proporção original, quadrada, dos fliperamas, com bordas; em tela cheia, que apenas amplia um pouco as medidas; e ainda há a opção “Larga”, que estica bem a imagem para preencher uma tela 16:9 e retira as bordas. Principalmente no modo portátil, esta última opção mais larga foi a que mais usei, pois a tela de jogo fica muito restrita nos outros dois modos —  apesar de mais bonitas e fiéis aos fliperamas.

Além do tamanho da tela, é possível alterar alguns filtros de imagem, deixando-a mais parecida com aquela do arcades antigos, mas que, atualmente, não agrada tanto quanto possa parecer — talvez os mais saudosistas tenham interesse nesse tipo de artifício. Também é possível retirar as bordas no modo original, mas eu não recomendaria isso, já que elas dão um toque especial, pois são específicas de cada jogo.


Outro tipo de ajuste que é muito bem-vindo, já que nem todos jogam em controles arcade, ainda mais no modo portátil do Switch, é a configuração dos botões, como em qualquer console caseiro. Mas, infelizmente, não há como ajustar um botão para servir como três socos ou três chutes. Vale notar que tanto as mudanças em relação aos filtros de tela quanto as configurações de botões são compartilhadas com todos os jogos, não sendo necessário repeti-las em cada um.

Jogando localmente e online

Apesar de a coletânea ser composta apenas de títulos vindos dos arcades, há vários modos de jogos típicos de consoles caseiros. Em “Offline”, há o conhecido modo “Arcade”, que funciona bem como um fliperama mesmo, escolhendo um lutador para derrotar vários oponentes, vencer um chefe e assistir a uma breve história do personagem; há também o “Versus”, no qual podemos jogar contra um amigo — inclusive cada um com um Joy-Con, que funciona muito bem, apesar de não ser o ideal, claro —, e “Treinamento”, que, como o nome entrega, tem várias opções para praticar combos, golpes especiais e nos acostumarmos com cada jogo.


Em todos os modos, temos a possibilidade de salvar para carregar depois, o que, principalmente quando estamos na rua, vem bem a calhar. Ainda sem usar a internet, no modo “Partida Local”, é possível criar salas para quatro jogadores lutarem à vontade, revezando entre si, e participar de torneios, com chaves. É muito satisfatório entrar e sair em cada um dos jogos e modos praticamente sem loadings, alternando entre os games e lutas sem ter que esperar vários segundos para carregar a partida.


Os modos online contam com as opções básicas de “Partida Casual” e “Partida Classificada” (com placar de líderes), além da possibilidade de criar salas para até quatro jogadores, da mesma forma que no modo “Offline”. Há ainda uma opção “Arcade Online” bem interessante, que simula a experiência dos fliperamas, em que a qualquer momento um jogador pode “colocar uma ficha” para enfrentar quem está jogando contra a máquina.

Apenas quatro jogos, que representam o apogeu de cada placa dos arcades (CPS-1 a 3), foram selecionados para fazer parte das partidas online: Street Fighter II: Hyper Fighting, Super Street Fighter II: Turbo, Street Fighter Alpha 3 e Street Fighter III: Third Strike. Essa escolha pode não agradar a alguns que gostariam de jogar com seus títulos favoritos, como é o caso de Street Fighter Alpha 2, queridinho de muitos, mas faz sentido, já que ter 12 jogos como opção poderia dispersar demais os jogadores, dificultando encontrar oponentes.


Apesar de muitas opções, jogar online nesta coletânea provou ser uma tarefa ingrata. Os lags são constantes e apenas com muita sorte é possível encontrar uma partida com menos atrasos. Não há como verificar a conexão do oponente, nem mesmo escolher apenas jogadores da mesma região. A não ser que a Capcom resolva esse problema em futuras atualizações, jogar online no Brasil é inviável. Talvez quando o jogo for lançado no Japão, que receberá uma versão diferente, as conexões estejam estabilizadas.

Museu completo, mas pouco funcional

Como estamos falando de uma coletânea de aniversário, a Capcom não economizou ao criar um modo “Museu” com muitas informações sobre a franquia ao longo dos anos. Qualquer fã de Street Fighter gastará um bom tempo curtindo todas as informações dos jogos da série, personagens e músicas, tudo no nosso idioma. Há, inclusive, os sprites de cada movimento dos personagens, para aqueles que gostam de estudar milimetricamente cada golpe.


O ruim está apenas na forma como esses extras foram apresentados. Não é possível, por exemplo, deixar uma música tocando enquanto procura por outra, pois toda vez que se alterna, o jogo passa a tocar a música seguinte. As imagens também não são apresentadas em miniaturas, o que atrapalha muito para encontrar uma em especial ou mesmo chegar até aquela que se quer ver.


Street Fighter: 30th Anniversary Collection é uma coletânea bem completa, com vários títulos que têm o seu espaço reservado na história dos jogos de luta. O pacote ainda conta com vários modos típicos de consoles modernos e muitos extras para explorar sobre a história de Street Fighter. Ainda assim, há alguns problemas, principalmente em relação à jogatina online, que ainda conta com muito lag, sendo problemático jogar nesse modo, ao menos aqui no Brasil. Certamente os amantes de Street Fighter, e mesmo de jogos de luta, não perderão a oportunidade de ter uma coletânea tão rica como essa, que mostra o quanto essa franquia é especial.

Prós

  • Diversos jogos fiéis aos arcades;
  • Opções de tamanho de tela e filtros de imagem;
  • Vários modos de jogo, típicos de consoles caseiros;
  • Muitos extras sobre a história de Street Fighter.

Contras

  • Modo Online com muito lag;
  • Modo História com interface não funcional.
Street Fighter: 30th Anniversary Collection — Switch — Nota: 8.5
Revisão: Ana Krishna Peixoto
Análise produzida com cópia digital cedida pela Capcom

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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