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Análise: Hexologic mostra o que o console híbrido pode fazer pelos games de puzzle

Mesmo sendo um port de um jogo de celular, os puzzles funcionam ainda melhor no modo docked.


Podem existir puzzles aos montes no mercado mobile, mas eles estão começando agora a dar as caras na extensa biblioteca indie do Nintendo Switch. Para os amantes de um bom puzzle que procuram algo diferente para passar o tempo no híbrido da Nintendo, Hexologic é uma boa pedida. O game traz uma nova abordagem hexagonal a puzzles das antigas, como Sudoku e Picross, mas não chega a ser um verdadeiro desafio.

Um desafio “adicional”

A ideia aqui é bem simples. O jogo possui 60 fases divididas em quatro mundos. Cada fase apresenta um tabuleiro com casas hexagonais e pequenas setas numeradas em algum de seus extremos. Cada casa pode ser preenchida com um valor entre 1 e 3 pelo jogador e o objetivo é alcançar uma soma na direção de cada seta.

Pode parecer um tanto trivial um jogo sobre adição, mas garantir que diversos números somem a quantia desejada acaba se provando um verdadeiro teste de atenção e lógica. Algumas fases podem até parecer desproporcionalmente complexas a princípio, mas alguns padrões que surgem durante a jogatina ajudam o jogador a saber por onde começar. Um “seis” que ocupa duas casas, por exemplo, será sempre a soma de 3 com 3 e um “cinco” que ocupa duas casas é alguma combinação de 2 e 3.

Como no Picross, os padrões vão guiando sua experiência
Essa dependência de padrões para simplificar os desafios lembra bastante um puzzle antigo muito popular nos portáteis da Nintendo desde a era Game Boy — o Picross. Na prática, o raciocínio necessário é bem similar entre os dois jogos. A sensação é de estarmos jogando uma versão condensada e mais elaborada do clássico, mas ao invés de formarmos figuras simpáticas no final de cada fase, temos aqui a satisfação de ver o tabuleiro se desfazer. Não é tão efetivo como recompensa, mas ajuda a dar uma ideia de progressão.

“Adições” casuais

Cada novo mundo também introduz novas mecânicas para que o jogador sinta que está avançando. Teoricamente os novos recursos deveriam tornar as coisas mais difíceis, mas na maior parte do tempo eles acabam facilitando as coisas.

No segundo mundo temos a adição de casas com um valor fixo que torna as coisas bem mais fáceis ao forçar certas somas que acabam guiando toda a solução dos puzzles em que aparecem. No terceiro mundo temos casas gêmeas que espelham o valor preenchido dificultando de fato as coisas ao forçar que o jogador tenha de analisar diversos pontos do mapa simultaneamente antes de fazer uma jogada.

Já no quarto e último mundo temos a combinação dos dois conceitos que parecem se equilibrar muito bem. Apesar da combinação gerar alguns puzzles bem fáceis, na maior parte do tempo o resultado são desafios dignos de um final de jogo, que exigem um bom entendimento de todas as mecânicas apresentadas durante o game.

Cada nova mecânica tornam as coisas mais complexas e bem mais divertidas

Puzzles na tela grande

No Nintendo Switch, pode-se jogar tanto pela tela touch no modo portátil, quanto usando os controles nos demais modos. O touch se mostra pouco responsivo no menu, mas funciona como esperado durante as partidas. Já os comandos tradicionais casam de modo surpreendente com o jogo.

No touch, cada toque adiciona um valor a casa escolhida. Já no controle, um valor é designado a cada botão tornando o preenchimento do tabuleiro muito mais rápido. A harmonia do jogo com o conceito híbrido do Switch é impressionante e inesperada, provando que o console realmente combina com todo tipo de jogo. Nos resta imaginar quais novidades o futuro trará para os puzzles que ainda estão por vir no Nintendo Switch.
As soluções ficam bem mais ágeis no modo docked

Prós

  • Um puzzle simples que consegue elaborar bem seus conceitos;
  • Experiência relaxante similar ao Picross;
  • Híbrido como o console.

Contras

  • Jogo bastante curto;
  • Não traz um desafio para veteranos de jogo de puzzle.
Hexologic — Nintendo Switch — Nota: 7.5

Revisão: Diogo Mendes
Análise produzida com cópia digital cedida pela MythicOwl





Gabriel Mattos estuda Ciência da Computação e procura sempre estar em equilíbrio com a Força. Pode ser encontrado por aí especulando sobre os próximos lançamentos da Nintendo e da Playstation na GameBlast e no Twitter.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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