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Análise: Tricky Towers (Switch) — Tetris só que não

O que aconteceria se tetris tivesse uma física mais realista e uns superpoderes.


Todo mundo já jogou Tetris. O jogo desenvolvido pelo russo Alexey Pajitnov praticamente criou o vício em videogames e é um grande marco para a história da mídia. Desde a sua criação, o jogo já apareceu de inúmeras formas em diversas plataformas diferentes, inclusive sendo vendido junto ao Game Boy original em 1989 (eu mesmo tive a sorte de adquirir um desses quando criança). Por alguma razão, utilizar blocos que caem do céu para completar linhas é simplesmente muito divertido e quase hipnotizante. Aproveitando essa clássica premissa, a desenvolvedora Weird Beard decidiu agitar (bastante) a velha fórmula do nosso jogo de encaixar blocos favorito com Tricky Towers em 2016 — e agora, dois anos depois, o título chega também ao Switch.

Muito Tetris e um pouquinho de Jenga

Sim, Tricky Towers é basicamente uma junção desses dois amados e reverenciados jogos, cada qual na sua respectiva área de atuação (videogames e vida real, no caso), e o resultado é tão divertido quanto o esperado. Vamos por partes: mecanicamente, e à primeira vista, Tricky Towers parece ser apenas uma versão bonitinha e colorida do clássico título russo. Entretanto, essa ilusão se desfaz por completo no momento em que o segundo bloco cai em cima do primeiro. O título da Weird Beard abandona aquele "clique" imaginário (e satisfatório) entre as peças e utiliza uma física mais realista em seu lugar. Ou melhor dizendo, os blocos realmente caem — eles deslizam, possuem peso, e penam para ficar no lugar. Um bloco errado e é gg, meu amigo (tipo um Jenga mesmo).


Honestamente, essas "torres complicadas" (tradução livre, do Google) são infinitamente melhor aproveitadas quando construídas em conjunto, e preferivelmente rindo da cara do seu amigo que derrubou mais de 10 peças de uma vez só. O multiplayer é o coração e a alma de Tricky Towers. E é por isso que os três modos principais foram feitos para serem jogados dividindo joy-cons entre amigos — claro, você também pode jogar online e com direito a leaderboard no single player, mas não é a mesma coisa.

O modo mais interessante é o que oferece mais liberdade (e possibilidade de situações ridículas), o Race. "Mas uma corrida com blocos, como isso funciona?" Bom, imagine uma corrida para cima, mas o corredor só pode se mexer enquanto se encaixa perfeitamente em cima de vários outros corredores. Agora troque o corredor pelos típicos blocos de Tetris, acrescente muitas cores e alguns poderes mágicos. Pois é, enquanto você compete com os seus amigos para ver quem chega mais alto, mais rápido, você ainda pode soltar uns raios na cara (torre) deles. E não só raios, vários desses feitiços afetam diretamente a "integridade" dos blocos — blocos gigantes, blocos de gelo, blocos pesados — acrescentando bastante diversidade à experiência e, obviamente, rendendo uns momentos bem hilários. É assim, só vou dizer que se no tempo do Game Boy o bloco L às vezes fosse do tamanho de um ônibus as coisas seriam bem diferentes.



Os outros dois modos são o Survival e o Puzzle. No modo de sobrevivência existe um número fixo de blocos, uma ordem específica em que eles aparecem, e você só tem três vidas — se pelo menos três blocos caírem da sua construção, você perde o jogo. O último sobrevivente é o vencedor. Já no Puzzle, a pegada muda um pouco: uma linha de laser atravessa a tela e o objetivo é não deixar que os blocos ultrapassem essa linha, construindo a sua torre abaixo do laser. Cada um destes modos serve bem o seu propósito: o Survival é claramente mais tenso e o Puzzle é um tanto mais estratégico. No entanto, na hora de decidir a forma de se jogar Tricky Towers com a galera, a liberdade concedida pelo Race ainda prevalece.

Quem prefere jogar single player… bom, provavelmente possui algumas opções melhores que Tricky Towers. Mas se o seu amor pelos blocos coloridos for realmente muito grande, o modo Trials foi feito especialmente para você — basicamente uma série de desafios que envolvem encaixar um número limitado de blocos da forma correta. O modo não consegue entreter por muito tempo (na verdade, até mesmo o modo multiplayer não prende a atenção por tanto tempo, ainda mais com 4 pessoas), mas a fórmula dos pequenos puzzles combina perfeitamente com o Switch em modo portátil. 



Para os fãs carentes de Tetris (e Jenga, ouso dizer) o jogo apresenta uma experiência bastante válida, principalmente entre amigos. O espírito do jogo — da trilha sonora ao visual — é bastante engraçadão e divertido, repleto de cores, personagens bonitinhos e barulhinhos específicos, só não espere muitas opções e variedade em meio à essa festa toda. Se você acha que faltam umas risadas no seu joguinho de Tetris do fim da tarde (e se você ainda joga Tetris no fim da tarde) Tricky Towers é o jogo certo para você.

Prós

  • Conceito interessante e divertido;
  • Perfeito para se jogar entre amigos.

Contras

  • A fórmula se torna repetitiva;
  • Single Player bastante limitado.
Tricky Towers - Switch/PC/PS4/XBO - Nota: 7.5

Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Diogo Mendes 
Análise produzida com cópia digital cedida pela Weird Beard.

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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