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Análise: Carnival Games (Switch) tem pouca diversão e muitos problemas

Depois das críticas do primeiro game lançado há alguns anos, pouco mudou e a nova versão permanece com vários defeitos.



Com uma primeira versão lançada para Wii e Nintendo DS, Carnival Games foi considerado um sucesso comercial. Na época, sua primeira versão estava nas mãos da Global Star Software, mas pouco tempo depois a 2K assumiu as rédeas do jogo. Anos depois, Carnival Games chega ao Nintendo Switch em uma nova versão e a grande questão é: como se saiu o game nessa nova geração


A primeira impressão: os gráficos

Sabe aquele ditado que nos diz que a primeira impressão é a que fica? Pois bem, Carnival Games passa uma péssima imagem com um menu muito improvisado e eu diria que até mesmo preguiçoso.

Sobre os menus serem preguiçosos, darei um breve exemplo. Quando você aciona a opção “help”, o que nós vemos é um texto explicando cada ponto, de maneira bem resumida. O mesmo vale para os tutoriais antes do início de cada minigame. Há um breve resumo de como funcionam os comandos, pontuação e outras questões daquele jogo. Um rápido vídeo seria uma solução mais simples e menos preguiçosa, e isso, é claro, se não quisessem fazer um “modo tutorial” para o usuário pegar o esquema, como funcionam em muitos jogos do gênero.

O segundo susto é quando você vai selecionar os personagens e se depara com um gráfico muito mal feito. As sprites são muito escuras e não combinam com o tom colorido que inicialmente o game parece te propor. A coisa fica fora de tom e passa a impressão de desleixo e falta de cuidado no trato dos personagens. A movimentação também é absurdamente esquisita e ela pode ser percebida em jogos como Banana Bounce, que exige uma maior movimentação dos jogadores (movimentação essa que acaba não existindo).

O cartão de visitas, isto é, a primeira impressão do jogo é de que tem algo muito mal elaborado. Mas, antes de apontar outros problemas, preciso dizer que o game tem suas virtudes.

São 20 minigames e alguns são muito divertidos e viciantes...

Há 4 cenários distintos (Jungle Lane, Saturn Station, Vulture Gulch e Nuts Bolts) e cada um deles com 5 jogos. O Batter Up, disponível na Jungle Lane, é uma excelente pedida. Há uma máquina que dispara bolas de beiseball e você, com seu taco, precisa acertá-las o mais longe possível. Quanto mais distante, maior a pontuação adquirida. Vence quem marcar mais pontos ao final do tempo corrido.

Ainda no cenário mencionado, o Cluster Cups é também um frenético jogo em que é preciso acertar as bolas nos canos e, ao fazer isso, elas vão sendo marcadas com a sua cor e você vai pontuado. Se você acertar um cano adversário, você marca pontos e desmarca a cor dele.





Outros games que compõem a lista de “divertidos e viciantes” incluem o Puck Chucker (hóquei no gelo), Cosmic Strike (boliche), Road Hog (corridas montadas em um porco), Post Master (acertar os pinos com as argolas) e Swish (acertar a cesta de basquete).

...enquanto outros nem tanto assim

Se, por um lado, há alguns jogos que realmente divertem e nos fazem repetir a dose por diversas vezes, por outro, tem uma lista infindável de jogos completamente descartáveis e que não temos vontade nenhuma de jogar.

Banana Bounce é, sem dúvida, o maior ponto fora da curva. Como eu havia dito anteriormente, os personagens não possuem uma mobilidade muito boa e esse game é um dos  que exige a maior mobilidade deles (você precisa ficar saltando e pegando as bananas no ar) e isso evidencia os defeitos técnicos que o game apresenta.





Uma outra questão importante é que os minigames em que você precisa acertar um alvo acabam sendo absurdamente idênticos. Clowning Around, Fire Flinger e Ghost Blaster possuem o mesmo princípio (mire e atire no alvo e, se acertar, você pontua), isto é, muda jogo, muda o cenário e as imagens, mas a impressão é que estamos jogando a mesma coisa. High Noon é um desses “mire e acerte”, mas ele agrada por dois motivos: 1) os alvos são dispostos de maneira diferente e 2) graficamente é o mais bem elaborado e bonito dos minigames disponíveis.

Os modos de jogo

É preciso dizer que Carnival Games apresenta algumas opções para você se divertir envolvendo os 20 minigames disponíveis. Você tem a opção de jogar o “Free mode” que é nada mais nada menos do que você escolher se quer uma partida de “baseball”, “basquete”, “corrida de porcos” etc. Nesse modo você pode jogar solo (1vs1vs1vs1) ou em times (2vs2).

Há ainda o modo torneio que pode ser em duas modalidades (Decathlon e World Circuit). Sobre o primeiro, você disputa 10 partidas e quem pontuar mais ganha. Já o World Circuit passa por todos os jogos que você possui liberado e, ao final, calcula-se quem teve o maior número de vitórias.

Pode-se dizer que um dos grandes acertos de Carnival Games foi o modo Torneio e, mais especificamente, o World Circuit. Ele instiga a competitividade e te faz passar por todos os games disponíveis, inclusive aqueles que você não sabe jogar direito (esse é ótimo para os espertinhos que vão jogar com os amigos e colocam só aqueles jogos que ele destrói, ignorando os outros).





O grande entrave para esses modos de jogo são os chamados Ticket, assunto que abordarei no tópico seguinte.

Os irritantes tickets

Quando você inicia o game pela primeira vez, há apenas alguns games liberados e para jogar os demais é preciso pontuar para que você possa ter mais tickets acumulados e liberar um novo jogo.

O problema é que há minigames em que são necessários 300, 500 ou incríveis 1000 tickets. E a pegadinha nisso tudo é que quando você  clica em um jogo que não está liberado é possível ver uma prévia. Porém, apesar de parecer ser um jogo super interessante, às vezes você pode se decepcionar e aí é possível que você gaste 1000 tickets em um jogo que você raramente irá abrir novamente.

Os tickets também devem ser utilizados para quem quiser customizar seu personagem. Há como trocar o cabelo, as roupas, o sexo, a cor da pele, o rosto e usar objetos como chapéus, máscaras e outros objetos bizarros. Apesar de haver vários objetos “gratuitos”, os mais bizarros exigem a compra com tickets. 





No final das contas, a ideia dos tickets para liberar mais itens na loja ou mais fases de jogo torna-se irritante e, por ser um jogo no estilo família, a dificuldade em juntar os tickets para liberar mais coisas no jogo pode irritar muitas pessoas que só querem jogar casualmente (e não ficar o tempo todo num jogo só até conseguir liberar outro).

E aí? É bom ou não?

Se deixarmos de lado os menus pessimamente desenvolvidos e os gráficos bem abaixo do esperado, temos um jogo com alguns minigames interessantes e divertidos, enquanto outros podem ser considerados completamente descartáveis. Jogos como Puck Chucker, Batter Up, Cluster Cups, Swish, Cosmic Strike, Road Hog e High Noon podem render bons momentos de diversão com os amigos e familiares.

Prós

  • Modo Torneio (World Circuit) é desafiador e democrático;
  • Há alguns minigames viciantes e divertidos.

Contras

  • Menus e design pessimamente desenvolvidos;
  • Line Up com mais jogos ruins do que bons;
  • Mobilidade dos personagens limitada e evidente em certos modos de jogo;
  • O uso dos tickets para tudo pode irritar o jogador.

Carnival Games  —  Switch  —  6,0

Revisão: Vinícius Rutes
Análise produzida com cópia digital cedida pela 2K Games


Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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