Blast Battle

The Subspace Emissary ou World of Light: qual a melhor aventura da série Super Smash Bros.?

Mais de dez anos depois do lançamento de Super Smash Bros. Brawl (Wii), um novo modo história surge em Ultimate (Switch). Qual deles vencerá essa batalha?


Desde o primeiro Super Smash Bros., lançado em 1999 para o Nintendo 64, os títulos da série possuem vários modos de jogo, seja para desafiar um único jogador ou entreter vários grupos de amigos. Nesta edição do Blast Battle, focaremos no famoso (e polêmico) "modo história" destes games.


Não, nós não estamos nos referindo ao Classic Mode, em que um ou dois jogadores enfrentam vários oponentes de forma aleatória e desconexa, com exceção da versão presente em Super Smash Bros. Ultimate (Switch), na qual os inimigos são fixos para cada personagem e possuem uma conexão - ainda que bem discreta - com ele(a). Na verdade, ao usar o termo "aventura" queremos dizer sobre aqueles modos que envolvem narrativamente o jogador e contam com maneiras de jogar diferentes dos tradicionais conflitos de Smash.



E por mais difícil que pareça arranjar justificativas plausíveis para fazer personagens de universos completamente distintos lutarem entre si, existem duas situações em que a Nintendo conseguiu fazer isso: em The Subspace Emissary (Super Smash Bros. Brawl, para Wii) e em World of Light (Super Smash Bros. Ultimate, para Switch).

Mas qual dos modos é melhor? Qual história é mais emocionante? Qual possui mais conteúdo desbloqueável? Confira abaixo!

História 

Por mais interessante que seja colocar vários personagens para lutarem entre si em mapas icônicos do universo dos games, construir uma narrativa para contextualizar as batalhas apenas melhora a experiência. Afinal, toda aventura precisa de uma história, e na série Super Smash Bros. isso não seria diferente.

Tanto em The Subspace Emissary quanto em World of Light, os eventos acontecem em um universo que integra elementos e cenários de diversas franquias da Nintendo. No primeiro, a história começa durante uma batalha amistosa entre Mario e Kirby, até que a Halbert, nave de Meta Knight, invade a arena junto com a Petey Piranha para plantar uma bomba que corrompe toda a área com escuridão.



Essas bombas são plantadas por um personagem até então jamais visto em outros títulos, chamado Ancient Minister. Com a ajuda dos famosos vilões da Big N, como Wario, Bowser e Ganondorf, a figura misteriosa tem como principal objetivo instaurar as trevas em todos os cenários deste mundo. Para isso, cabe aos heróis derrotar hordas de inimigos, fazer novas alianças e salvar o dia.

Inicialmente, o enredo parece algo bem simples e sem explicação nenhuma, ou seja, seria apenas um motivo para encontros inesperados entre seres que sequer se conheciam. Mas há emoção nas cutscenes, já que a personalidade e a atitude de cada personagem nunca são deixadas de lado. O relacionamento entre Lucas e Ness, da série Mother, exemplifica bem esta questão: enquanto Lucas é mais medroso e inseguro, Ness age de forma heroica e faz de tudo para defender seu parceiro.



Além disso, o que surpreende nestas cenas é a capacidade de transmitir uma mensagem durante as transições entre as batalhas, contextualizando o que viria a ser cada conflito entre os lutadores. A apresentação de cada personagem também não deixa a desejar, pois acontece de forma breve, direta e, principalmente, impactante. O melhor de tudo: o modo faz tudo isso sem a presença de um único diálogo.

Já em World of Light, a história é outra: a entidade divina Galeem, apresentada como "Lorde da Luz", transforma todos os seres do mundo em Spirits, exceto os lutadores de Smash, cujas formas físicas são mantidas como fantoches do antagonista. Em meio a esse caos, apenas Kirby consegue escapar com a ajuda de sua Warp Star. Então, o objetivo do herói cor-de-rosa é coletar o máximo de Spirits possível, derrotar os personagens para recrutá-los em sua equipe e, então, salvar o mundo do controle de Galeem.



Ainda que o enredo pareça inovar, isso não é bastante explorado por meio de cutscenes, que, apesar de terem um visual incrível, pecam na quantidade. Isso atrapalha muito a fluidez do modo, visto que desincentiva o jogador a passar horas enfrentando centenas de inimigos para assistir uma cinemática de poucos minutos após todo seu esforço.

Ambas as narrativas têm elementos que surpreendem, sejam plot twists ou finais alternativos. Mas a questão é que, enquanto World of Light faz um apelo nostálgico às franquias de games, The Subspace Emissary possui bem mais emoção e consegue prender mais os jogadores com a frequência de cenas. Por isso, merece o ponto dessa categoria.

Vencedor: The Subspace Emissary

Exploração/ambientação 

É fato que a série sabe aproveitar muito bem os recursos de ambientação nas arenas, mas transmitir isso para um modo de jogo que requer exploração não é uma tarefa fácil. Nos dois casos, isso é realizado de maneiras diferentes: enquanto em The Subspace Emissary os níveis são mais longos e feitos exclusivamente para o modo, World of Light apenas reutiliza as arenas como palco para as batalhas e foca na exploração fora de combate.

Na aventura para Wii, cada fase é repleta de inimigos: alguns presentes em títulos anteriores da Nintendo, como os Goombas, e outros que fizeram sua estreia na história, como os Primids. Já no modo de jogo para Switch, os oponentes são apenas os Spirits aprisionados no corpo de um lutador, o que é uma desculpa criativa e justificável pelo enredo do game, mas pode enjoar rapidamente.



Sobre os bosses, eles estão presentes nas duas versões de um jeito bem parecido: confrontos não tão frequentes e com uma dificuldade maior do que os demais. A diferença é que em The Subspace Emissary eles participam diretamente da história, na maioria das vezes por meio do Subspace Army, o exército de antagonistas.

Enquanto isso, em World of Light eles apenas existem para proporcionar mais desafios durante a aventura dos jogadores - com exceção das entidades divinas, já que elas são as principais ameaças da narrativa.

Por fim, vale comparar a exploração fora dos cenários de batalha. O mapa do jogo para Switch é bem mais completo e possui puzzles, referências e interações com as habilidades dos Spirits coletados. Porém, isso é executado de maneira confusa, logo perder-se em um caminho e demorar para encontrar a saída pode ser algo recorrente na gameplay.



Portanto, apesar da simplicidade do mapa em The Subspace Emissary quando comparado ao seu rival, seus níveis agregam muito mais à exploração e ambientação do jogo, com lindos cenários ilustrando os mapas do game.

Vencedor: The Subspace Emissary

Jogabilidade

Todos sabemos que Super Smash Bros. é uma série de jogos de luta 2D, logo (e obviamente) suas mecânicas de gameplay são voltadas para esse gênero em específico. Ao contrário de World of Light, que segue o formato tradicional das batalhas em arenas, The Subspace Emissary ousa ao tentar adaptar a jogabilidade dos personagens em um modo linear com plataformas, de forma semelhante a um Beat 'em up.

Essas mudanças não prejudicam muito o aspecto narrativo da obra, mas convenhamos que não é o ideal para uma experiência perfeita com os controles desse modo. O problema fica maior ainda quando paramos para analisar o quanto um personagem possui vantagem em batalhas contra múltiplos inimigos ou para alcançar plataformas mais altas.



Dessa forma, o ponto vai para World of Light, que não só mantém a jogabilidade impecável da série mas também a aprimora por meio da adição dos Spirits, dos quais falaremos a respeito em breve.

Vencedor: World of Light

Conteúdo

É um critério difícil de ser avaliado, principalmente por conta da diferença cronológica de mais de dez anos entre o lançamento de cada título. The Subspace Emissary conta com uma grande quantidade de elementos que seu sucessor não possui, como inimigos básicos, cenários únicos e os icônicos Trophies - colecionáveis que apresentam um personagem ou item acompanhados de uma breve descrição.



Porém, a quantidade de conteúdo desbloqueável em World of Light é consideravelmente maior, já que cada nível concluído é um Spirit a mais na coleção do jogador. Além disso, diferentemente dos Trophies, os Spirits possuem aplicação direta ao sistema de batalhas do modo história, enquanto isso só acontece na aventura para Wii nos momentos finais. 

Outro aspecto levado em conta nessa análise é o tempo gasto para completar cada modo: enquanto The Subspace Emissary leva de 10 a 15 horas para ser finalizado, World of Light leva pelo menos o dobro disso. Portanto, é possível ter a noção de que realmente há bastante conteúdo a ser explorado durante a jornada de Kirby para salvar o mundo, o que lhe rendeu o quarto ponto deste Blast Battle.

Vencedor: World of Light

Inovação

As pessoas podem até não gostar muito dos modos história de Super Smash Bros., o que é totalmente compreensível já que esta nem é a proposta principal da série. Mas admitir que essas aventuras não são inovadoras para a franquia é praticamente impossível, visto que novas mecânicas e ferramentas são adicionadas a esses modos desde o lançamento de Super Smash Bros. Melee (GC), que trouxe pela primeira vez uma maneira de enfrentar outros oponentes (sem ser lutadores) com seu personagem favorito de Smash.

Em The Subspace Emissary, a inovação está na emoção e nas animações usadas nas cutscenes, além da opção de selecionar os níveis - desde que estejam desbloqueados - no mapa geral. Já em World of Light, a novidade é a implantação do sistema de Spirits e de um mapa interativo, em que é possível liberar mais áreas a partir de habilidades especiais de personagens recrutados para sua equipe.



Mesmo se tratando de adições completamente diferentes, ambas foram marcantes e forneceram bastante hype para a comunidade antes, durante e depois do lançamento do jogo. Então, chegamos à conclusão de que houve um empate nesta categoria e, consequentemente, no resultado final.

Vencedor: Empate

Muita história pra contar

Com um empate épico, percebemos que a série Super Smash Bros. tem aventuras para todos os públicos. Enquanto The Subspace Emissary é mais emocionante e tem uma ambientação melhor, World of Light tem um caráter mais nostálgico e criativo. Ambos são ótimos modos de jogo que prometem horas de entretenimento para quem busca um propósito em colocar os mais diversos personagens dos games em batalhas frenéticas e empolgantes.



E para você? Qual das aventuras é sua favorita? Acha que World of Light conseguiu superar The Subspace Emissary? Estamos curiosos para saber sua opinião!

Revisão: André Carvalho


Estudante de publicidade que saiu do interior de Goiás para viver na cidade grande. Apaixonado por jogos, musicais e animações, passa bastante tempo no Twitter comentando sobre esses assuntos.
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