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Análise: Just Dance 2020 (Multi) não comemora os 10 anos da franquia da melhor maneira possível

Mesmo com perspectivas de novidades para comemoração do título, a nova versão aparenta não se preocupar, novamente, em trazer novidades.


A série Just Dance tomou rumos anuais e “arrisca” a cada ano lançar 40 novas músicas com coreografias, na teoria, inéditas, para o público diverso, atualizando a playlist que cresce cada vez mais no serviço pago. Mesmo com seus altos e baixos, é intragável observar um aniversário de 10 anos da franquia com Just Dance 2020 (Multi) com muito mais… do mesmo.

Uma nova playlist


Como sempre, músicas populares da cultura pop estão no game, como os últimos sucessos de Ariana Grande, como 7 rings e God is a Woman, ambas com versões alternativas, e a premiada música bad guy, de Billie Eilish. Mesmo com a presença também marcante de artistas como Katy Perry e Cardi B, o game, por vezes, é indigesto se comparado a títulos mais trabalhados, como Just Dance 4 (Multi) e Just Dance 2014 (Multi).

Entretanto, olhando pelo lado positivo, a variedade musical é bem interessante, principalmente por incluir, mais uma vez, uma música brasileira. Dessa vez Lexa representa a terra dos tupiniquins com “Só Depois do Carnaval”, com um ritmo popular e de bom agrado a grande parte do público.

Mesmo assim, a quantidade de músicas pouco populares é grande este ano, similar a Just Dance 2018 (Multi), que foi uma das baixas da franquia, na minha opinião. Há, por vezes, a sensação de o game estar incompleto caso o jogador não possua o serviço de assinatura Just Dance Unlimited. Nesse caso, as centenas de músicas disponíveis no serviço são ótimas, porém é importante avisar que o game oferece apenas 1 mês gratuito para o jogador testar antes de assinar.

O menu é basicamente copiado de Just Dance 2019 (Multi), mais um aspecto negativo caso o objetivo dos desenvolvedores foi tornar a edição de comemoração especial (pois realmente parece mais do mesmo). Falando nisso, o All Stars Mode promete a imersão do jogador em uma espécie de “modo história” para relembrar os títulos da franquia, como forma comemorativa.

Porém, é necessário o uso de conexão com a internet para acessá-lo, ou seja, não é possível dançar as músicas antigas de comemoração caso você esteja carregando o console no modo portátil para jogar com amigos ou familiares, o que é a proposta do Switch. No geral, esse modo é finalizado em menos de uma hora e a sensação de “quero mais” fica no ar, infelizmente.

As opções de customização de avatar e criação de playlist seguem os mesmos padrões do título anterior, incluindo também o World Dance Floor, que é o modo online que permite a competição entre os jogadores ao redor do mundo em músicas aleatórias que podem ser geradas por votação do público, além de eventualmente ocorrer a chamada Happy Hour, que oferece por um curto período o acesso às músicas do serviço pago sem necessitar da assinatura.

Vamos dançar!

Agora falando das coreografias, que compõem uma parte essencial do novo game, elas possuem uma grande variedade, com muitas positivas e outras bastante controversas. Taki Taki (DJ Snake feat. Selena Gomez, Ozuna & Cardi B) é um dos exemplos de músicas boas e populares que receberam coreografias, no mínimo, estranhas em Just Dance. Além disso, Baby Shark (Pinkfong) é uma música que atende o público infantil, mas ocupa desnecessariamente a lista da playlist oficial do game, uma vez que há um modo exclusivo ‘Kids’ para tais tipos de música.

O interessante é que as versões ‘extreme’, que são as alternativas com alto grau de complexidade de coreografias, entraram em peso nessa versão. É fortuno ver danças como a de Sushi (Merk & Kremont) bem trabalhadas e desafiadoras para os jogadores mais experientes, sendo, de certa forma, recompensador para os fãs que aguardaram mais de Just Dance 2020, mas sem a garantia de que apenas essas coreografias compensarão os outros pesares da versão.


Por fim, sobre a jogabilidade, os Joy-Con continuam como controles principais, porém, desta vez, o aplicativo para celular Just Dance Controller se tornou outra opção viável de controle, que foi removido na versão 2019, o que torna na versão 2020 a jogabilidade mais democrática para mais jogadores, principalmente porque os pares extras de Joy-Con são bem caros. A marcação de pontos é coerente, mesmo que às vezes possua alguns problemas para marcar certos movimentos com o controle em sua mão.

Em síntese, Just Dance 2020 é para quem está disposto a pagar para dançar com a turma com uma variedade interessante de músicas, com coreografias cômicas e outras que exigem bastante prática. Não é a melhor versão do game, até mesmo passa longe de ser uma edição de comemoração digna de menções honrosas, mas o auxílio do serviço Just Dance Unlimited mais uma vez consegue aumentar as opções de músicas disponíveis, sendo, indubitavelmente, o melhor videogame do gênero disponível no mercado atual.

Prós

  • Mais coreografias ‘extremas’ e com qualidade;
  • Just Dance Unlimited segue como melhor opção para jogatinas em grupo;
  • Volta da opção Just Dance Controller para a versão de Switch.

Contras

  • Boa parte da playlist com músicas não muito conhecidas ou pouco dançantes;
  • Especial de 10 anos requer internet e poderia ser melhor explorado;
  • Eventuais problemas na precisão da pontuação;
  • Menu reutilizado de Just Dance 2019.
Just Dance 2020 - Switch / Wii / PC / Xbox One / PlayStation 4 - Nota: 7.0 
Versão utilizada para análise: Switch
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ubisoft



É estudante e apaixonado por games desde seu primeiro contato com Duck Hunt e Ice Climbers do nintendinho em 2002. Fanático por Pokémon e admirador de diversas franquias, reúne seu tempo livre para escrever e tentar colocar as matérias da faculdade em dia.
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