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Análise: DISTRAINT: Deluxe Edition (Switch) é um jogo de terror curto e instigante

Com excelente ambientação, o jogo de terror é uma boa pedida para fãs do gênero, apesar de ser curto e linear.

Desenvolvido por Jesse Makkonen, Distraint é um jogo de terror 2D focado em história. Na pele de um jovem ambicioso cujo trabalho envolve despejar pessoas de sua casa, o jogador tem que enfrentar uma série de situações emocionalmente desgastantes. Com uma excelente ambientação, o jogo é curto, mas o desenrolar de sua trama é envolvente e instigante.

O que vem fácil, vai fácil

O sr. Price é um jovem que trabalha em uma importante companhia. Para poder se tornar um sócio da empresa, ele é forçado a despejar pessoas para garantir o bom funcionamento dos negócios. No entanto, conforme realiza essas “missões”, seu sentimento de culpa acaba se materializando em ilusões e pesadelos vívidos.

Em seu cerne, Distraint é uma história sobre como a ambição desenfreada acaba criando situações inumanas e uma cadeia de tragédias. Isso é reforçado pela falta de controle do jogador sobre a história, devendo apenas cumprir uma série de ações para ver como elas irão se desenrolar.


Por se tratar de um jogo focado em narrativa, boa parte da experiência depende da relação do jogador com seu roteiro. Se por um lado a tentativa de apelo emocional de Distraint é um pouco barata, a história de modo geral ainda apresenta boas reviravoltas. Existe uma tensão perceptível nos eventos do jogo com altos e baixos bem pensados. De fato, é difícil não ficar perturbado por pelo menos algumas das coisas que acontecem.

Em termos de movimentação, o jogo é um sidescroller 2D. Conforme anda para a esquerda e para a direita nas telas, o jogador pode interagir com objetos do cenário, adicionar itens ao seu inventário e utilizá-los em outros pontos interativos. Com poucos botões, a jogabilidade é bastante simples e fácil de aprender. Não há nenhum momento de grande dificuldade ou no qual seja necessário pensar muito para chegar na resposta do que fazer.

Ao todo, o jogo dura cerca de 2 horas e não existe nada para fazer além dos eventos da história, o que faz com que a experiência dificilmente valha uma segunda dose. No entanto, Distraint apresenta um belo trabalho de construção de uma atmosfera sombria e inquietante que faz com que essa trama curta valha a pena.

Um mundo sombrio e barulhento


Um dos aspectos que chama atenção em Distraint é com certeza seu estilo artístico. O uso de iluminação e cor pelos cenários dão destaque a determinados pontos ao mesmo tempo em que deixam sombras que instigam a imaginação e o medo do jogador. Até os personagens com suas cabeças avantajadas e expressões sombrias aumentam a sensação de um “circo de horrores”.

E essa estética é muito bem acompanhada pelos efeitos sonoros. Boa parte do tempo o jogo é barulhento, te deixando com a sensação de que algo está prestes a acontecer. Mesmo assim, os momentos reais de jump scare são efetivos. Em particular, as cenas com bastante sangue chegam a ser um pouco pesadas.

Outro detalhe importante da experiência é a tradução para o português. Ela é em geral boa, apesar de possuir alguns errinhos e até mesmo uma frase ter ficado indevidamente em inglês. Como a linguagem é leve, é fácil relevar boa parte dos problemas.

De forma geral, Distraint é um jogo de terror bem vindo à biblioteca do Switch. Vale a pena, no entanto, moderar as expectativas. É um título curto e simples, mas a atmosfera sombria bem construída faz o jogo ser uma interessante experiência.

Prós

  • Atmosfera sombria e inquietante;
  • História com momentos verdadeiramente perturbadores.

Contras

  • Curta duração e sem qualquer elemento para oferecer fator replay;
  • Alguns errinhos na tradução para o português.
DISTRAINT: Deluxe Edition - Switch/Android/iOS/PC/PS4/PS Vita - Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão por Kiefer Kawakami  
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ratalaika Games

é formado em Comunicação Social pela UFMG e costumava trabalhar numa equipe de desenvolvimento de jogos. Obcecado por jogos japoneses, é raro que ele não tenha em mãos um videogame portátil, sua principal paixão desde a infância.
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