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Análise: Golf Zero (Switch) — desafiando a gravidade com um taco de golfe

Com mecânicas desafiadoras e viciantes, é difícil não passar horas quebrando a cabeça para acertar cada buraco, enquanto lamenta por ser curto demais.

Em meio a crescente onda de jogos de golfe como WHAT THE GOLF? (Switch), Golf Story (Switch), Golf Peaks (Switch) e até Mario Golf: Super Rush (Switch) sendo lançados e anunciados, 3 anos após seu lançamento nos dispositivos móveis, Golf Zero (Switch) dá a sua tacada no híbrido da Nintendo, seguidamente de versões para os demais consoles. Apesar de muita variedade no gênero, com certeza cada jogo arriscou uma proposta diferente, trazendo diferentes abordagens ao esporte escocês mais famoso do mundo, algumas surpreendentes, já outras despretensiosas. O Golf Zero se encaixa bem nesse último.

Em busca do hole-in-one!

O game, desenvolvido por apenas duas pessoas, Colin Lane e Brad Erkkila, não esconde as suas pretensões: ser um jogo simples, viciante e rico nas mecânicas nas quais propõe. Mesmo que isso signifique um sacrifício de maiores conteúdos ou elementos que prendam o jogador ao game por mais tempo.

O jogo conta com pouco mais de 80 níveis separados entre dois modos: "Normal" e "Speed Run". No primeiro, o jogador conta com a gigantesca maioria das fases sendo disponibilizadas à medida que conclui a fase anterior. Há duas áreas temáticas onde o game se passa, Grass Islands e Sunset Hills, que na prática representam apenas uma mudança no background das fases e no nível de dificuldade, uma vez que a última só é liberada após o 40º nível.




Já o modo Speed Run deixa muito a desejar, contando com apenas 3 fases disponíveis. O interessante é que, além de tentar conseguir a tacada certeira o mais rápido possível, enquanto passa por obstáculos, escala paredes e acerta os trampolins, existem diversos modos de se concluir as fases, o que torna o desafio ainda mais interessante.




O jogador tem, em cada fase, três bolas disponíveis e que conseguem interagir com os elementos do cenário como inimigos, balões, botões e trampolins, além de serem fortemente influenciadas pelo relevo do terreno em que aterrissam.

Prepare o seu taco!

Quanto às mecânicas de jogabilidade, o nosso jogador de golfe possui um bom plantel de ações disponíveis. Além de pular e andar, é possível realizar o wall jump sem limite de saltos, deslizar pela parede e até mesmo saltar no ar, se for feito pouco após o fim da sua plataforma.

Além disso, para realizar cada tacada, inicia-se um intervalo demarcado com um círculo ao redor do personagem no qual o tempo progride bem lentamente, até que a batida seja angulada e ajustada para o percurso desejado. Essa mecânica é também bem útil para garantir saltos certeiros, e, se usada corretamente, pode ser o diferencial entre repetir ou não as jogadas.



Cada nível possui uma certa quantidade de objetivos a cumprir, que garantem a progressão para o próximo nível com uma medalha de prata (a mais básica) ou de ouro, caso atenda a todos os requisitos. Na gigantesca maioria das fases basta, além de acertar o buraco, conseguir também estourar um balão localizado em alguma etapa da fase, mas também há a possibilidade de precisar finalizar em menos de X segundos ou ainda utilizar apenas uma bola entre as 3 disponíveis.

Há ainda os níveis no qual há um segundo jogador controlado pela IA que tenta alcançar o hole-in-one antes de você. É realmente impressionante que ele não cumpre sempre a mesma trajetória e superá-lo é mesmo um grande desafio ao player, ainda que tenha que utilizar do cenário para eliminá-lo. Isso se ele não te eliminar primeiro.



Todos querem a bola

Os inimigos, além de muito irritantes, são muitas vezes utilizados como plataforma de pulos para alcançar patamares mais altos. Mas não se engane, a maioria deles é bem programada para ir diretamente na sua direção, de forma que mesmo com o tempo lento, ficará difícil não morrer.

Misturando o gênero hardcore platforming com golfe, Golf Zero (Switch) sai com um ponto acima do par. Rápido e diverso, o jogo se destaca graças a uma boa dose de desafio, jogabilidade precisa e humor, já que sacrificar seu golfista para encontrar a curva perfeita é uma das práticas necessárias para progredir no game.




Os níveis e eventos progridem bem e conseguem renovar o desafio, mas mesmo com os mais de 80 buracos à disposição, o final do campo provavelmente chega um pouco rápido demais. Mas ao julgar pela capa, muitos jogadores deixarão de aproveitar um ótimo jogo do gênero, pois há certeza de boas horas de diversão e desafio para cumprir todas as fases com a medalha de ouro.

Engraçado, pois, assim como nos primeiros Megaman, a arte oficial mostra um exagero de complexidade que chega a ficar creepy.

Prós

  • Level-design criativo e diverso;
  • Progressão de dificuldade equilibrada e desafiadora;
  • Preço constantemente em promoção e normalmente bem abaixo dos padrões.

Contras

  • Não é difícil experimentar alguns bugs de hit-box em trampolins e plataformas;
  • Discutível, mas o game é bastante curto;
  • Ausência de outros modos de jogo e pouco conteúdo no modo Speed Run.
Golf Zero — Switch — Nota: 8.0

Revisão: Felipe Fina Franco
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ratalaika Games


Curioso, empolgado e positivo: os ingredientes ideais para criar o Felipe perfeito...ou quase! Estudante de Engenharia no crachá, programador aos fins de semana e designer às quintas-feiras. Na dúvida, viajar pelos mundos de Kingdom Hearts ou caçar monstros em Hyrule são sem dúvidas uma boa aposta! Conheçam-me! @felipe_lemos12
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