O Nintendo Blast recebeu da distribuidora o Headset Recon 70 e pudemos testá-lo das mais variadas maneiras ao longo de um mês. Confira todas as nossas impressões na análise a seguir e descubra se vale a pena investir nessa mais nova opção de periférico.
Discreto e ergonômico
O modelo que testamos é indicado para Switch, por isso, tem detalhes em vermelho que combinam muito bem com o preto (cor majoritária do equipamento). A tonalidade que referencia o console da Nintendo está presente no extensor que permite ajustar o tamanho do headset; na camada acolchoada que fica em contato com a parte superior da cabeça; no interior das conchas auriculares; e em todo o cabo que mede 130 cm.
A estrutura composta quase que totalmente de plástico resulta em um equipamento leve, com cerca de 220 g. Eu o utilizei algumas vezes durante todo o expediente no trabalho (oito horas) e em nenhum momento senti a cabeça ficar sobrecarregada, pelo contrário, era até comum esquecer que estava com o headset. O conforto é aprimorado pela sensação térmica, com a orelha não esquentando mesmo nos dias de calor.
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Os detalhes em vermelho do Recon 70 |
O design do Recon 70 não é o de um periférico premium, sendo mais discreto e elegante. Sem luzes ou detalhes extravagantes, pode ser tranquilamente usado em escritórios sem chamar a atenção dos colegas. As hastes permitem um ajuste amplo de altura, tornando-o versátil e capaz de se adequar a cabeças de qualquer tamanho. Já as conchas auriculares fazem movimentos de 90º para retirar um dos alto-falantes da orelha — solução que permite ouvir o “mundo exterior” sem a necessidade de remover o headset.
O microfone é do tipo flip-to-mute, ou seja, somente é ativado quando está abaixado e próximo da boca do jogador. Se for levantado, automaticamente interrompe a captação e transmissão de som. Particularmente, tive dificuldades com o controle de volume localizado na concha auricular da esquerda. Isso porque estava acostumado com equipamentos que têm o seletor como parte do cabo. No entanto, a retirada dessa peça do fio é mais do que bem-vinda por eliminar dois possíveis pontos de mau contato.
Com estrutura flexível, o headset permanece bem encaixado na cabeça mesmo quando são realizadas ações mais bruscas. Além disso, é possível colocar ou retirar os óculos do rosto sem que a posição do aparelho seja alterada. Já as partes móveis do periférico, como o microfone e as hastes para ajuste de altura, se mostram bem sólidas. Nesses locais, executei dezenas de movimentos repetitivos e a rigidez permaneceu inalterada — indicativo de que a utilização constante não deve torná-los frouxos facilmente.
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A parte superior do periférico tem o nome da empresa |
Para todos os usos
Apesar de o modelo vermelho e preto do Recon 70 ser indicado para Switch, ele funciona em vários aparelhos. Com o conector de 3,5 mm do tipo P3, consegui utilizá-lo no smartphone para assistir vídeos, ouvir músicas e também jogar. Em todas essas atividades, a qualidade sonora se manteve a mesma. Situação semelhante aconteceu no PC, com resultados bastante satisfatórios nas três atividades. Inclusive, minha percepção espacial em alguns FPS (como Valorant) foi melhor com o equipamento da Turtle Beach.
Já no Switch, o headset se mostrou competente e permitiu localizar com clareza a origem de cada som. Em Overwatch, por exemplo, conseguia ouvir com clareza os passos que vinham do corredor logo atrás do meu personagem. Contudo, é preciso ter cuidado com o controle de volume, que atinge níveis bastante elevados e capazes de prejudicar a audição. Como teste, conectei o Recon 70 ao Switch e o deixei ligado sobre a mesa na potência máxima. Os sons emitidos tinham intensidade semelhante àqueles que saem do alto-falante do próprio console quando estão com aproximadamente 50% do volume.
O periférico também se destaca pelo seu microfone, que consegue captar a voz de maneira bem clara e até evita a transmissão de alguns ruídos menos intensos. Em conversa com um grupo de amigos, nenhum deles percebeu os sons que vinham de bate-papos que aconteciam na sala ao lado. Porém, essa característica acaba praticamente inutilizada no Switch, afinal, são raros os jogos do console que oferecem chat por voz.
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Detalhe do conector P3 |
Equilíbrio entre graves e agudos
A qualidade sonora do Recon 70 é competente, com um bom equilíbrio entre graves e agudos. Os alto-falantes de 40 mm cobrem toda a orelha e oferecem um balanço bastante ideal de sensibilidade, ou seja, não há um lado que estoure ou se destaque mais do que o outro. Com essas características, o equipamento se saiu muito bem nos testes realizados no site Audio Check — mostrando ser capaz de reproduzir frequências a partir de 20 Hz sem nenhum tipo de zumbido ou chiado que atrapalhe a experiência.
O periférico só deixou um pouco a desejar no quesito isolamento. Quando bem ajustado na cabeça, ele é capaz de abafar os sons que vêm de fora de maneira que não atrapalhem a jogatina ou a reprodução de uma música. No entanto, basta um barulho um pouco mais forte para “romper” a barreira e te trazer de volta para a realidade.
O revestimento das conchas auriculares é feito de material maleável e confortável, mas que pede atenção. Isso porque o acúmulo de resíduos pode desgastar o revestimento e deixá-lo rachado, como geralmente acontece com esse tipo de acabamento. Porém, o problema é facilmente evitável com a higienização frequente utilizando pano umedecido na água para remover o suor e outras impurezas. Por mencionar a higienização, o Recon 70 não traz ranhuras ou detalhes em seu corpo que favoreçam o acúmulo de sujeira.
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O controle de volume fica na concha esquerda |
Sem prejudicar a mobilidade
Apesar de ser um equipamento com cabo, a extensão do fio permite que o usuário se movimente tranquilamente. Os 130 cm foram suficientes para eu conectar o headset ao Switch no modo portátil (colocado sobre a mesa) e jogar utilizando o Pro Controller. Nessa experiência, os fones de ouvido não se soltaram nenhuma vez e nem derrubaram o console, mesmo eu fazendo diferentes movimentos com a cabeça e com o corpo.
Uma nova e interessante alternativa
Com design bem projetado e competente na reprodução do áudio, o headset se revela uma opção a ser considerada por aqueles que procuram um produto intermediário. Mesmo sendo um periférico com fio na era do wireless, a extensão do cabo é mais do que suficiente para não prejudicar a mobilidade do usuário. Além disso, ganha pontos por manter a ótima qualidade sonora quando utilizado em equipamentos variados.
Mesmo os pequenos problemas, como o isolamento que poderia ser melhor, não são capazes de subjugar as qualidades do aparelho quando analisada a relação custo-benefício. Confortável e ergonômico, o headset Recon 70 é ideal para muitas horas seguidas de jogatina por ser capaz de extrair uma excelente qualidade sonora do Switch (ou outro dispositivo) sem esquentar as suas orelhas ou deixar a cabeça pesada.
Prós
- Design discreto e elegante;
- Microfone capta e transmite a voz de maneira bastante clara;
- Bom equilíbrio entre graves e agudos;
- Cabo de 130 cm não prejudica a mobilidade;
- Leve e muito confortável.
Contras
- O isolamento poderia ser um pouco melhor;
- Níveis altos de volume demandam cuidado do usuário;
- O revestimento das conchas auriculares tende a “rachar” sem a devida atenção.
Headset Recon 70 — Nota: 9.0
Revisão: João Gabriel Haddad
Análise produzida com equipamento cedido pela Solutions 2 Go