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Análise: Graviter (Switch) é um puzzle de outra galáxia

Controle um cometa em uma busca implacável por seu gato perdido em algum lugar nos confins do espaço.

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Um pequeno cometa, passeando feliz com seu gatinho astronauta pelas galáxias sem fim, de repente e sem explicação tem o felino roubado por um buraco negro mal-encarado. Assim começa Graviter, puzzle sobre gravidade lançado em 8 de abril pela (ironicamente?) No Gravity Games. Com uma história um tanto quanto maluca, o jogo se mostra simples de aprender e muito divertido de jogar.

Sobre o universo e gatos

Graviter é muito simples e direto ao ponto. Depois de alguns mapas de tutoriais que explicam cada mecânica básica de movimento, aumento ou até mesmo ocultação de planetas, o jogador, no controle do cometa, está pronto para encarar desafios cada vez mais complexos em que cada uma dessas mecânicas terá de ser usada em conjunto para coletar as pistas do paradeiro de seu felino de estimação surrupiado.

Os desafios começam sem muitos segredos, mas, com o passar do tempo, torna-se necessário fazer com que um planeta suma para que seu campo gravitacional não interfira com a rota desejada. Sem dúvidas, o mais interessante de todas as mecânicas apresentadas é o sistema de pause, que faz com que o jogador precise repensar a rota mais de uma vez por fase, tornando o desafio ainda mais envolvente para os amantes do gênero.

 

A experiência é cada vez mais desafiadora nos níveis mais altos, pois o número de pauses é limitado em alguns níveis. O mais legal de tudo isso: Graviter foi projetado para ser o mais realista possível no que diz respeito a todas essas questões de física.

Possibilidades vastas como as galáxias

O objetivo do jogo é simples: em cada fase, uma ou mais patinhas de gato aparecem na tela e deve-se coletar todas dentro do número de pauses permitidos sem tocar em nenhum obstáculo, que pode ser um dos planetas ou paredes. Mecanicamente, Graviter é tão simples quanto parece: o jogador não controla o pequeno cometa diretamente, mas sim os elementos em volta dele para que este possa chegar ao destino final. Dessa forma, espera-se que aumentando ou diminuindo planetas, movendo-os ou ocultando-os, a rota do cometa consiga passar sobre a patinha para que nosso protagonista possa, enfim, coletá-la.

Como já dito, o nível de dificuldade sobe gradativamente. Muitas vezes é necessário experimentar como a rota se comporta ao tornar um planeta transparente e simultaneamente aumentar ou diminuir o planeta mais distante do ponto inicial, ou até mesmo como a movimentação de um planeta em um ponto intermediário vai interferir no destino final.

Inclusive, espera-se que os processos se repitam várias vezes, graças ao sistema de pause que interrompe a trajetória do cometa no ponto em que o comando foi acionado e torna possível a realocação dos elementos da tela — sempre respeitando as leis da física, claro. Contudo, esse recurso não é ilimitado na maioria dos mapas, fazendo com que parte do desafio seja coletar as patinhas de gato dentro de uma quantidade específica de interrupções.

Atrativo como a própria gravidade

Os puzzles de Graviter não são extremamente complexos e estão longe de serem impossíveis, mas, ao mesmo tempo, não se trata de um jogo simples. A dificuldade, em conjunto com a variedade de mecânicas presentes, certamente propõe um desafio na medida certa, proporcionando uma experiência agradável. É interessante que se tenha mais de uma maneira de resolver cada nível, mas dificilmente será igualmente agradávelinteressante refazer todas as 101 fases para experimentar tudo outra vez, o que pode limitar o fator replay do título.

Os tutoriais iniciais não deixam a desejar, mas para realmente pegar realmente o jeito da coisa talvez leve algum tempo. Os controles, apesar de simples, podem causar certa confusão no início da jogatina, porém nada que comprometa o gameplaya experiência como um todo. No máximo será necessário ir e voltar a um mesmo planeta algumas vezes por algum tipo de missclick, algo bastante normal, por assim dizer.

analise graviter switch customizacao

A música também é relaxante e casa muito bem com a proposta ali presente, uma vez que não incomoda ou atrapalha na resolução dos desafios em nenhum momento. Outro ponto positivo para Gravitero jogo é sua customização: pode-se trocar as moedas coletadas ao final de cada nível por novas cores para o cometa ou diferentes efeitos para sua trajetória. Além disso, o jogo também conta com um tema mais “limpo" para aqueles que queiram jogá-lo em uma versão menos colorida, fazendo com que a experiência fique menos distrativa em algumas fases.

Newton com certeza aprovaria

Como um todo, Graviter é uma ótima pedida para os fãs de puzzle. Rico em possibilidades e com uma estética muito atraente na combinação entre fundos e efeitos, com certeza é uma boa experiência para aqueles que desejam apenas passar um tempo de qualidade entre uma aventura no Reino dos Cogumelos ou uma volta por Hyrule.

Com desafios justos e pouco frustrantes, temos uma obra que certamente chama a atenção para todo o cuidado com o que o jogo foi trabalhadao, especialmente com relação à física funcional e trajetórias satisfatórias de assistir ao atingir o objetivo de cada mapa.

Prós

  • Esteticamente agradável;
  • Boas e variadas opções de customização;
  • Desafiador na medida certa.

Contras:

  • Controles confusos no início;
  • Fator replay baixo.

Graviter — Switch/PC/ — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: Switch

Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela NoGravity Games


Também conhecida como Lilac, é fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas. Icon por 0range0ceans
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