O que esperamos e o que já vimos nos gráficos de Pokémon Legends: Arceus?

O que esperamos? Não muito. O que já vimos? Bem pouco…

em 24/01/2022

Quando o assunto é Nintendo (nós detonamos!), sabemos que alguns pontos são polêmicos na comunidade gamer. Entre eles está um dos temas mais discutidos em relação à gigante japonesa: os gráficos. E olha, no passado não era assim. Quem não se lembra do comercial de anúncio do Donkey Kong Country para o SNES

A busca por “poder” sempre moveu a indústria dos games, e a cada ano, novas tecnologias são desenvolvidas para entregar ao consumidor uma experiência cada vez mais realista. Agora, e quando temos acesso a uma boa ferramenta e não sabemos utilizar? Há algumas semanas fomos agraciados com o trailer de apresentação do mais novo jogo da franquia Kirby. Que coisa mais linda e cheia de graça!

Como todos sabem, a franquia Pokémon é a mais valiosa no mundo atualmente e tudo que toca, vira ouro e praticamente “imprime dinheiro”. Mas, será que só isso é suficiente? Desde a mudança do cenário 2D para o mundo tridimensional, os jogos perderam qualidade e são constantemente criticados por sua aparência.

De fato, não se julga um livro pela capa, o problema é quando a capa não é bonita e o conteúdo também não é dos melhores. Será que Pokémon Legends: Arceus provará o contrário? Boa leitura!

Expectativa x Realidade

Pokémon Legends: Arceus foi anunciado no Pokémon Day de 2021 e logo de cara foi comparado com outra franquia da casa: The Legend of Zelda: Breath of the Wild. Se a fórmula deu certo uma vez, por que não repeti-la? Com uma jogabilidade que remete ao mundo aberto e construção de itens, o jogo se passa em uma era onde Pokémon e humanos não eram muito próximos.

Logo de cara podemos perceber a tentativa - ousada devo dizer - da Game Freak em relação à franquia Pokémon. Diferente do que estamos acostumados a ver, desde a movimentação até as batalhas são diferentes. No entanto, há uma característica que não deixou de ser notada e que repercutiu tanto quanto em 2019: os gráficos não estão bons.


E não estão mesmo. Pokémon Legends: Arceus parece um jogo de Nintendo Wii remasterizado. O game não está de todo feio mas a qualidade está deixando muito a desejar. Seja o ambiente, os efeitos de luz ou até mesmo os modelos de personagens/Pokémon, nota-se que não houve muita alocação de recursos.

Comparado com a franquia Zelda, que demora em média 5 anos para lançar um novo título da série, Pokémon recebe um jogo novo praticamente todos os anos desde 2011 e com isso, é de se esperar que a qualidade não esteja à altura do que precisa ser.

Gráficos ou Enredo? Ou os dois juntos?

Eu te pergunto, caro leitor: o gráfico influencia tanto assim em um jogo? Será que não estamos “pegando muito no pé” em relação à aparência de um jogo que nasceu em um portátil de recursos limitados? A resposta você pode deixar nos comentários depois. Não é novidade para ninguém que Pokémon atinge tantas pessoas de diferentes idades e classes sociais, tanto que agora no começo de 2022 foi divulgada uma nota sobre as vendas da franquia, que superou a marca dos anos 2000.

Mesmo após a febre do começo do século ter passado, o sucesso ainda continua 20 anos depois. Eu jogo Pokémon desde 1998 e fiz parte do boom que houve no começo do milênio. O que antes era apenas um jogo de monstrinhos em um portátil, hoje é a franquia mais valiosa do mundo e arrisco dizer que se eu mostrar uma imagem do Pikachu para qualquer pessoa ao redor do planeta, essa pessoa irá reconhecer o rato elétrico.


No entanto, isso não pode servir de muleta para a Game Freak e Pokémon Company para lançarem os seus jogos como andam fazendo nos últimos anos. Ouvir a comunidade, prestar atenção nas tendências de mercado e principalmente, analisar como a indústria está se desenvolvendo são fatores cruciais para o sucesso de um jogo. Aqui, o que temos é um nome extremamente forte e que vende. Contudo, só isso não basta.

Lembro-me de quando as versões X/Y (3DS) foram lançadas em 2013. A migração do universo 2D para o 3D foi absurda. Finalmente havíamos saído de sprites animados e passamos a ver modelos tridimensionais, que pareciam ter vida na tela do portátil revolucionário da Nintendo. Ali começou o declínio da franquia.

Herança conservadora

Pegando o gancho da última ideia apresentada, gostaria de fazer uma reflexão com você leitor. Ainda no Pokémon Day de 2021, as versões remasterizadas dos jogos da quarta geração, Brilliant Diamond/Shining Pearl, também foram anunciadas. A expectativa por um remake nos moldes das versões Sword/Shield era tanta que, quando foi mostrado o estilo chibi, houve um falatório imenso entre os fãs.

Em 2018, recebemos as versões Let’s Go Eevee/Pikachu, o segundo remake da primeira geração. A estrutura é a dos jogos originais combinada com o motor gráfico das versões Sun/Moon. O resultado é um jogo bonito, charmoso e cativante, pois nos faz lembrar de quando éramos crianças e jogávamos em nosso Game Boy.


Sendo assim, por que os remakes não seguiram essa mesma premissa? Por que optaram pelo estilo chibi? Meu palpite é simples porém óbvio: trabalharam onde sabem que dá certo. Foi anunciado que Junichi Masuda, diretor das versões originais lançadas em 2006, seria o diretor dos remakes. Coincidência? Eu acho que não. A escolha de Masuda como diretor foi estratégica e sagaz.

Ao ser apresentado e ter como referência as versões originais, há um certo conforto dos fãs de saber que o jogo receberá o seu devido tratamento. Embora tenha havido problemas no lançamento, como patch logo no primeiro dia, bugs e glitches, uma coisa é certa: as versões Brilliant Diamond e Shining Pearl estão bonitas. E não é só porque gosto da quarta geração que falo isso. O jogo está realmente muito bonito.


Minha expectativa e acredito que de toda a comunidade, é de que Pokémon Legends: Arceus nos surpreenda por sua jogabilidade, história e funcionalidades presentes. A ideia de juntar um jogo de mundo aberto com Pokémon é extremamente ousada e que pode dar muito certo ou flopar como dizem os jovens da internet.
Pokémon Legends: Arceus vai de encontro a tudo o que se esperava. Em vez de surgir das cinzas como um Ho-Oh e revigorar a franquia, é tão feio quanto um Garbodor. Há margem para melhora? Sem sombra de dúvidas. Mas já passou da hora de termos "o" jogo de Pokémon e não apenas mais um.  Bom, eu vou comprar, apesar dos apesares. E você, caro leitor, o que espera do jogo?

Revisão: Diogo Mendes

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Victor Hugo Carreta
Fã de carteirinha da franquia Pokémon desde os oito anos de idade, teve seu primeiro contato com os monstrinhos de bolso no Game Boy Color e de lá para cá, são mais de 25 anos de alegria. Fanático por vídeo-games, gostaria de poder jogar mais tempo do que trabalha.
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