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Análise: Swordship (Switch) se destaca enquanto um veloz e intenso arcade de ação

Desvie de projéteis e exploda inimigos neste título roguelike com traços futurísticos.

Ambientado em cenários distópicos, Swordship apresenta uma jornada que, apesar de contar com um enredo pouco desenvolvido, é capaz de envolver no Switch. Isso ocorre principalmente por conta de sua viciante gameplay, que combina o gênero dodge 'em up com progressão roguelike de maneira formidável. 

Direto para a ação, sem muita enrolação

Após o aquecimento global devastar as terras do universo de Swordship, parte da humanidade decidiu se refugiar no leito do oceano, criando, assim, três grandes cidades subaquáticas. O grande problema é que, como o espaço oceânico se mostrou limitado, muitos moradores foram deixados para trás, tendo que sobreviver com poucos recursos nos desertos da superfície.

Diante da luta pela sobrevivência, essa população marginalizada recebeu a ajuda de um grupo de pilotos rebeldes, que passou a roubar mercadorias para dar aos pobres. Isso foi possível graças a velozes aeronaves, as Swordships, que mostraram-se capazes de agir no grande fluxo de trocas de contêineres entre as cidades submersas. 

Desse modo, em Swordship, nós assumimos o papel de um rebelde que pilota uma dessas máquinas e deve roubar os recursos de subsistência, lidando com robôs que os protegem. Em termos de estrutura, o arcade dispõe de uma campanha com diversas fases que seguem uma progressão roguelike. Ou seja, isso significa que a jornada deve ser concluída de maneira ininterrupta, pois, em caso de morte, retornamos ao menu inicial do jogo.

Com essas características, temos uma trama bastante básica, que não entrega cenas cinematográficas elaboradas ou outros recursos narrativos, como acontecimentos e diálogos que possam modificar drasticamente o curso da campanha. No entanto, reconheço que isso não chega a ser um problema tão notável, uma vez que, a partir dessa particularidade, a aventura propõe uma jogatina sem muita enrolação, que é capaz de conquistar os jogadores com sua envolvente gameplay.

Desviando, mergulhando e provocando explosões

Nos estágios de Swordship, controlamos uma espaçonave que deve, primeiramente, recolher determinado número de contêineres, para depois entregá-los em pontos de coleta que emergem ao longo das águas do cenário. Com toda a ação ocorrendo no estilo vertical scrolling, também é preciso ficar atento ao surgimento de incontáveis inimigos, que fielmente defendem as mercadorias.



Para lidar com eles, nossa aeronave não conta com blasters de tiros, mas felizmente dispõe de uma elevada aceleração que a permite desviar de maneira ágil. Somando-se a isso, também há a possibilidade de mergulharmos por alguns instantes, uma habilidade singular que evita momentaneamente qualquer tipo de dano. 

Essas duas características de movimentação possibilitam um dos melhores conceitos do jogo, que é a possibilidade de usar os ataques inimigos contra eles mesmos. Seja enganando raios lasers ou ativando bombas e depois mergulhando, é muito divertido e satisfatório acertar as manobras, até mesmo quando fazemos isso sem querer.

Além de comandos que são fáceis e extremamente precisos, Swordship também se beneficia de uma fórmula roguelike bastante viciante, a qual instiga os jogadores com a proposição de zerar toda a campanha de uma só vez. Com isso, surge, igualmente, a possibilidade de desbloquear melhorias, arquivos de colecionáveis e aeronaves inéditas no sistema de progressão do jogo, que opera através de um ranking de pontuação. Este, por sua vez, também nos incentiva a buscar novos recordes, inclusive em diferentes níveis de dificuldade, o que é uma adição bacana.

O visual minimalista do futuro

Em termos de performance, o arcade não decepciona: todos os movimentos são muito fluidos nos dois modos do Switch, não comprometendo as ações em nenhum momento. Enquanto isso, os visuais da aventura são agradáveis ao passo que seguem um estilo minimalista, permeado pela exibição de curtas animações quando executamos manobras elaboradas. Estes momentos, por sua vez, são cheios de charme e, de quebra, ainda realçam a bela paleta de cores do título.



No console da Nintendo, Swordship foi lançado com suporte para o português, o que é agradável. Porém, cabe dizer que, em certas ocasiões, algumas palavras e frases surgem em inglês, não sendo devidamente traduzidas ao nosso idioma. Por exemplo, é comum ver, na tela, termos estrangeiros como City, Lane e Extra Life durante a jogatina, causando uma certa estranheza visual quando são colocados ao lado de expressões traduzidas.

Outro potencial problema a ser mencionado é o fato de que há pouca diversidade de desafios, dado que todos os mundos e estágios são praticamente iguais, diferenciando-se apenas em estilos de inimigos e coloração de background. Ademais, confesso que senti falta de uma maior variedade de movimentos para as naves. Como um bom fã da franquia Star Fox, uma das minhas primeiras reações durante a jogatina foi tentar realizar um Barrel Roll, e foi um tanto frustrante perceber que, além de mergulhar e direcionar o curso da nossa embarcação, praticamente não há mais nenhuma ação passível de ser executada.

Entendo, assim, que Swordship não esconde a sua natureza minimalista em nenhum momento: do desenvolvimento narrativo ao repertório de controles e habilidades, temos um jogo essencialmente simples. Todavia, isso não significa uma ausência de diversão, muito pelo contrário. Assim como as suas ligeiras propostas de gameplay, o título é capaz de envolver com rapidez e efetividade.

Diversão veloz que emerge da água

Dentro do que se propõe a oferecer, Swordship é uma excelente opção de arcade de ação na biblioteca do Switch. Além de ser capaz de oferecer uma jogatina descompromissada, que, sem delongas, é fácil de jogar e largar, a aventura tem qualidades de sobra em termos de intensidade, estilo e personalidade. Assim, no comando das estilosas naves, basta acelerar sobre a água para garantir momentos de diversão repletos de velocidade.

Prós

  • Fórmula viciante por meio da combinação dos estilos dodge 'em up e roguelike;
  • A jogabilidade é precisa e fácil de se aprender;
  • Desafios repletos de intensidade, que exigem decisões velozes;
  • Possibilidade de adquirir melhorias, novas naves e diferentes níveis de dificuldade;
  • Com traços minimalistas e futuristas, a estética é agradável.

Contras

  • A localização para o português deixa de traduzir algumas frases e palavras;
  • Baixa variedade de movimentos das naves e de tipos de desafios;
  • Quem busca um bom enredo pode se frustrar com o raso desenvolvimento narrativo.
Swordship — Switch/PS4/PS5/XBO/XBX/PC — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Vitor Tibério
Análise produzida com cópia digital cedida pela Thunderful

Jornalista, colaborador no Nintendo Blast e doutorando em Comunicação Social.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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