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Análise: Mugen Souls Z (Switch) traz uma nova galáxia para Chou-Chou conquistar

A autoproclamada deus indiscutível se junta a uma nova divindade para dominar novos mundos.

Lançado originalmente para o PS3 em 2013, Mugen Souls Z é a sequência direta de Mugen Souls, um RPG da Compile Heart. Assim como ocorreu com o relançamento do primeiro título para o Switch no início deste ano, a segunda aventura de Chou-Chou também chega ao console por meio da Eastasiasoft.

Embora boa parte da jogabilidade de seu antecessor tenha sido mantida, esta entrada traz consigo melhorias e novidades que a tornam ainda mais rica e envolvente que seu precursor.

Uma Nova Protagonista

Depois de conquistar os sete mundos no primeiro Mugen Souls, Chou-Chou, a autoproclamada deus indiscutível, deseja expandir ainda mais o seu domínio. Desta vez, seu alvo é uma galáxia composta por doze planetas, cada um representando as constelações do zodíaco.

Contudo, a expedição da protagonista é interrompida quando ela se depara com Syrma, uma deusa suprema que carrega consigo um misterioso caixão. Movida pela curiosidade, nossa heroína adentra o objeto e é surpreendida com a absorção de seus poderes por Syrma. 

Neste momento, a deusa suprema se recorda de que está privada de sua força total e que precisa absorver a energia das deidades responsáveis por esses mundos para recuperá-la. Assim, as duas divindades unem forças em busca dos doze seres divinos, ao mesmo tempo que transformam os habitantes desses planetas em peões de Chou-Chou.

Tal qual seu antecessor, a trama de Mugen Souls Z se sustenta quase que exclusivamente no bom humor, apresentando diversos momentos genuinamente engraçados. Neste contexto, as protagonistas formam uma dupla fascinante, com Chou-Chou sendo determinada e confiante, enquanto Syrma é preguiçosa e pouco ambiciosa.

Além das divindades, uma variedade de outros personagens cativantes compõem o elenco, incluindo muitos retornando do primeiro jogo e alguns estreantes. Também vale destacar que o título chega ao Switch sem as censuras que sofreu em seus fanservices no lançamento original no Ocidente; portanto, a casa de banho que permite que os jogadores esfreguem sabão nas garotas com roupas íntimas está incluída nesta versão.

Riquíssimo em muitos aspectos

A jogabilidade de Mugen Souls Z segue em grande parte a base de seu antecessor, com a exploração de cada mundo ocorrendo em ambientes 3D nos quais é possível avistar os inimigos e surpreendê-los com um golpe, resultando em vantagens durante as batalhas. Os combates são por turnos, mas permitem que o jogador se mova pelo cenário. Mais uma vez, uma ampla variedade de recursos enriquece as lutas, com diversas habilidades que causam dano, concedem buffs ou debuffs, curam a vida e removem efeitos negativos. 

O número de armas, equipamentos e roupas disponíveis também é impressionante, oferecendo aos jogadores inúmeras opções para customizar seus heróis de acordo com suas preferências. Além disso, um aspecto notável é o amplo espaço para fortalecer os personagens, com os níveis podendo ultrapassar a marca dos milhares e os danos alcançando números astronômicos.

Dentro dos combates, geralmente há a presença de alguns cristais que concedem diversos efeitos diferentes. Um sistema interessante que nos permite extrair potencial desses objetos é a capacidade de ricochetear os oponentes pela tela. Para exemplificar, ao vermos um cristal que impede que um indivíduo nas suas proximidades se movimente, podemos rebater o oponente até ele para ganhar essa vantagem.

Para aqueles que buscam por batalhas mais intensas, o jogo oferece o Mugen Field, um local dividido em andares e recheados de monstros e chefes. Conforme avançamos nos estágios, oponentes cada vez mais poderosos surgem, o que nos proporciona um alto grau de desafio.

Ao vencer as fases deste local, o jogador é recompensado com pontos e tickets que podem ser trocados por novos benefícios, tais como: artes da galeria; aprimoramento das habilidades; aumento dos limites de nível máximo dos heróis e equipamentos; bônus de experiência e aumento dos shampurus recebidos.

Em suma, o combate em Mugen Souls Z é extremamente dinâmico e rico, pois, além de termos diversas opções de builds e variações táticas ao nosso alcance, conseguimos alternar a qualquer momento entre os quatro personagens principais e os suplentes. Somado a isso, o jogo ainda nos permite pular as animações de ataques, o que pode acelerar bastante o grinding.

Algumas novidades notáveis

Em Mugen Souls, Chou-Chou tinha a habilidade de converter inimigos em peões por meio de seu charme. Para conquistar diferentes espécies de adversários, ela podia assumir uma forma completamente diferente, alterando sua personalidade e aparência. Uma vez convertidos, os monstros se transformavam em Shampurus, criaturinhas fofas semelhantes a coelhos.

Por alguma razão, esse poder não foi absorvido por Syrma, mas ela encontrou uma maneira de criar o mesmo efeito. Embora a deusa preguiçosa não se transforme efetivamente, ela modifica suas roupas e cabelo e realiza poses distintas para seduzir os diversos tipos de oponentes.

Este sistema, anteriormente chamado de Moe Kill e agora de Fetish Pose, recebeu um aprimoramento notável em Mugen Souls Z, permitindo aos jogadores visualizar as chances de sucesso de cada uma das abordagens possíveis durante a sedução. Vale destacar que cada forma de Syrma possui seu próprio nível de charme, que aumenta à medida que coletamos diferentes espécies de Shampurus. 

Os coelhinhos também são importantes para fortalecer a nave de Chou-Chou, que agora se transforma em um robô gigante para enfrentar os veículos de alguns chefes. Essas batalhas funcionam como uma espécie de pedra, papel e tesoura, com a força dos nossos golpes dependendo diretamente da quantidade de peões que possuímos.

Outra adição interessante é a maior interatividade com o mundo por meio das habilidades adquiridas pela deusa suprema à medida que mais divindades são absorvidas. Essas maestrias são cruciais durante a exploração, permitindo a corrida mais rápida, pulos em lugares altos e a capacidade de utilizar o caixão para coletar baús suspensos.

Pontos a se considerar

Para conquistar um planeta em Mugen Souls Z, é necessário encontrar regiões específicas no cenário em que podemos utilizar o Fetish Pose. Embora esse sistema seja divertido, ele também gera um grinding excessivo, já que aumentar o nível de charme é bastante demorado.

Enquanto vencer batalhas proporciona poucos Shampurus, a forma mais eficaz de adquiri-los é por meio da sedução, que nos recompensa com uma quantidade muito maior desses bichinhos. Em razão disso, mesmo com personagens com níveis superiores aos dos adversários de cada mundo, muitas vezes fiquei travado e fui obrigado a passar um bom tempo cultivando coelhinhos apenas para dominar um ponto do mundo.

Outro detalhe a ser considerado é o enorme volume de diálogos presente no jogo, feitos em formato de visual novel com belíssimos modelos animados. Embora a maioria das conversas seja engraçada e envolvente, em alguns momentos, elas se prolongam demais, interferindo negativamente no ritmo da campanha. Além disso, como grande parte da experiência do título é constituída por textos, a ausência de legendas em português pode ser um desafio para alguns jogadores.


Uma agradável evolução

Mugen Souls Z representa uma evolução notável em relação ao seu antecessor, com uma série de novidades e melhorias que o tornam uma experiência notavelmente distinta e superior ao primeiro jogo. Com uma trama simples centrada no bom humor, ele pode não ser a escolha ideal para quem procura uma narrativa mais densa. No entanto, para os jogadores que se satisfazem com um sistema de combate sólido, há aqui um prato cheio que oferece possibilidades de customização e fortalecimento de personagens quase ilimitadas.

Prós:

  • Trama bem humorada que entrega alguns momentos muito engraçados;
  • Elenco recheado de personagens carismáticos, com destaque para a dupla de protagonistas;
  • Sistema de combate rico, com a presença de uma ampla gama de recursos, de diferentes habilidades, equipamentos e roupas para customizar os personagens à possibilidade de rebater os oponentes pelo cenário para se aproveitar dos efeitos concedidos pelos cristais;
  • O Mugen Field oferece conteúdo suficiente para saciar os que buscam desafios intensos e os recompensa com novas opções para aprimorar ainda mais os personagens e modificar a experiência de jogo;
  • Sistema de Fetish Pose (anteriormente Moe Kill) aprimorado, permitindo que os jogadores visualizem as chances de sucesso durante a sedução.

Contras:

  • O sistema de conquistar planetas por meio da sedução leva a um grinding excessivo, já que aumentar o nível de charme é demasiadamente demorado;
  • Embora a maioria dos diálogos seja divertida, em alguns momentos, as conversas podem se estender demais, afetando o ritmo do jogo.
  • Ausência de legendas em português.
Mugen Souls Z — PC/Switch — Nota 8.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Juliana Paiva Zapparoli 
Análise produzida com cópia digital cedida pela Eastasiasoft

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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