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Análise: The Bridge Curse: Road to Salvation (Switch) é um bom exemplar do terror asiático

Acompanhe a jornada de seis estudantes que precisam encontrar uma forma de quebrar uma terrível maldição.

Desenvolvido pela Softstar e publicado pela Eastasiasoft, The Bridge Curse: Road to Salvation é um jogo de terror com perspectiva 3D em primeira pessoa que mergulha os jogadores em uma lenda urbana taiwanesa. Apesar de apresentar algumas limitações gráficas na versão de Nintendo Switch, o título se destaca como um exemplar cativante do horror asiático.

Seis estudantes e um fantasma

A trama de The Bridge Curse é baseada no filme de mesmo nome, disponível atualmente no catálogo da Netflix e lançado em 2020. No entanto, o jogo vai além da experiência proporcionada pelo material original, oferecendo uma exploração mais profunda dos personagens e traçando seu próprio caminho narrativo, incluindo algumas reviravoltas e culminando em uma conclusão completamente diferente.

A história começa com um grupo de seis estudantes da Universidade de Tunghu, três garotas e três garotos, desafiando uma lenda urbana que envolve o espírito vingativo de uma jovem. A crença local narra um evento trágico ocorrido em uma ponte nos arredores do colégio, onde uma mulher foi brutalmente assassinada. A partir desse incidente, uma maldição paira sobre a região e o fantasma da garota frequentemente emerge para atacar os desavisados.

Como era de se esperar, os alunos acabam despertando esse fantasma e cabe ao jogador, controlando intercaladamente os seis indivíduos, explorar o campus em busca dos segredos que cercam a origem da maldição, bem como encontrar uma maneira de destruí-la, tudo isso enquanto foge do espectro sedento por sangue.

Em certas ocasiões, a trama de The Bridge Curse apresenta algumas facilitações de roteiro e decisões não muito inteligentes por parte dos personagens. No entanto, a narrativa é genuinamente interessante e eficaz em instigar a nossa curiosidade para querer desvendar todas as peças deste quebra-cabeça. Além disso, a presença de legendas em nosso idioma enriquece a experiência.

Desbravando os perigos da universidade 

Em Road to Salvation, não dispomos de armas para enfrentar os perigos; portanto, a única maneira de evitar a morte é correr e se esconder em locais como armários, arbustos e banheiros. Neste contexto, os cenários são escuros o suficiente para criar uma atmosfera aterrorizante, mas não excessivamente, permitindo uma visualização clara dos ambientes.

Enquanto exploramos a universidade, também encontramos alguns documentos e objetos que dão mais detalhes sobre o que de fato aconteceu no passado, além de puzzles que requerem a observação do ambiente, a leitura de textos ou a coleta de certos itens para serem resolvidos. Outras situações ainda contribuem para a criação da tensão, seja por meio do uso perspicaz de efeitos sonoros ou do posicionamento de elementos físicos pelo cenário que indicam que algo de ruim está prestes a acontecer, como excesso de água, manchas de sangue ou rabiscos perturbadores. Há também outras ameaças além do espírito principal, incluindo bonecos que ganham vida e pessoas possuídas.

Neste sentido, The Bridge Curse é eficaz em criar uma atmosfera aterrorizante sem recorrer a jumpscares forçados ou de baixa criatividade. Esse recurso está presente no jogo, mas geralmente é utilizado em momentos pontuais que possuem um contexto que o justifique.

Algumas ressalvas

Uma característica que pode desagradar a alguns jogadores, especialmente aqueles que apreciam o backtracking típico de jogos de terror, é a linearidade presente em Road to Salvation. Na maioria das vezes em que é necessário resolver desafios ou coletar itens para progredir, o título restringe a saída da área atual, facilitando a busca pelo que é necessário.

Contudo, na minha opinião, considero essa escolha positiva, pois a universidade é relativamente grande e abriga inúmeras salas e dormitórios, o que tornaria a busca monótona com o tempo se tivéssemos total liberdade para vagar por todo o campus a qualquer momento.

Outro aspecto que merece ser mencionado é a limitação gráfica da versão do Switch, com algumas imagens parecendo um tanto borradas em determinados momentos. Apesar disso, merece destaque o excelente desempenho de Road to Salvation, com carregamentos extremamente rápidos e a ausência de bugs ou travamentos ao longo de toda a duração do jogo.

Um bom exemplar do terror asiático

Apesar das ressalvas, The Bridge Curse: Road to Salvation é um bom exemplar do que o terror asiático tem a oferecer. Com uma narrativa intrigante que aprofunda cada um dos seis personagens e explora a origem da maldição, o jogo é uma escolha sólida para os entusiastas do gênero.

Prós:

  • Narrativa envolvente nos moldes do horror asiático, com uma abordagem mais detalhada sobre os personagens e uma conclusão original em relação ao filme base;
  • O terror é bem construído por meio dos elementos do cenário e dos efeitos sonoros, sem depender de jumpscares baratos;
  • A abordagem mais linear impede que a busca por itens e objetivos se torne monótona, visto que o campus é consideravelmente grande;
  • Nenhum problema de desempenho;
  • Legendado em português.

Contras:

  • A versão de Nintendo Switch apresenta limitações visuais, com imagens borradas em alguns momentos;
  • A narrativa inclui algumas simplificações de roteiro e decisões típicas de personagens de filmes genéricos de terror, o que pode prejudicar um pouco a imersão;
  • A linearidade pode desapontar jogadores que apreciam o backtracking típico de jogos do gênero.
The Bridge Curse: Road to Salvation — PC/PS4/PS5/XBO/XSX/Switch — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
Análise produzida com cópia digital cedida pela Eastasiasoft

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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