Blast from the Past

Child of Light (Switch): cinco anos de poesia em forma de jogo

Um conto de fadas digital que conquistou uma legião de fãs com sua arte.

em 14/10/2023

Em 11 de outubro de 2018 as telas do Switch receberam uma verdadeira obra de arte. Child of Light é um encantador RPG em plataformas descrito pelos seus criadores como um “poema jogável”. Essa afirmação que justifica-se pela belíssima apresentação da obra em lindas artes aquareladas, música primorosa e diálogos apresentados em forma de rimas conquistou uma legião de fãs em diversas plataformas, inclusive no híbrido da Nintendo.

Era uma vez…

Child of Light apresenta-se como um conto de fadas digital em que acompanhamos a saga de Aurora, uma menina pequena, filha de um duque austríaco. Aurora morre logo após a apresentação de uma peça de teatro na véspera da Páscoa de 1895 e ressuscita em um mundo paralelo chamado Lemuria. 


Achando que está em um sonho, Aurora busca um meio de voltar para casa e descobre que o mundo em que ela se encontra está ameaçado de ficar para sempre na escuridão, pois o Sol, a Lua e as estrelas foram roubados do firmamento. Cabe à pequena princesa restaurar a luz para Lemuria e voltar para o seu pai doente na Áustria. Em sua jornada a princesa encontrará muitos amigos, mas também enfrentará os perigos e traições impiedosas das forças das trevas.

Uma obra de arte jogável

O maior atrativo de Child of Light é o tratamento artístico que envolve todos os aspectos do jogo. A começar pela sua estética visual, apresentada em artes aquareladas deslumbrantes, que lembram muito um livro ilustrado pintado à mão. 

A narrativa também se apresenta como um conto de fadas e aborda a clássica jornada da amizade e da esperança, que contrasta com sentimentos de perda e desafio. Como poderá uma criança pequena enfrentar as forças das trevas e empreender uma tarefa tão árdua quanto restaurar o Sol, a Lua e as estrelas? 


Os diálogos são todos apresentados em forma poética e seguem uma estrutura lírica no formato AABA, em que a segunda e a quarta linhas rimam. Pela aventura é possível encontrar fragmentos colecionáveis chamados “confissões”, que são cartas que apresentam novos elementos da história na forma de sonetos.

Por fim, a música também é um aspecto memorável nessa aventura. Criada pela compositora canadense Béatrice Martin, também conhecida como Cœur de pirate, a trilha sonora embala a aventura de Aurora em ritmos que misturam sentimentos contrastantes de melancolia e esperança. Os temas de batalha, gravados com a Orquestra Sinfônica de Bratislava, também são particularmente marcantes, acompanhando os combates de forma absolutamente épica.

Child of Switch

O lançamento para o híbrido da Nintendo aconteceu tardiamente em relação a outras plataformas, que em sua maioria receberam Child of Light em 2014. Isso inclui até mesmo o irmão mais velho do Switch, o Wii U.


Porém, ser um dos últimos consoles a receber um jogo também tem suas vantagens. A versão para Switch inclui todo o conteúdo adicional já lançado para o RPG, com uma missão adicional para o Golem, dois visuais alternativos para Aurora, um pacote de itens de reforço já disponível no começo da campanha e uma habilidade de cura adicional para a princesa.

Mas, na minha opinião, o que mais se destaca na versão para o Switch é a excelente implementação dos controles com a tela sensível ao toque. No híbrido da Nintendo é possível controlar o vagalume Igniculus usando essa funcionalidade, o que torna muito mais simples e intuitivo fazer com que ele pegue itens ou cegue oponentes, bastando para isso apontar com o dedo o elemento com o qual você deseja interagir.


Como num conto de fadas

Child of Light é mais uma joia na excelente biblioteca do Switch. Mais que um jogo, é uma experiência interativa inesquecível com um verdadeiro conto de fadas digital. A belíssima e poética batalha da luz contra as trevas protagonizada pela pequena Aurora comprova de forma indiscutível que videogames são definitivamente uma forma de arte. 


Revisão: Vitor Tibério


é engenheiro eletrônico e tem uma filha fofinha que tenta morder os controles do papai. Curte jogos de luta, corrida e ação.
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