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Análise: qomp2 (Switch) é uma simples mas relaxante aventura sobre autodescobrimento

Subvertendo o eterno clássico Pong, a bolinha busca liberdade

Toque. Toque. Sobe. Desce. Sobe. Desce. Errou. Um a zero. 

Quem nunca jogou Pong? Ou se não jogou, já viu a respeito? Erroneamente chamado de primeiro jogo da história (apesar que este era similar, o Tennis for Two do Magnavox Odyssey), é uma das peças midiáticas mais importantes da história, tendo colocado seu criador, Nolan Bushnell, e a Atari nos halls do entretenimento. Como então seria possível reimaginar esse ícone? Simples: quebrando as barreiras (literalmente) e ansiando pela liberdade.

Sequência de um obscuro título do Steam e recebendo a benção da própria Atari, qomp2 é uma breve narrativa silenciosa sobre liberdade, autodescobrimento e identidade. Venha comigo, não precisa ter pressa.

Um sonho de liberdade

Em um belo dia, mais uma partida de Pong era disputada. Em dado momento, no entanto, a bolinha quadrada assumiu um formato circular e conseguiu não só quebrar uma das barreiras, mas também ir além do pequeno retângulo que conhecera sua vida (?) toda.

Assim, ela entrou em uma jornada única, dividida em 30 cenários diferentes em que deve enfrentar desafios e quebra-cabeças, tudo com o objetivo da liberdade. O que eu descrevi até agora é totalmente aberto a interpretação, uma vez que o jogo é totalmente silencioso, o que adiciona bastante charme ao título, ainda mais com o jogo estando traduzido para o português.

Independência ou Morte!

Simplicidade é a alma de qomp2. Existem apenas dois comandos: apertar para mudar a direção para cima ou para baixo e um empurrão. E fim. O objetivo principal é usar da locomoção automática para quicar nas paredes, alterar sua rota e chegar até o fim do nível, desviando de obstáculos que causam a morte da bolinha. Mas sem pânico, porque os checkpoints estão próximos e as vidas são infinitas.

Além disso, pequenos coletáveis (e rotas secretas em certos níveis) estão espalhados pelos 30 níveis, em lugares óbvios mas que fazem o jogador pensar em como coletá-los. Especialmente para os mais difíceis, existe um sentimento catártico de sucesso e superação. Sem contar os chefões, cada um com três vidas apenas, mas bastante satisfatórios de vencer.

Encare a si mesmo

Se qomp2 tem um defeito é talvez a falta de conteúdo. 30 níveis super rápidos de vencer e conquistas para desbloquear, mas apenas isso. Não existem extras como bônus especiais ou um modo desafio, o que pode ser frustrante. Uma aventura tão prazerosa que dá gosto de quero mais. Pelo menos, dá pra contar com filtros especiais como câmera de olho de peixe, TV antiga (para remeter ao Pong original) e uma relaxante trilha sonora pareada com o ambiente sombrio mas belíssimo.

Pong foi lançado 52 anos atrás, dando um empurrão para o que se tornaria o mercado de entretenimento mais lucrativo da atualidade. Um mercado que sofreu preconceito, altos e baixos e que conseguiu adquirir sua identidade, provando-se como obra de arte. Talvez esta seja a nossa busca também, por nosso rosto e alma, como a bolinha em qomp2. Algo simples, mas belo.

Prós:

  • Níveis curtos com valor de replay;
  • Música e ambientação imersivas;
  • Traduzido em português;
  • Gameplay adaptativo, fácil de entender e dominar;
  • Narrativa silenciosa e bela;
  • O sucessor digno de um clássico de 52 anos.

Contras:

  • Falta de conteúdo adicional como bônus especiais e modo desafio;
  • Poderia ter um pouquinho mais de fases.
qomp2 — PC/PS4/PS5/XBOXSX/Switch — Nota: 9.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Thais Santos
Análise produzida com cópia digital cedida por Atari

Formado em Publicidade e Propaganda na USC e especializado em Marketing Digital, sou Editor de Vídeos também, meu TCC foi sobre a Guerra dos Consoles e evolução da publicidade nos games. Jogo um pouco de tudo e também escrevo. Me descrevo como um artista.
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