Pokémon no Nintendo Switch 2: O que esperar da próxima geração da franquia

Com o novo console da Nintendo no horizonte, a franquia Pokémon terá a chance de se redimir de suas falhas recentes.

em 26/01/2025



Desde as Black/White 2, lançadas em 2012 para o Nintendo DS, os jogos da linha principal de Pokémon sofreram com diversos problemas, principalmente técnicos. Para quem não se lembra, as versões X/Y rodavam muito bem no 3DS, desde que o efeito tridimensional estivesse desligado.

Na sétima geração, as versões Sun/Moon tiveram essa funcionalidade removida, além do lançamento do 2DS. Ou seja, o principal recurso do console portátil tridimensional foi reduzido até ser extinto de vez da franquia.

Passando para o Nintendo Switch, ainda que não seja um jogo da linha principal, Let's Go Pikachu/Eevee atingiu um gráfico magnífico, e foi muito bom poder testar essa engine na região de Kanto, que é rica em termos de cenário.

Contudo, assim que as versões Sword/Shield foram lançadas, as críticas começaram, e com razão. As árvores foram as primeiras a sofrer ao serem comparadas com os modelos presentes em Ocarina of Time, da franquia Zelda. Em outras palavras, como é possível um jogo lançado em 2019 ter a mesma “qualidade” de um jogo quase vinte anos mais velho?

E não parou por aí. Brilliant Diamond/Shining Pearl foram lançadas de forma incompleta, necessitando de um grande pacote de atualização já em seu primeiro dia. Em Legends: Arceus, novamente os gráficos tiveram destaque negativo e foram severamente criticados.

Scarlet/Violet conseguiram ir além: NPCs desproporcionais, luz ambiente que acende ou apaga dependendo do comando selecionado em batalha, quedas bruscas de FPS, cenários mudando de forma conforme passamos… a lista é longa.

Pensando nisso, e considerando o anúncio do Switch 2, muito se fala sobre o potencial do novo console. Sendo assim, é natural que os jogos lançados para essa plataforma apresentem um salto considerável tanto de performance quanto na qualidade gráfica. Em suma, temos uma pergunta que ainda está sem resposta: o que esperar da franquia Pokémon no Switch 2? Boa leitura!

Legends: Z-A

O próximo título da franquia é Pokémon Legends: Z-A, e será situado na região de Kalos, palco da sexta geração dos monstrinhos de bolso. Em seu anúncio no Pokémon Day de 2024, tivemos a confirmação de que as tão amadas megaevoluções retornarão.

Estamos ansiosos por um novo anúncio, e ao que tudo indica, podemos ter novidades agora em 2025, como data de lançamento, apresentação de algumas mecânicas e, por que não, novas criaturas? Legends: Arceus trouxe consigo seis Pokémon inéditos, muitos deles com foco na região de Johto.


Agora, o que realmente chama a atenção é que o jogo foi anunciado para Nintendo Switch. Contudo, é bem provável — considerando o hardware — que Legends: Z-A rode melhor no Switch 2.

Isso não quer dizer que teremos duas versões do mesmo jogo; historicamente, a Game Freak nunca lançou um jogo que poderia ser executado em duas plataformas de gerações diferentes. Onde quero chegar: não há duas versões de Black/White 2, uma para o DS e outra para o 3DS, assim como não há uma versão de Sword/Shield para 3DS/2DS.

O cenário atual é um pouco diferente: a arquitetura do Switch 2 é de fato mais avançada que do seu antecessor, porém, dentro da mesma linha de chip, o Tegra. Isso permite que os desenvolvedores façam duas versões, uma de base para o hardware mais antigo, e outra versão “enhanced” (aprimorada) para o mais novo, assim como foi feito em The Legend of Zelda: Breath of the Wild.


No entanto, se tanto a Game Freak como a Nintendo optarem por não desenvolver duas versões, certamente teremos ganhos de performance no Switch 2. Contudo, é uma faca de dois gumes. 

Um mesmo jogo lançado para consoles de diferentes gerações, geralmente, tem sua performance arredondada para baixo, ou seja, mesmo podendo ser superior no Switch 2, tecnicamente falando, será um jogo de Nintendo Switch.

Remakes de Black/White e Black/White 2

Os próximos jogos a receber naturalmente suas releituras são as versões Black/White, lançadas para Nintendo DS em 2011. A ideia da quinta geração era realizar um soft-reboot na franquia, e com isso, trazer novos jogadores para o universo Pokémon.

A recepção foi um misto de empolgação e críticas negativas, especialmente pela direção de arte. Os sprites animados constantemente durante a batalha, ainda que inéditos, não agradaram a maioria, pois essa abordagem já poderia ter sido implementada nas versões HeartGold/SoulSilver.


Todavia, relançar essas versões no Switch 2 seria uma boa jogada, tanto comercial quanto estratégica. Basta ver o sucesso de Brilliant Diamond/Shining Pearl que, mesmo com todos os percalços, venderam absurdas 14 milhões de unidades, o mesmo número de God of War: Ragnarok. Isso mesmo, você não leu errado.

Outro ponto que joga a favor do lançamento dos remakes é o ganho de tempo para a nova geração. Pokémon é uma franquia muito valiosa, a maior do mundo para ser exato. É natural que produtos e serviços associados à marca rendam bons frutos financeiros.


Os últimos remakes da franquia foram desenvolvidos pelo estúdio ILCA ("I Love Computer Art"), logo, o time da Game Freak estava voltado inteiramente para o desenvolvimento das versões Scarlet/Violet. A partir do resultado dos remakes da quarta geração, é bem provável que o estúdio assuma o projeto de releitura das versões Black/White.

Quando o Switch foi lançado em março de 2017, não tivemos nenhum jogo de Pokémon por quase dois anos, já que Let's Go Pikachu/Eevee foi lançado apenas em novembro de 2018. Com o Switch 2 na jogada, podemos ter um jogo dos monstrinhos de bolso já no lançamento do console, impulsionando ainda mais as vendas.

Décima geração

Em outubro de 2024, houve um vazamento massivo de dados, e entre os tópicos expostos, o codinome Gaia foi atribuído para a décima geração. Só de pensar nisso me dá arrepios. Atualmente, temos mais de mil monstrinhos catalogados na Pokédex. 

Na última década, o volume de novas criaturas diminuiu drasticamente, passando de 156 em Black/White para apenas 69 em X/Y. As formas regionais de Alola também contribuíram para a redução, uma vez que uma nova roupagem em monstrinhos já conhecidos ajuda a revigorar os ânimos.


Recentemente, nas versões Scarlet/Violet, os Pokémon classificados como “Paradox” adicionaram uma nova camada, pois, diferente das formas regionais, que carregam o nome original da criatura, Great Tusk não é Donphan assim como Donphan não é Iron Threads.

Cada nova geração traz consigo uma mecânica nova, dessa maneira, é natural que a décima geração possa introduzir uma funcionalidade totalmente diferente. Dentre as mecânicas únicas (Mega, Z-Move-Dynamax e Terastalização), a que menos influencia no resultado da batalha é o fenômeno terastal.


Prever o que está por vir é bem complicado, dada a ausência de informações até o momento. Entretanto, revendo os artigos sobre os vazamentos, o termo Gaia me chamou a atenção. As quatro primeiras gerações — Kanto, Johto, Hoenn e Sinnoh — são inspiradas em localidades do Japão, enquanto que Unova, Kalos, Alola, Galar e Paldea representam os Estados Unidos, França, Havaí, Grã-Bretanha e Espanha/Portugal.

Gaia é a titã da terra na mitologia grega, e é conhecida como Terra Mater na mitologia romana. Ambas caminham de mãos dadas e, para cada deus grego, há um correspondente para os romanos. Estaria a Game Freak planejando o lançamento de uma região baseada no país que foi o berço da civilização?


Como não temos nada confirmado, tudo não passa de especulação. Agora, entre nós, seria o máximo uma região inspirada na Grécia. A riquíssima mitologia e as entidades divinas são facilmente encaixadas na temática de Pokémon.

Talvez, uma mecânica de adoração das mascotes seja interessante, afinal, desde Ho-Oh/Lugia, basicamente todos os Pokémon apresentados nas capas das versões são divindades. Indo além, cada versão teria sua mascote como principal, protegendo as cidades da região à medida que ganha adoração dos habitantes.

Dá até para imaginar as mascotes inspiradas em Zeus (FAIRY/ELECTRIC) e Hades (DARK/FIRE). A trindade é completa por Poseidon (WATER), e que poderá ser capturado após os eventos da história principal. Tomara que Kratos não leia este artigo.

O futuro da franquia Pokémon no Switch 2 ainda está um pouco nebuloso. Com o novo hardware no horizonte, a cada dia que passa as expectativas aumentam e o Pokémon Day fica cada vez mais perto.

Evidentemente, tudo o que abordamos até agora é fruto do histórico de ações da Game Freak, anúncios oficiais e com base nas informações vazadas, ou seja, nada pode ser tratado como verdade absoluta, apenas especulações rasas sobre o futuro.
Revisão: Cristiane Amarante
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Victor Hugo Carreta
Fã de carteirinha da franquia Pokémon desde os oito anos de idade, teve seu primeiro contato com os monstrinhos de bolso no Game Boy Color e de lá para cá, são mais de 25 anos de alegria. Fanático por vídeo-games, gostaria de poder jogar mais tempo do que trabalha.
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