Kamiya deixou a PlatinumGames em outubro de 2023, após mais de 15 anos no estúdio. Seu plano original para Bayonetta, como já havia dito em outros vídeos, era de fazer mais de uma trilogia, como capítulos de uma mesma saga. Nesse sentido, Bayonetta 3, lançado em 2022, seria apenas o ponto final da primeira trilogia, mas não um fim definitivo.
Confira a fala de Kamiya (tradução livre):
Então vocês querem saber sobre o final de Bayonetta 3. Se eu tivesse permanecido na PlatinumGames – até onde a série teria ido? Bem, eu tenho algumas ideias. Tenho ideias, mas... bem, não quero apenas falar sobre isso aqui, é difícil expressá-las em palavras. Eu realmente queria expressá-las adequadamente através dos jogos. Infelizmente, não estou mais em condições de fazer isso. Muitas vezes ouço as pessoas dizerem: "Ele queria terminar a série com Bayonetta 3". Isso não é verdade. Eu só queria marcar um ponto final como trilogia. E para mim, esse ponto final deveria ser o início de um novo capítulo. Imaginei continuar a série com esse novo capítulo. Talvez até mesmo fazer outra trilogia que levasse a outro capítulo. Esse era o meu plano. E ao começar esse novo capítulo, não pensei apenas na história. Claro, a história seria nova, mas também no sistema de jogo – eu o vinha evoluindo gradualmente do 1 para o 2 e depois para o 3. Para o novo capítulo, imaginei uma mudança completa no modelo – começando do zero tanto na história quanto no game design. Então, nunca tive a intenção de terminar a série com Bayonetta 3. Algumas pessoas até dizem: "Hideki Kamiya não ama Bayonetta", mas isso não é verdade. Terminei assim porque queria continuar a história de Bayonetta em um novo capítulo.
Ele continua falando sobre suas esperanças de que a PlatinumGames continuasse a série no formato dos spin-offs, como Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon:
Além disso, sempre imaginei que a série Bayonetta continuaria e, paralelamente, continuaríamos com o spin-off Cereza and the Lost Demon. Eu queria continuar com Abebe Tinari [diretor do jogo]. Tinari e eu até conversamos casualmente sobre isso – tipo, talvez Cereza embarcasse nesse tipo de aventura em seguida. Eu não queria que parasse apenas com aquela história. Eu queria continuar e mostrar como a jovem Cereza se transforma em Bayonetta. Mas... bem, Tinari mudou para outra empresa.
Finalmente, Kamiya falou mais sobre a Singularidade no universo do jogo:
E quanto a Singularidade – sim, admito que não consegui desenvolver completamente o seu passado. Mas sei que isso parece uma desculpa. Quando fiz Bayonetta 1, fiz o último inimigo, Balder, entrar em uma longa explicação no final. Acabou se tornando uma cena bem longa, e como jogos são feitos para serem jogados – não apenas assistidos – senti que isso prejudicou o equilíbrio da jogabilidade. Então, com Bayonetta 3, busquei manter o diálogo compacto e focar mais na jogabilidade. Isso pode ter feito as coisas parecerem pouco explicadas. Quanto a Singularidade e o multiverso – as pessoas online costumam dizer que surgiu do nada em Bayonetta 3, mas eu já vinha trabalhando com esse tema desde Bayonetta 1. Se você realmente analisar, ele está lá, desde o início. O multiverso está presente em toda a série, e o conceito de Singularidade também fez parte dele. É um tema que quero continuar explorando. Espero ter outra chance de compartilhar isso com todos.
Os últimos lançamentos da série foram Bayonetta 3 em 2022, e Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon em 2023. Hideki Kamiya deixou a desenvolvedora da franquia para fundar seu novo estúdio Clovers, no qual agora trabalha na sequência de Okami ao lado da Capcom.
Fonte: Nintendo Everything
