A convite da Square Enix, tivemos a oportunidade de enviar perguntas para Naofumi Matsushita, produtor de BRAVELY DEFAULT: FLYING FAIRY HD Remaster. A nova versão do aclamado RPG, lançado originalmente para Nintendo 3DS, traz gráficos atualizados e melhorias técnicas, sem abrir mão da essência que conquistou tantos fãs ao redor do mundo. Nesta entrevista especial, Matsushita compartilha detalhes sobre o processo de remasterização, os desafios da adaptação e o carinho da equipe com a obra original.
Ao longo da entrevista, Matsushita compartilhou os principais desafios técnicos enfrentados durante a transição do jogo para um único monitor, além das decisões criativas para manter a identidade visual do título, agora com resolução em 2K. Também falou sobre o lançamento exclusivo no Nintendo Switch 2, o cuidado em equilibrar nostalgia com modernidade e a importância de preservar o legado da série Bravely, especialmente para os fãs que a acompanham há uma década. O resultado é uma remasterização fiel, porém refinada, que respeita o passado e aponta para o futuro do JRPG.
Confira a seguir as perguntas e respostas!
Nintendo Blast: A interface foi redesenhada do visual clássico em duas telas do 3DS para uma única tela. Quais foram os principais desafios e decisões nesse redesign? Vocês cogitaram atualizar visualmente a UI ou manter o estilo original como homenagem?
Matsushita: Tivemos que reconstruir toda a interface, pois estávamos combinando algo que foi projetado para ser dividido em duas telas em apenas uma. Em vez de deixar algumas coisas inalteradas em relação ao original para 3DS, decidimos refazer tudo, até mesmo as telas básicas do menu, para torná-lo o mais fácil possível de acompanhar. Por isso, enfrentamos e tivemos que superar diferentes desafios ao considerar as duas telas originais na versão para 3DS.
Sabíamos que queríamos manter a sensação da aparência visual da nova interface em linha com a original, então não consideramos uma reformulação completa. Mas, com a nova resolução 2K, definitivamente aprimoramos os gráficos.NB: Bravely Default: Flying Fairy HD Remaster foi lançado exclusivamente para o Nintendo Switch 2, enquanto Bravely Default II permanece no console anterior. O que motivou a decisão de manter essa nova versão apenas no hardware de nova geração?
M: Um dos maiores motivos para o lançamento desta remasterização no Switch 2 foi o cronograma. Acontece que descobrimos o Switch 2 no momento perfeito durante o desenvolvimento. Eu tinha grandes expectativas em relação ao novo hardware e achei que seria legal se os jogadores pudessem conferir todos os seus novos recursos através dos elementos atemporais do Bravely Default original, com os visuais deslumbrantes e aprimorados e a ótima música do Revo. No entanto, o principal motivo foi que nossos incríveis fãs nos apoiam há dez anos, então eu realmente queria dar a eles a chance de jogá-lo em um ótimo ambiente de hardware.NB: O produtor Tomoya Asano mencionou que o HD Remaster visa “agradar os fãs de longa data” e trazer uma “nova geração” ao jogo. Houve algum cuidado especial para equilibrar nostalgia com inovação?
M: O conceito central desta remasterização não era mudar a experiência de jogo em si, mas imaginávamos que muitos o jogariam pela segunda ou até terceira vez, então estabelecemos o objetivo de melhorar a jogabilidade e a conveniência. Para aqueles que estão retornando ao Bravely Default, garantimos que a interface do usuário reconstruída siga de perto a mesma sensação do original, para que possam começar a jogar sem nenhuma confusão e digam: "Sim, é assim que deveria ser!". Tentamos cortar o mínimo possível dos elementos de jogabilidade originais e até mesmo alteramos algumas coisas para recriar a funcionalidade StreetPass, exclusiva do 3DS, permitindo que os jogadores adquirissem dados de outros jogadores por meio da passing souls nas cidades.
Para jogadores completamente novos, previmos que sua referência seria uma comparação com outros RPGs modernos, então tomamos um cuidado especial ao verificar todos os elementos do jogo para garantir que eles estivessem alinhados o máximo possivel aos padrões e expectativas de jogabilidade modernos. Retocamos tudo o que havia de áspero no material original e reformulamos significativamente os ambientes do mundo para permitir que o jogador veja o horizonte e sinta ainda mais a grandiosidade do mundo. O tempo e o local dos tutoriais também foram alterados em relação ao original para que os jogadores possam se acostumar gradualmente ao jogo.
NB: Asano comentou que o título foi semente para franquias como Octopath Traveler e outros jogos HD-2D. Como vocês veem esse “legado” impactando os jogadores e o futuro do gênero JRPG?
M: Em relação ao lançamento deste título para a nova plataforma Switch 2, não tentamos forçar os limites dos gráficos e buscar um estilo visual ultralimpo, mas, em vez disso, mantivemos o mesmo conceito do Bravely Default original: poder jogar em um mundo que parece uma pintura. Os personagens ainda são estilizados com proporções chibi, e o jogo continua sendo construído no estilo clássico de RPG da Square Enix, com um mapa-múndi e encontros com inimigos, então este título é, em grande parte, uma destilação do nosso legado de design de jogos.
Embora os métodos que usamos tenham sido retrô, o que faz este jogo se destacar é como tentamos enfatizar o caráter único e o charme que ele possui com a diligência e os detalhes da construção do mundo, o estilo gráfico único e a inserção de ideias únicas na jogabilidade e no enredo.
Há um conhecido provérbio japonês sobre criar novas ideias estudando o passado, e pessoas na indústria japonesa de jogos também costumam falar sobre um sentimento semelhante em termos de usar “pensamento lateral com tecnologias mais antigas”. Isso é algo em que sempre penso ao planejar um novo jogo.
Não posso dizer como este jogo afetará o futuro, mas, no mínimo, quero aproveitar a experiência que adquiri trabalhando nele em projetos futuros.
M: Em relação ao lançamento deste título para a nova plataforma Switch 2, não tentamos forçar os limites dos gráficos e buscar um estilo visual ultralimpo, mas, em vez disso, mantivemos o mesmo conceito do Bravely Default original: poder jogar em um mundo que parece uma pintura. Os personagens ainda são estilizados com proporções chibi, e o jogo continua sendo construído no estilo clássico de RPG da Square Enix, com um mapa-múndi e encontros com inimigos, então este título é, em grande parte, uma destilação do nosso legado de design de jogos.
Embora os métodos que usamos tenham sido retrô, o que faz este jogo se destacar é como tentamos enfatizar o caráter único e o charme que ele possui com a diligência e os detalhes da construção do mundo, o estilo gráfico único e a inserção de ideias únicas na jogabilidade e no enredo.
Há um conhecido provérbio japonês sobre criar novas ideias estudando o passado, e pessoas na indústria japonesa de jogos também costumam falar sobre um sentimento semelhante em termos de usar “pensamento lateral com tecnologias mais antigas”. Isso é algo em que sempre penso ao planejar um novo jogo.
Não posso dizer como este jogo afetará o futuro, mas, no mínimo, quero aproveitar a experiência que adquiri trabalhando nele em projetos futuros.
NB: Asano comentou que, no décimo aniversário, ele “pensou no que agradaria mais aos fãs”. Vocês podem compartilhar mais sobre esse processo de decisão e o que acabou definido como prioridade?
M: O Sr. Asano sempre disse como quer cuidar da propriedade intelectual de Bravely daqui para frente. Como o Bravely Default original não era tão facilmente acessível no 3DS, ele queria tornar o jogo mais fácil de jogar o mais rápido possível. Sentimos que, quando todos os novos jogadores que entraram na série com Bravely Default II quiseram voltar e jogar o primeiro jogo, a barreira de entrada, já que ele só estava disponível no 3DS, era bastante alta, então começamos a discutir se deveríamos fazer uma remasterização ou um remake.
Um dos motivos pelos quais optamos por uma remasterização em vez de um remake foi porque seria mais rápido lançar o jogo para os fãs, e, nessa época, ouvimos algumas informações específicas sobre o hardware do Switch 2. Como mencionei anteriormente, achamos que isso definitivamente agradaria os fãs e, por isso, decidimos tornar o jogo exclusivo do Switch 2.
O resultado foi que conseguimos incluir dois novos minijogos que fazem uso dos controles exclusivos de mouse duplo e lançar o jogo a tempo para o lançamento do hardware do Switch 2. Foi ótimo podermos criar esta oportunidade para que ainda mais pessoas aprendessem sobre a série Bravely.
Não há dúvidas de que o apoio dos nossos fãs é uma grande motivação para a equipe. Não podemos dizer nada específico sobre o futuro no momento, mas esperamos que todos os nossos fãs possam continuar apoiando a série Bravely da mesma forma que fizeram nos últimos dez anos.
M: O Sr. Asano sempre disse como quer cuidar da propriedade intelectual de Bravely daqui para frente. Como o Bravely Default original não era tão facilmente acessível no 3DS, ele queria tornar o jogo mais fácil de jogar o mais rápido possível. Sentimos que, quando todos os novos jogadores que entraram na série com Bravely Default II quiseram voltar e jogar o primeiro jogo, a barreira de entrada, já que ele só estava disponível no 3DS, era bastante alta, então começamos a discutir se deveríamos fazer uma remasterização ou um remake.
Um dos motivos pelos quais optamos por uma remasterização em vez de um remake foi porque seria mais rápido lançar o jogo para os fãs, e, nessa época, ouvimos algumas informações específicas sobre o hardware do Switch 2. Como mencionei anteriormente, achamos que isso definitivamente agradaria os fãs e, por isso, decidimos tornar o jogo exclusivo do Switch 2.
O resultado foi que conseguimos incluir dois novos minijogos que fazem uso dos controles exclusivos de mouse duplo e lançar o jogo a tempo para o lançamento do hardware do Switch 2. Foi ótimo podermos criar esta oportunidade para que ainda mais pessoas aprendessem sobre a série Bravely.
Não há dúvidas de que o apoio dos nossos fãs é uma grande motivação para a equipe. Não podemos dizer nada específico sobre o futuro no momento, mas esperamos que todos os nossos fãs possam continuar apoiando a série Bravely da mesma forma que fizeram nos últimos dez anos.
Revisão: Cristiane Amarante


