Um grupo de jovens magos
Convocada para fazer parte da Academia de Magia Anciã, Fia é uma jovem garota que acaba causando uma grande confusão na sua chegada. Como resultado de sua bagunça, ela e outros novatos ficam marcados como desordeiros e recebem uma classe própria.
Para poder se graduar no colégio, Fia terá que fazer amizade com seus colegas de classe, assistir a várias aulas e concluir missões práticas especiais. Conforme exploram as dungeons nas proximidades e encaram os desafios, os personagens terão a chance de descobrir mais detalhes sobre a academia e aspectos históricos relacionados ao Grande Mago que frequentou a instituição.
De forma geral, a história é bem simples e focada nas interações entre os personagens, tendo como aspecto central uma classe de indivíduos um tanto excêntricos. Os colegas de Fia incluem um menino obcecado em ser herói, uma garota genial que acaba sendo rude por não conseguir se comunicar bem, um misterioso rapaz que vende informações e produtos e uma Dragonewt que considera Fia sua rival. Além de todos eles, temos o fofo mascote Carbuncle e os professores, que também são caricatos.
As tarefas da escola e os calabouços
Ao longo do jogo, temos uma lista de tarefas para cumprir para o colégio, algumas delas sendo basicamente tutoriais com informações sobre a gameplay enquanto outras são missões de história necessárias para avançar. Além delas, temos quests opcionais que podem ser obtidas no pátio do campus.
Fora da escola, temos acesso a dungeons que devem ser exploradas em um formato que lembra um Mystery Dungeon. Conforme andamos livremente pelos andares, consumimos energia “VT”, que pode ser reposta comendo curry. No caminho, encontramos itens, inimigos, armadilhas e alguns objetos que servem para realizar atividades secundárias, como pescar, colher frutos e sintetizar itens, coisas que podemos fazer também no campus.
Os inimigos podem fazer ações diretamente no mapa, como atirar galhos ou sugar MP da equipe do jogador, mas as batalhas acontecem em um outro cenário, seguindo o esquema de “encontros”. Nessa outra dimensão, enfrentamos grupos compostos pela criatura visível no mapa e outros aliados de nível similar.
Um combate único, mas falho
O elemento mais peculiar de Fia and the Wondrous Academy é a forma como o seu combate funciona. Embora a série Madou Monogatari seja mais composta por RPGs baseados em turno, o novo jogo combina elementos desse formato com os de ação para criar uma proposta diferente.
A ideia é que tenhamos uma área de combate pela qual possamos nos movimentar em tempo real, podendo também realizar ataques básicos à vontade. Porém, há uma espécie de timeline que define se um personagem pode usar uma magia, e atacar faz com que nosso avanço seja parado por um tempo, fazendo com que a habilidade demore mais.
Magias são muito mais poderosas e podem ter outras utilidades, como recuperação de vida, sendo assim uma escolha estratégica atacar ou esperar. A movimentação também precisa levar em conta que o posicionamento afeta tanto a nossa capacidade de atingir grupos inimigos quanto ser alvo de retaliação.
Embora seja um esquema bem único de combate, vale destacar que ter que alinhar as magias e mirar ataques é um grande incômodo. Para batalhas em tempo real, o controle da movimentação não é fluido o bastante, e a nossa área de alcance está diretamente vinculada à direção em que nos movimentamos, deixando tudo mais travado.
É possível fazer lock-on em um inimigo e alternar entre eles, mas ainda ficamos limitados no controle das nossas ações. A pior parte é que há uma solução simples: bastaria deixar que o jogador controlasse a mira com o segundo analógico em um formato twin-stick. A falta de um mecanismo de desvio ágil, tendo em vista que só podemos andar normalmente pelo mapa, ainda seria um inconveniente, porém o principal problema já seria resolvido.
Honestamente, por mais pequeno que isso possa parecer, esses dois detalhes são o suficiente para fazer o combate ser desinteressante e ruim. É uma pena que a base seja tão fraca, porque há um interessante sistema de ataques especiais baseados no uso e combinação de elementos, atingindo assim todos os inimigos ao mesmo tempo. Dessa forma, a escolha de poderes elementais específicos é valorizada como um fator estratégico de médio prazo, mas o jogador precisa lidar com as manobras inconvenientes de movimentação.
Uma experiência morna
Mado Monogatari: Fia and the Wondrous Academy é um RPG que tenta fazer uma combinação curiosa em seu combate, porém acaba sendo apenas frustrante e morno. Com uma base desestimulante, a experiência não empolga e é uma forma ruim de trazer a clássica franquia da Compile a uma nova geração.
Prós
- O combate em tempo real com comandos e timeline para uso de magias é um sistema único e bem peculiar;
- O sistema de ataques especiais traz um fator estratégico para a escolha de magias durante o combate.
Contras
- Ter que mirar e alinhar as magias com os inimigos em tempo real é extremamente inconveniente de controlar;
- Ausência de mecanismos de desvio ou movimentação ágil que valorizem o processo de controle em tempo real nos combates.
Mado Monogatari: Fia and the Wondrous Academy — Switch/PS4/PS5 — Nota: 5.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Alessandra Ribeiro
Análise produzida com cópia digital cedida pela Idea Factory International







