BGS 2025: "Pokémon GO vai atingir sua melhor forma", afirma Eric Araki

O Country Manager Brasil do jogo mobile fala sobre as atuais parcerias do título com outras empresas e planos para o futuro do game.

em 14/10/2025

A presença de Pokémon GO está se tornando comum em eventos de games brasileiros. Depois de estar na gamescom latam 2025, o jogo retornou ao pavilhão do Distrito Anhembi para a Brasil Game Show 2025, dentro do estande da Samsung.


Conversamos com Eric Araki, Country Manager Brasil do jogo, sobre essa parceria com a fabricante de hardwares, além de planos futuros para o título. Confira a entrevista na íntegra, realizada no dia 10 de outubro e com edições para facilitar a leitura:

Nintendo Blast: Pokémon GO está aqui no evento, agora junto com a Samsung. Como está sendo a recepção, a experiência do jogo aqui, esse ano, na BGS?

Eric Araki: Essa é uma pergunta muito legal, porque nós viemos pela parceria com a Samsung. É uma parceria muito legal especialmente porque são duas marcas que focam bastante na experiência do usuário. Isso nos ajuda a chegar a um público amplo, diferente do que normalmente a gente chega com Pokémon GO.

Também está sendo bastante corrido. Nós temos as experiências que estão acontecendo dentro do estande da Samsung. As pessoas podem enfrentar os Rockets, podem tirar fotos, podem fazer uma série de coisas e ganhar alguns carimbos. E ao juntar todos esses carimbos eles ganham coisas dentro do jogo.

Dentro do jogo, também temos alguns Pokémon raros aparecendo, como os iniciais com chapéuzinho. Há uma variedade maior de Pokémon surgindo por Módulos Atrair. 

Além disso, a gente está também no estande da experiência das Megaevoluções, com um Ginásio especial em que está aparecendo Pokémon Megaevoluídos durante todo o período da BGS.
Foto: Samsung


Nintendo Blast: Você comentou de atingir um público amplo. Você sente que tem muita gente chegando na experiência de Pokémon GO que não jogava, que está experimentando o jogo pela primeira vez?

Eric Araki: A gente tem muito público novo chegando. Inclusive, o Brasil é o segundo país no mundo que mais traz jogadores novos de Pokémon GO. Esse é um marco muito legal porque a gente passou países como o Japão em número de pessoas que a gente traz para o jogo. Isso é algo muito legal.

A gente tem muitas pessoas sendo reativadas também, que pararam de jogar no passado e que voltam. Há um público muito grande de pessoas que jogavam e que pela pandemia, pela vida, por não conseguiram mais jogar por alguma razão. Mas agora elas têm esse contato de novo com o Pokémon GO.

A gente vê também um público mais novinho, crianças que nunca tiveram contato com o jogo e percebem: "Nossa, que legal, é girar a Pokébola, é capturar e enfrentar as pessoas nas batalhas". 

A gente tem os nossos Agentes Rockets no estande especificamente para enfrentar as pessoas e ensinar os básicos do PvP, para que elas conheçam também outras coisas diferentes que elas podem fazer além de capturar Pokémon. Tem sido uma experiência muito legal para o público em geral.

Especificamente, essa parceria da Samsung está nos ajudando com outro ponto. A gente sabe que o celular médio padrão do brasileiro é muito antigo. E o brasileiro demora muito para trocar de celular.

Recentemente, o jogo teve o fim do suporte a sistemas de 32 bits. O jogo deixou de funcionar nesses celulares. Sendo o Brasil um país em que as pessoas demoram para trocar os celulares, essa parceria é essencial para que a gente consiga chegar em pessoas que estão interessadas em trocar de celular, em pegar um modelo um pouco mais novo, também de entrada, mas que já seja de 64 bits.

Nintendo Blast: Nessa parceria, as lojas Samsung se tornaram Poképaradas e Ginásios. São 220 lojas em 8 estados. Qual foi o critério de escolher quais lojas iam receber essa parceria?

Eric Araki: Todos os países da América Latina receberam Poképaradas. Então, são mais de 500 lugares no total. São locais ultraqualificados, seguros, que contam com infraestrutura para os jogadores. A gente acaba enriquecendo o mapa do jogo com essas Poképaradas.

A escolha das lojas foi feita pela Samsung. Eles nos mandaram uma lista. Mas um dos quesitos que a gente conversou bastante foi que atendessem a questões de segurança e infraestrutura. A gente sempre oferece locais em que as pessoas possam jogar de forma segura. Esse é um dos principais pontos que levamos em consideração.

Sabemos que o Brasil tem um problema muito grave de segurança. São Paulo é a cidade em que mais celulares são roubados no mundo. São dois celulares por minuto. Todo mundo conhece alguém que já teve o celular roubado, quando não somos nós mesmos. Então para a gente é uma preocupação muito grande.

Fazer esse tipo de parceria é sempre algo muito importante porque a gente sabe que são locais de confiança que oferecem uma experiência legal para os jogadores.

Nintendo Blast: Eu imagino que, tendo essas paradas nas lojas, é capaz que jogadores se reúnam no espaço. As lojas vão ter ações temáticas de Pokémon para recepcionar esses jogadores?

Eric Araki: Sim, algumas lojas selecionadas vão ter algumas coisas legais. Vão ter o frame do Pikachu com aquele fundinho do mapa para tirar foto. Vão ter também alguns adesivos de mesa, algumas decorações de Pokémon GO. Haverá também alguns vouchers para resgatar descontos em Pokémon GO na Galaxy Store.

A gente tem certeza de que vai ser uma experiência bem legal para os jogadores.

Nintendo Blast: Como funcionarão os bônus, tanto para quem comprará um celular novo, quanto para quem já possui um aparelho que roda o game?

Eric Araki: Há três camadas principais nessa parceria. A primeira delas são essas Poképaradas, que trazem lugares bastante qualificados para os jogadores, melhorando a experiência.

A segunda delas são cupons de R$ 10, que as pessoas que se cadastram na Galaxy Store conseguem resgatar.

E o voucher de R$ 50 é para quem adquirir o celular Samsung Galaxy S25 FE. Quem comprar consegue resgatar na Galaxy Store para usar em Pokémon GO. É um valor bastante generoso para usar no jogo.

Nintendo Blast: Sobre os eventos de Pokémon GO, em breve teremos o GO Wild Area. Esse ano o presencial vai ser no Japão, é isso?

Eric Araki: Isso. O GO Wild Area vai ser na cidade de Nagasaki dessa vez. Treinadores do mundo inteiro vão para lá. É muito legal porque os ingressos já estão esgotados. Muita gente mesmo vai para lá.

Mas na semana seguinte a gente vai ter a celebração global, com os bônus e as coisas legais que aconteceram durante o evento. A celebração específica aqui no Brasil vai acontecer em Santo André, no Grand Plaza Shopping. É um local muito conhecido e famoso em toda a área do ABC. Vai ser algo muito legal que a gente vai fazer por lá, para trazer esse gostinho de evento presencial para todo mundo.



Nintendo Blast: Eu imagino que muita gente vai conseguir ir para Santo André pela facilidade de acesso. Mas tem muita gente que vai para outros países para participar dos eventos, certo?

Eric Araki: Isso. A gente costuma dizer que Pokémon GO tem um superpoder de levar as pessoas até os lugares. Isso é muito verdade. A gente vê pelos nossos GO Fests, GO Tours, muita gente indo para os lugares.

O Safári Urbano que a gente teve em São Paulo é um exemplo muito bom. Foram mais de 30 mil pessoas jogando Pokémon GO aqui, pessoalmente, na cidade. E mais de 35% delas, quase 40%, vieram de fora do Brasil. A gente tinha, naturalmente, muita gente da América Latina, nossos vizinhos. Mas teve muita gente dos Estados Unidos, França, Itália, Alemanha, Espanha e Portugal.

Tivemos também 2% de participantes que vieram do Japão. Eles cruzaram o planeta inteiro para jogar Pokémon GO aqui em São Paulo. É um exemplo de como as pessoas vão.

Quando os eventos são aqui em São Paulo, a gente tem muitas caravanas de Belo Horizonte, de Fortaleza, de Curitiba. Dessa vez, vai a galera de São Paulo e do ABC para Santo André e outros estados também.

Nintendo Blast: Daqui a pouco, a gente também vai ter o campeonato de Pokémon aqui na América Latina, com o Pokémon GO. Como é que está o cenário competitivo de Pokémon GO e o que as pessoas podem esperar para o campeonato?

Eric Araki: Essa é uma pergunta muito legal. Por conta do crescimento que a gente teve nesses últimos anos, tanto no Brasil quanto na América Latina, a região deixou de ser parte do que a gente chamava de "mercados emergentes", que junta Ásia, Pacífico e alguns outros lugares.

Agora a América Latina é uma região à parte. Nós temos uma cadeira à mesa nas discussões de eventos e de candidatos para localidades de próximos eventos grandes. Muito disso também se deve ao PvP.

Há um dado muito legal que mostra que o jogador de Pokémon GO latino-americano fica duas vezes mais tempo no PvP que o sul-coreano. E o sul-coreano fica duas vezes mais tempo que todo o resto do mundo. Então a gente fica quatro vezes mais do que o resto do mundo inteiro no PvP. O público brasileiro é muito fiel ao PvP de Pokémon GO. Eles estão sempre figurando entre o topo dos rankings.



O Rargef foi um dos jogadores com maior quantidade de pontos na Season 2024. E agora na Season 2025 ele foi o terceiro do mundo. O quarto colocado no mundo é o Kourlash, que também é um brasileiro. Então a gente tem uma dupla de brasileiros com os melhores jogadores do mundo.

Por conta disso tem crescido muito a quantidade de pessoas interessadas, que vêm jogar, que vêm participar, ou assistem. Uma parte desse crescimento também é o fato de que a gente está transmitindo essas partidas em português.

Muita gente falava que o PvP de Pokémon GO é só ficar tocando na tela. Agora que tem as transmissões, eles veem o quão é mais estratégico, o quão é mais complexo, o quão é mais difícil de você ter esse metajogo, entender o que fazer em cada momento. Isso é algo muito legal, que tem crescido bastante.

Especificamente para o LAIC que está chegando agora em novembro, a gente vai ter, além da transmissão em português, o estande no pavilhão do Expo Center Norte. Haverá algumas ativações inéditas, que aconteceram em outros lugares do mundo, mas que vão acontecer aqui pela primeira vez.

A gente vai ter um mural em que as pessoas conseguem interagir com os Pokémon em realidade aumentada e tirar algumas fotos, entre outras coisas que a gente ainda não pode falar.

Nintendo Blast: A última vez que a gente conversou foi mais ou menos na época que o jogo estava passando para a administração da Scopely. O que você pode dizer sobre a situação do game sob essa nova direção?

Eric Araki: A gente tem passado por diversas mudanças, diversas adaptações, especialmente estruturais. Mas o mais importante é que o jogo continua com o mesmo direcionamento.

Mantemos o nosso cuidado com os jogadores, a importância que a gente dá para as comunidades, para o carinho que as pessoas têm com o jogo. O game é o mesmo pelo qual as pessoas se apaixonaram.

A gente quer continuar a desenvolver o título. A gente tem certeza que, com as mudanças que estão sendo feitas, o jogo vai atingir sua melhor forma. Vai ainda ser um jogo muito melhor e muito mais divertido para todos do que ele já é hoje.

O ano que vem está aí para isso porque Pokémon GO completará dez anos. Sem contar os 30 anos da marca Pokémon. Então, a gente vai ter uma série de celebrações que vão acontecer ao longo de 2026, para que mostrar ao jogador que muito mais está por vir.

Nintendo Blast: Falando sobre os 10 anos do jogo, nesse meio tempo, muitos jogos mobile nasceram, morreram, mudaram. É um mercado muito competitivo. O que faz o Pokémon GO conseguir se manter uma década em atividade? Quais são os pontos principais que fazem com que ele tenha essa longevidade?

Eric Araki: Essa é uma pergunta muito boa. A gente tem algumas teorias e algumas respostas.

Uma resposta é muito do próprio ecossistema de Pokémon. Pokémon é a marca intergerações mais valorizada do mundo Você vai ter um fã de Pokémon que é mais velho e joga Pokémon GO e o videogame. Você vai ter um fã mais novo que joga o card game, que assiste o anime.

Esse aspecto intergeracional é muito importante porque você tem os fãs trocando experiências independentemente da idade. Isso torna esse universo de Pokémon muito atrativo para todo mundo.

Outra teoria que a gente tem é que o jogo sempre traz algo novo. Sempre parece ser algo vibrante e diferente. Até pela flora e fauna do universo de Pokémon. Você sempre tem novas coisas, novas formas de evoluir, novas formas de pegar Pokémon, e novas características de Pokémon específicos, que a gente sempre tenta adaptar de alguma forma divertida em Pokémon GO.

Exemplo disso é a evolução do Primeape para Annihilape. A gente podia muito bem só colocar mais 100 doces para o Primeape virar um Annihilape. Mas a gente fez exatamente como no Scarlet/Violet, em que você precisa apanhar para conseguir.

Ou mesmo o Sirfetch'd. No jogo principal de videogame, o Farfetch'd precisa dar acertos críticos para evoluir. A gente fez de uma forma diferente. Nós não temos acertos críticos em Pokémon GO, mas a gente tem jogadas excelentes. Então o treinador precisa fazer jogadas excelentes para conseguir evoluir o Farfetch'd para Sirfetch'd.

Nintendo Blast: Gostaria de acrescentar mais alguma observação final?

Eric Araki: Fiquem de olho para 2026, que a gente vai ter coisas muito legais. A gente vai ter mais um evento grande vindo para o Brasil, para uma "cidade maravilhosa", que a gente ainda não pode revelar. Mas vai ser algo muito legal, que vai chamar muita atenção do público. A gente espera que os jogadores adorem e queiram bastante participar disso.
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Daniel Morbi
Jornalista, analista de mídias, PcD e entusiasta de games desde que jogou Pokémon Azul no Game Boy Color nos anos 90. De lá para cá, tenta aproveitar ao máximo todos os consoles no pouco tempo que a vida adulta permite. Se não está escrevendo para o Blast ou demorando anos para zerar um jogo, está no Twitter (@DanielMorbi) e no Instagram (@danielmorbi_)
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