Blast from the Past

Blast from the Past: Aladdin (SNES)

Aladdin, o famoso conto que, após passar por uma grande adaptação para o cinema, em forma de musical pela Disney, tornou-se extremamente po... (por Jardeson Barbosa em 02/04/2012, via Nintendo Blast)

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Aladdin, o famoso conto que, após passar por uma grande adaptação para o cinema, em forma de musical pela Disney, tornou-se extremamente popular entre as crianças e adolescentes no início dos anos 1990. Hoje voltaremos a 1993, quando este clássico eterno, que esquentou a guerra entre Nintendo e Sega na geração 16 bits e criou polêmica, foi lançado, tornando-se instantaneamente uma das melhores adaptações do cinema para uma plataforma Nintendo.

It’s Disney Time

Pense em todo o alvoroço criado com o anúncio de Epic Mickey: Power of Illusion para 3DS. Agora multiplique isto por 10, ou melhor, multiplique por 100. Era exatamente assim que eram recebidos todos os novos lançamentos de jogos com personagens da Disney nos anos 1990. A série “Illusion”, de Mickey Mouse, é a mais famosa e definitivamente turbinou a Sega no momento preciso em que a Nintendo estava em transição entre a geração NES e a geração Super NES.

disney-interactive-logo-smallDurante a segunda metade dos anos 1980 e primeira metade dos anos 1990, o nome Disney, além de ser associado a grandes títulos da TV e do cinema, era associado a grandes títulos dos videogames. Era muito raro o lançamento de um jogo que carregasse algum personagem criado pelos estúdios Walt Disney que tivesse baixa qualidade. Citar algum exemplo de cabeça, inclusive, pode parecer uma tarefa impossível. Além do nome de peso, geralmente esses jogos traziam consigo grandes enredos (por mais que fossem adaptados), trilhas sonoras empolgantes, gráficos coloridos e espetaculares para a época e, claro, personagens carismáticos e extremamente marcantes.

Fantasmas do passado

No auge da guerra dos 16 bits, a Capcom mantinha um contrato de exclusividade com a Nintendo, não podendo produzir jogos para as plataformas rivais. Nesse mesmo período, ela mantinha com a Disney um contrato que garantia o direito da produção de jogos baseados em estórias e personagens criados por eles, que renderam clássicos como DuckTales, Talespin e Chip ‘n Dale Rescue Rangers, entre outros. Seguindo esse conjunto de contratos, a Capcom era a desenvolvedora ideal para desenvolver um jogo baseado no filme Aladdin, de 1992, para o Super NES, e assim foi.

Enquanto o desenvolvimento do jogo para Mega Drive – que posteriormente foi portado para Amiga, MS-DOS, NES, Game Boy e Game Boy Color – ficou a cargo da Virgin Interactive (hoje falida), que também mantinha contrato com a Disney, o desenvolvimento do jogo para Super NES  ficou a cargo da Capcom.

20110504-aladdin_snes2O resultado desse monte de questões contratuais foi o desenvolvimento de dois jogos completamente distintos. A versão produzida pela Virgin foi, consequentemente, a mais popular das duas, vendendo aproximadamente 4 milhões de cópias só na sua versão para o Mega Drive e recebendo o título de melhor jogo de Mega Drive de 1993 pela Electronic Gaming Monthly, enquanto a versão da Capcom vendeu cerca de 1.7 milhão de cópias, sendo considerada por muitos como inferior ao clássico criado pela Virgin em parceria com a Sega.

Mas será que a versão da Capcom é tão inferior assim, ao ponto de todas as outras plataformas da Nintendo vigentes na época terem recebido ports da versão criada para Mega Drive pela Virgin? Pergunte a qualquer dono de SNES que ele lhe dará a mesma resposta: definitivamente não. É uma unanimidade entre a comunidade gamer Nintendo que Aladdin produzido pela Capcom é uma daquelas peças raras que não se encontram hoje em dia. Quem se deixou enganar na época pelos holofotes voltados ao Mega Drive, ou que tem algum tipo de preconceito com a versão para Super Nintendo, é hora de tirar o console do baú (o jogo não foi lançado no Virtual Console, uma pena), ou mesmo pegar aquele Game Boy Advance parado há anos na gaveta e começar a jogar, ou re-jogar esse clássico. É hora de voltarmos para Agrabah, onde tudo isso começou!

O jovem diamante bruto

Antes de ligarmos o Super NES e iniciarmos aquela viagem no tempo, nada melhor que retomarmos a história de Aladdin do início, e entendermos como um conto de um garoto que encontrou uma lâmpada mágica virou um dos maiores clássicos da história, transformou-se numa das melhores animações já feitas e, consequentemente, num dos melhores jogos já lançados.

O enredo do jogo é baseado no enredo do filme, com algumas alterações aqui e ali, mas que não chegam a modificá-lo de maneira drástica.

aladdin_03O terrível mago Jafar está à procura da poderosa lâmpada mágica, que está guardada dentro da Caverna das Maravilhas. O problema é que apenas alguém de coração puro poderá entrar lá. Enquanto isso, o jovem ladrão de rua, Aladdin, e seu amigo macaco, Abu, encontram-se com uma linda e frágil jovem no mercado de Agrabah enquanto fogem da guarda real após roubarem um pão.

A surpresa ocorre quando ele é preso, a mando de Jafar, e a jovem garota apresenta-se como Jasmine, a princesa de Agrabah, que havia fugido do castelo porque seu pai, o Sultão, queria casá-la a força. Jafar, sabendo que Aladdin é a única pessoa capaz de entrar na Caverna das Maravilhas, propõe a ele a liberdade em troca da lâmpada mágica. A procura da lâmpada e de uma forma de impressionar Jasmine, Aladdin parte para a Caverna das Maravilhas. Nesse mesmo período, Jafar passa a controlar a mente do Sultão e inicia o seu plano de dominar Agrabah, pretendendo casar-se com Jasmine. Aladdin agora deverá voltar a Agrabah, acabar com os planos de Jafar e conquistar o coração da bela Jasmine.

A explosão de cores nos 16 bits

aladdin_04Depois de relembrar toda a história voltemos para onde estávamos. O Super NES está lá, ligado a velha TV de 14 polegadas, o jogo inicia e após selecionarmos a opção “Game Start” no menu inicial, temos aquela surpresa: O jogo é lindo mesmo estando quase 20 anos mais velho! Sim, muitos jogadores hoje em dia são capazes de notar problemas gráficos que as pessoas comuns não notariam e são capazes de reclamar de jogos com visuais realmente bonitos. Certamente essas pessoas não conseguiriam jogar Aladdin sem reclamar dos pixels, mas para as pessoas menos paranoicas é possível sim, afirmar com toda a certeza do mundo, o jogo envelheceu muito bem.

aladdin_23O visual do jogo é extremamente colorido e baseado nos cenários do próprio filme. Os cenários são dinâmicos, nas primeiras fases é possível ver pessoas aparecendo nas janelas de suas casas, e é possível, inclusive, utilizá-las como plataforma – a reação das pessoas pisoteadas é hilária.

A animação dos personagens também ficou muito boa. Nada que se compare à animação criada pela Virgin, que se assemelha bastante com o movimento dos personagens no filme, mas não é algo que decepcione.

Os cenários só ficarão mais bonitos à medida que o jogo avança, passando por cavernas, lagos de lava, voos de tapete sobre Agrabah e até mesmo dentro da lâmpada mágica. A fase dentro da lâmpada é também uma das mais divertidas, bonitas e desafiantes, não há como conter o riso ao ver as expressões do gênio toda vez que você morre, ou mesmo as maneiras inusitadas como ele se apresenta nessa fase.

O visual de Aladdin não foi algo inovador no seu tempo, mas certamente caiu muito bem. A paleta de cores do Super NES não decepcionou e os personagens ficaram tão bonitos que a sensação era de se jogar um desenho animado interativo.

“A Whole New World” Anotação

Quem gosta de musicais e nunca assistiu Aladdin, definitivamente não gosta de musicais.

O filme possui uma das melhores trilhas sonoras de todos os tempos, vencedora de 5 Grammys e 2 Oscars. Tá, mas e daí? E daí que essa trilha sonora foi em grande parte adaptada para o Super NES, e com maestria.

Há várias composições originais para o jogo, mas a existem também versões em 16 bits de clássicos cantados no filme, como a música tema ‘A Whole New World’, ‘One Jump Ahead’ e ‘Friend Like Me’.

Não pense que o hardware do Super NES fez feio. A reprodução das músicas, os efeitos sonoros como pulo e até mesmo os gritos de Aladdin são bastante satisfatórios e marcantes, algo memorável e facilmente uma das maiores (senão a maior) vantagens da versão produzida pela Capcom. Uma pena que a música “Arabian Nights” não foi adaptada para essa versão, eu adoraria jogar cantarolando “A noite da Aráááábia”.

Corre, pula, pula, corre

aladdin_18Aladdin é um típico jogo de plataforma do início dos anos 1990. Não houve nenhum tipo de inovação nesse aspecto, já que o jogo herdou a jogabilidade de outros clássicos da Disney.

Com algumas inclusões inteligentes como a capacidade de se pendurar em vigas e em plataformas, que lembra jogos como Prince of Persia, o jogo se sai bem no quesito jogabilidade. Matar inimigos pulando na cabeça deles é, sim, algo divertido e por isso não podia deixar de ser incluído.

Ainda há também maçãs, que podem ser atiradas nos inimigos para deixá-los tontos (a questão é, por que Aladdin estragaria maçãs assim?) e uma espécie de capa, que pode ser usada como um paraquedas e é muito útil em grandes saltos, mas a parte mais divertida mesmo são as fases no tapete. Fugir de uma onda de lava ou coletar todos os diamantes que estão no céu era algo que necessitava de uma coordenação motora que eu passei a ter quando joguei Aladdin.

aladdin_21Aladdin é um jogo muito divertido, por mais que você possa estranhar fases como em pirâmide onde você deverá resgatar Abu (algo que não existe no filme), ou controles, de certo modo, travados e às vezes até um pouco imprecisos, não há como não se divertir com esse jogo. É uma pena que ele seja tão curto, são apenas 6 fases e alguns bônus. Mais pena ainda é que seja tão fácil, apesar do desafio de pegar todas as esmeraldas não ser o que eu chamaria de fácil, e pra ajudar um pouquinho há também uma tela de password, muito importante pra quem não tem tempo de terminar o jogo de uma só vez.

Infelizmente não é possível encontrar Aladdin no Virtual Console. Novamente esbarramos em questões contratuais. Nesse caso o jeito é fazer à moda antiga mesmo, garanto que vale muito a pena.

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Revisão: Luigi Santana

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Na Geração 16 bits, eu tinha os 2 Consoles, o Mega e o Super NES, pois nunca fui fanboy de nenhuma marca.

    O Aladdin do Super ficou bom, mas é covardia compará-lo a PERFEITA versão do Mega Drive.
    A versão do Mega tem uma Animação tão bem feita, que parece se estar jogando um Desenho Animado ao Vivo.
    Ou seja, a versão de Aladdin do Mega está num outro nível.

    O Produtor da versão do Mega foi David Perry, que antes havia feito o ótimo Cool Spot também para o Mega.
    Depois do Aladdin, David Perry deixou a Virgin Games e abriu a própria empresa.

    Lembram-se da Shiny onde ele criou Earthworm Jim e MDK, dois clássicos.

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  2. Eu era totalmente viciado ! BONS TEMPOS, a era Super Nintendo foi a melhor de TODA A HISTÓRIA dos Video Games

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