Vem aí

Prévia: Kirby: Triple Deluxe (3DS) promete uma nova perspectiva do mundo da bolinha rosa

Num misto de novidade e nostalgia, vejamos o que o novo jogo de Kirby guarda em meio a toda fofura, poderes bizarros e cenários coloridos.

Se tem algo que é certo quando se espera um novo jogo de Kirby é que ele não fuja dos padrões. A regra é que os jogos da bolotinha rosa sempre precisam ter aqueles cenários bonitos e infantis, ser relativamente fáceis e envolver algum tipo de caçada com o King Dedede. Era isso que eu também tinha como expectativa de Kirby: Triple Deluxe (3DS), até que os trailers foram aparecendo, os vídeos com a jogabilidade surgiram e agora eu acredito que Kirby está prestes a encarar uma nova perspectiva de seu mundo.

Desventuras além de Dream Land

A primeira surpresa que mostra uma sutil porém notável mudança nas diretrizes de Kirby é que a sua história não seguirá o padrão de perseguir o rei pinguim através de diversos territórios. Na verdade, a reviravolta é total, já que o objetivo da bolinha rosa nessa nova aventura é resgatar o rei que por tantas vezes tentou o eliminar. Agora, o que pode ser tão perigoso para Dream Land ao ponto de fazer Kirby ter de resgatar um velho adversário?

Quais segredos guarda
esse novo adversário?
Bom, na verdade, não muito. Como todos sabem, Kirby pode até ser um herói mas também é extremamente inocente. Provavelmente ele acabaria ajudando King Dedede de uma forma ou de outra, mas ainda assim é interessante ver uma mudança de foco nos inimigos. É comum que muitas franquias repitam sua fórmula básica muitas vezes pelo simples fato de que ela dá certo (oi Mario), mas essas mudanças suaves podem fazer toda a diferença na hora de escolher um jogo.

Claro que uma guinada diferenciada sempre pode ser chamativa. Gostaria muito de ver vilões em Triple Deluxe do nível de Nightmare, de Kirby: Nightmare in Dream Land (GBA), ou Dark Mind, de Kirby & the Amazing Mirror (GBA), que davam um tom de escuridão para contra-balancear a excessiva fofura dos jogos da bolinha rosa, porém é mais fácil que os inimigos sigam a regra do que a exceção. Claro que isso não vai derrubar minhas expectativas, afinal a esperança é a última que morre.

Não é...?

Perigosamente fácil, facilmente divertido

Outro problema recorrente dos jogos de Kirby é que todos eles parecem não somente ter uma aparência infantil como também aparentam ter como público alvo crianças pela sua baixa dificuldade. Sim, salvo exceções (e que, costumeiramente, ocorrem somente em fases mais importantes dos jogos), as aventuras da bolota rosa não costumam ser as mais difíceis do mundo dos games. Afinal, quantos jogos por aí permitem-lhe flutuar indefinidamente pelo cenário e evitar todo e qualquer perigo que possa lhe aguardar no solo? Eu só consigo pensar em uma série.
Com Hypernova, os
poderes de Kirby chegam
a um novo nível!
Pelo que já temos de conhecimento, como uma sequência espiritual de Kirby's Return to Dream Land (Wii), a dificuldade do jogo não impressiona. As vezes, os mundos de Kirby conseguem ser tão fáceis que me levam a crer que a esperança pode morrer antes que o próprio protagonista. Claro que os títulos da bolinha rosa não são conhecidos por sua exímia dificuldade, mas sim pela sua grande diversão, e isso parece que ele consegue fazer com maestria e sem muita dificuldade – sem trocadilhos.

Um novo poder de Kirby chamado Hypernova que, ao invés de lhe dar uma capacidade especial como os outros que encontramos, amplia as capacidades naturais do pequeno e permite que seu poder de sugar se equipare a um buraco negro. Esse poder pode distorcer o cenário com tanta potência e parece ser um dos principais charmes do novo título da bolinha rosa.

Inimigos podem surgir até
do plano de fundo!
Vale ressaltar que este parece ser um daqueles jogos que, por mais que o 3D não seja essencial, se dá gosto de usar. A beleza gráfica parece ser acentuada pela profundidade e algo que o jogo explora muito é o estilo plataforma em camadas; como ocorre muito em Donkey Kong Country Returns (Wii) e Donkey Kong Country: Tropical Freeze (Wii U), o protagonista pode viajar para cenários mais a fundo e voltar para mais perto da tela, tudo num piscar de olhos. Mutant Mudds (3DS/Wii U) foi um dos primeiros a fazer isso com tamanha maestria.

Além disso, a interação entre essas camadas se estendem até aos desafios dos mundos e os inimigos que se pode encontrar. Lembro de ter visto uma árvore sendo cortada no fundo da fase e seu tronco atingindo a parte frontal. O que mais pode ser feito entre os dois? O efeito 3D pode ser aproveitado de maneira mais eficaz para melhorar a experiência do jogador? Espero que tenham sido criativos com essas funções, assim como foram com os subjogos.

Festa para todos os estilos

Apesar de ser um grande amante das aventuras dos jogos da bolinha rosa, Triple Deluxe me deixou particularmente interessado pelos minigames e outros modos de jogo que estão disponíveis. Criativos e ousados, este parece ser um dos casos onde os coadjuvantes roubam a cena, agradando a todos os tipos de jogadores com The Arena, Dedede’s Drum Dash e Kirby Fighters.

"Já venci vocês antes,
posso vencer de novo!"
O primeiro foi feito para os jogadores mais hardcores e dedicados, interessados em provar suas habilidades em batalhas contra o verdadeiro lado difícil do jogo. A prova é vencer todos os chefes do jogo, o que vai depender muito da dificuldade e do quão criativos estes serão para serem derrotados. Vamos torcer para que seja ainda melhor que em Return to Dream Land!

O segundo aparenta ser um jogo mais rítmico, onde você toma o controle de King Dedede e precisa passar por diversas fases saltando num tambor e coletando moedas. Uma música toca no fundo para ficar mais simples manter o ritmo e aparentemente um botão faz todas as funções, como em HarmoKnight (3DS). Deve ser bom para desestressar ou para se estressar mais ainda.

Super Smash Kirby!
Já o último é o que mais chamou atenção do povo por ser praticamente um Super Smash Bros. dentro do jogo. Em uma arena onde se pode enfrentar tanto o computador como outros três jogadores, vários Kirby’s lutam para ver quem tem a habilidade absorvida mais forte. Não há muitos detalhes sobre como essa mecânica irá se desenrolar, mas potencialmente é o que mais estende a vida útil do jogo, dando uma gama competitiva. A pena é que somente pessoas com o jogo podem participar e não se sabe se funcionará online ou apenas localmente, então tudo que podemos fazer é torcer.

Uma aposta perigosa

Tchau Kirby, te vejo no
lançamento!
Enquanto Kirby: Triple Deluxe tem um insistente ar de “mais do mesmo”, as sutis mudanças na jogabilidade e nos subjogos decerto dão um impulso na empolgação. É difícil inovar em uma série que tem como propósito fazer o protagonista estar sempre se renovando a cada novo poder que conquista, mas talvez não seja dessa forma mesmo que a série possa evoluir? Se renovando sempre que absorve um novo poder?

É uma fórmula que dá certo a anos e certamente tem boas chances de ter sucesso mais uma vez. Embora a atmosfera infantil seja característica da série e reduza as chances de um verdadeiro desafio, muitas fases de Amazing Mirror eram assim também e seu desfecho foi surpreendente. Talvez seja apenas o momento de dar uma oportunidade para Triple Deluxe mostrar que, assim como seus antecessores, pode brilhar à sua própria maneira.

Kirby: Triple Deluxe (3DS)
Desenvolvimento: HAL Laboratory
Gênero: Plataforma
Lançamento: 2 de maio de 2014
Expectativa: 4/5
Revisão: José Carlos Alves
Capa: Leonardo Correia

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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