Análise: Pushmo World leva ao Wii U toda a diversão da franquia portátil

Lançado sem alarde para o 3DS ao final de 2011, Pushmo foi uma grata surpresa para os carentes fãs de quebra-cabeças e um título de peso no ainda novo portátil da Nintendo. Pushmo não apenas obteve muito sucesso de crítica como também se consagrou como o primeiro grande jogo digital do eShop, que naquela época era muito limitado e sofria de uma grande escassez de conteúdo. Pouco menos de três anos depois, novamente sem alarde, a Nintendo e a Intelligent Systems decidiram trazer a franquia para o Wii U, e apesar de não trazer muitas novidades, continua divertindo como sempre!

Resgate inusitado

Pouca coisa mudou desde que Pushmo foi lançado para 3DS. Para quem não conhece o título de 2011, os quebra-cabeças do jogo consistem em grandes estruturas formadas por blocos que podem sem empurrados e puxados pelo carismático Mallo, protagonista do jogo. O objetivo é chegar ao topo das estruturas para resgatar crianças que ficaram presas e assim retornar a tranquilidade do Pushmo Park, local onde se localizam os quebra-cabeças.

Da mesma forma como ocorre no primeiro título da franquia, o desafio vai crescendo gradualmente até que eles se tornem extremamente complicados, mas ainda assim gratificantes. O que poderia acabar se tornando uma experiência frustrante, se converte rapidamente em satisfação, já que os jogadores vão evoluindo no mesmo ritmo do jogo, e cada nova solução faz com que vibremos de felicidade.

Em time que está ganhando não se mexe

Pushmo World contém cerca de 250 novos quebra-cabeças que ocuparão sua mente por muito tempo. Contudo, ao contrário do que se esperaria para um novo jogo da franquia, nada de novo foi adicionado às mecânicas de jogo. As novidades de Crashmo, sequência portátil do primeiro Pushmo, também ficaram de fora, fazendo com que Pushmo World se pareça muito com o primeiro título da franquia.

Por serem muitos quebra-cabeças, é inevitável a sensação de déjà vu para os que jogaram o título no 3DS, e isso permeará toda a sua experiência pelo game. Mesmo assim, os quebra-cabeças são tão diversificados e complexos, que nada disso fará diferença na hora de se divertir com o título. Para evitar que os jogadores se frustrem, a Nintendo implementou um sistema que possibilita ao jogador pular os estágios em que esteja encontrando muitas dificuldades. Sem punição alguma, é possível concluir o jogo sem que ao menos uma fase seja jogada, ainda que seja possível voltar e tentar de novo. Mas cá entre nós: quem gastaria dinheiro com o jogo se não quisesse quebrar a cabeça?

No comando da diversão

Pushmo World também conta com o sonhado editor de fases, que possibilita aos jogadores a criação e compartilhamento de seus quebra-cabeças. Com pouco tempo de lançamento, a comunidade do jogo já é bastante povoada a ponto de encontrarmos verdadeiras obras de arte em forma de Pushmo, que certamente são ainda mais desafiantes do que a campanha do jogo em si.

As ferramentas para a criação das fases é bastante robusta e permite que os jogadores customizem até as cores dos blocos, o que ajuda para que encontremos desafios que homenageiam franquias da Nintendo e cultura pop em geral. Com o advento do Miiverse, o compartilhamento das fases é ainda mais intuitivo, e é uma mão na roda para os jogadores que desejam buscar uma fase nova para se divertir um pouco mais com o título.

O inconfundível estilo da Nintendo

Pushmo possui mecânicas divertidas e criativas, além de um nível de dificuldade bastante acentuado, mas o que torna o jogo ainda melhor é o seu estilo que remete rapidamente à empresa que tanto amamos. Contando com personagens extremamente carismáticos, piadinhas espalhadas por todos os poucos diálogos do jogo e cenários muito bonitos e coloridos, a Intelligent Systems passa um clima delicioso para um título cujo gênero costuma ser sério ou, por vezes, genérico.

Os gráficos do jogo podem não ser muito polidos e sem falhas, mas a arte e carisma do universo de Mallo fazem tudo valer e transmite uma sensação boa o tempo todo. A franquia Pushmo em geral é tão bacana, que o primeiro jogo que me passa pela cabeça quando tento compará-lo com outro quebra-cabeças é Tetris Attack (SNES), e isso não é pouca coisa.

Na zona de conforto

Apesar das poucas adições em relação ao jogo de 2011, Pushmo consegue divertir muito os jogadores que buscam um puzzle de qualidade no Wii U. Com seus mais de 250 desafios e a possibilidade de baixar criações de pessoas do mundo inteiro, o jogo possui um fator replay quase infinito, e por conta de seu preço de dez dólares, se torna algo risível. A Nintendo e a Intelligent Systems não poderiam ter dado presente melhor aos donos de Wii U.