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Análise: Outlast: Bundle of Terror (Switch) é uma experiência intensa e assustadora

Tente escapar com vida de um manicômio macabro se escondendo de pacientes afetados por misteriosos experimentos.


Em pouco mais de ano de vida, o Nintendo Switch já possui títulos de destaque do gênero survival horror. Layers of Fear: Legacy, Resident Evil Revelations e Resident Evil Revelations 2 são os representantes disponíveis no console híbrido e Outlast chegou de surpresa na eShop para ingressar este seleto grupo.

Intitulado Bundle of Terror em sua versão para Switch, Outlast conseguiu manter a qualidade do original, lançado em 2013 para PC, e prova que encarar os perigos nem sempre é uma solução viável. Fugir é a melhor alternativa.


Experimente o medo

Com a perspectiva em primeira pessoa, o jogador está na pele de Miles Upshur, um jornalista investigativo freelancer que recebe um e-mail relatando experimentos macabros no hospital psiquiátrico Mount Massive, mantido pela Murkoff Corporation. Upshur decide explorar e descobrir o que de fato está acontecendo no local.

O que torna Outlast uma verdadeira experiência de survival horror é a ausência de armas. O protagonista só carrega um filmadora portátil para registrar os acontecimentos do manicômio, criando assim um clima de tensão e apreensão, pois você sabe que não terá como se defender de ataques dos variantes, os pacientes que escaparam do tratamento e estão atacando os funcionários do prédio. Há corpos, sangue, pacientes doentes por todos os corredores e aposentos. A única alternativa de sobrevivência do jornalista é se esconder dentro de armários, embaixo de camas e mesas ou em cantos escuros.


Essa mecânica de stealth é muito bem explorada no game, principalmente porque os variantes são rápidos e espertos, inclusive na dificuldade normal. Sempre que eles vêem o jornalista, começam a persegui-lo e resta correr e tentar se distanciar o suficiente para se esconder. Uma tática que torna a perseguição menos problemática é fechar portas, pois isso retarda os perseguidores. Ainda assim, eles abrem armários e procuram o protagonista embaixo de camas quando estão alertas. O medo é incrementado pelo fato do jornalista ficar ofegante e assustado quando está sendo perseguido.

O jogador tem à disposição uma variedade de opções de movimentação. É possível saltar obstáculos, agachar, se pendurar, inclinar o olhar para bisbilhotar se algum variante está vindo, abrir portas lentamente e até olhar para atrás enquanto está correndo. Você precisa usá-las sabiamente e dominar os controles para não morrer no caminho.

Caminho escuro

O port de Outlast no Nintendo Switch é bastante competente. Mesmo já sendo um game de quatro anos atrás, ele não envelheceu. A taxa de quadros no console híbrido se mantém estável durante toda a jogatina, tanto no Dock quanto no modo portátil, não havendo diferença visual. O jogo apresenta bons efeitos de iluminação, especialmente porque boa parte dele se passa em ambientes totalmente escuros.

A filmadora de Upshur possui a opção de gravação em modo noturno que permite visualizar melhor os ambientes escuros. Se por um lado a câmera auxilia, por outro cria mais um elemento de urgência pois consome bateria. O jogador se vê obrigado a explorar os cenários atrás de baterias extras, já que quando elas se esgotam, e o campo de visualização em ambientes escuros torna-se limitado.

Além disso, filmar os locais do manicômio também contribui para compreender mais detalhes da trama, pois o jornalista faz anotações dos acontecimentos. A filmadora também é importante para fugir dos variantes, já que é impossível enxergar no escuro. É impressionante se esconder em um quarto escuro, ligar a câmera e se deparar com cabeças decapitadas e pedaços de corpos no chão.


Um dos poucos defeitos de Outlast: Bundle of Terror é a linearidade excessiva. Apesar de haver documentos e baterias para coletar, a exploração é prejudicada por apenas ter um caminho a seguir e por sempre haver indicações de onde ir, como setas de sangue nas paredes. Para fugir ou evitar os variantes, só há uma forma correta de agir, o jogo não oferece alternativas. Felizmente há pontos de checkpoints para que o jogador descubra o que deve fazer. Com o tempo, os objetivos se tornam repetitivos e previsíveis, como ir até um local, ativar uma porta e voltar pelo mesmo caminho.

Outlast expande a experiência de terror com o uso do HD Rumble. Como o game abusa de jump scares para surpreender o jogador, o controle acompanha esses sustos com vibrações pontuais. Destaco aqui os momentos em que você está escondido e os impactos sonoros dos variantes subindo escadas ou arrombando portas são representados com diferentes intensidades de vibrações. No Switch, o DLC Whistleblower está incluso e oferece uma campanha mais difícil no papel de Waylon Park, engenheiro de software da Murkoff Corporation, responsável por enviar o e-mail para Upshur.

Outlast: Bundle of Terror é um game impressionante, capaz de assustar e deixar o jogador tenso. Fãs do gênero que ainda não conhecem o manicômio Mount Massive terão uma experiência intensa e completa. E o melhor: em qualquer hora e lugar.

Prós

  • Visual estável tanto no Dock quanto no modo portátil;
  • Mecânica de stealth e ausência de armas cria ótimo clima de medo e tensão;
  • Uso do HD Rumble representando os impactos sonoros.

Contras

  • Linearidade e indicações excessivas;
  • Objetivos repetitivos.
Outlast: The Bundle of Terror — Switch/PS4/XBO/PC — Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: Switch
Análise produzida com cópia digital cedida pela Red Barrels.


Desde que aprendeu a jogar videogames com Yoshi's Island e Donkey Kong Country 2, sempre é visto com um controle ou portátil da Nintendo na mão. Descobriu o amor por The Legend of Zelda com Ocarina of Time e sempre está querendo mais Zeldas. Gosta de escrever notícias, análises e bobagens aqui enquanto não está sonhando com um novo Silent Hill.
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