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Análise: Peasant Knight — poucos comandos em um ritmo frenético no Switch

Aprenda a parar e pular com estilo junto ao cavaleiro camponês.



Um jogo de plataforma simples, com apenas dois comandos básicos (parar e pular) e uma série de estágios curtos estilo puzzle parece ter tudo a ver com o Switch, não é mesmo? O novo jogo da Ratalaika Games já está disponível para a maioria dos consoles atuais, mas a portabilidade do híbrido da Nintendo definitivamente combina mais com a proposta "curta e rápida" do título do cavaleiro camponês — que possui várias similaridades com simples jogos mobile e parece ter sido criado exclusivamente para ser jogado sem o auxílio da dock. No entanto, o ponto alto de Peasant Knight não pode ser experienciado em modo portátil e pede não só uma TV de tamanho considerável como um bom número de controles: o modo multiplayer.

A curta aventura de um cavaleiro humilde

Peasant Knight desde o começo oferece uma experiência consideravelmente simples. Após navegar por um menu bastante direto ao ponto, em poucos segundos você já pode começar sua jornada ao longo das 80 (curtas) fases disponíveis. Quanto à história, não espere muita coisa além do básico do básico. Ao iniciar o primeiro estágio, o jogo apresenta sua narrativa por meio de cinco slides não muito impressionantes — desenhos bem simples em preto e branco acompanhados por um texto difícil de ler em uma fonte estilo “medieval”. Basicamente, em uma carta aos seus pais, o cavaleiro "humildão" conta que um conhecido feiticeiro malévolo sem nome decidiu desafiar o rei e atacar o reino sem escrúpulos. Naturalmente, aquele que se livrar desse terrível mago das trevas, sem dúvidas irá colher riqueza e reconhecimento sem fim, se tornando um verdadeiro herói do reino (sem nome também). Então, como esperado, o jovem cavaleiro de bermuda (que nem ao menos possui uma arma, pois ele perdeu sua espada) decide eliminar o vilão de uma vez por todas com suas próprias mãos.

O cavaleiro, em meio à sua busca insaciável pela justiça, anda sempre para frente automaticamente, e cabe a você pará-lo usando o direcional — é só segurar a direção contrária, geralmente a esquerda — e auxiliá-lo a saltar obstáculos e alcançar plataformas por meio do botão de pulo, o A. Os comandos realmente se resumem a esses dois botões, o desafio mesmo são os vários obstáculos que aparecem no seu caminho: pilares de fogo, serras elétricas, elevadores repentinos e portais traiçoeiros são alguns exemplos dos elementos que existem apenas para atrapalhar (provavelmente obra do tal feiticeiro malvado).

O objetivo de cada estágio é chegar até o portal interdimensional que leva até a próxima fase. Missão que geralmente pede pouco mais do apenas lidar com uma linha reta de obstáculos, mas, principalmente nas fases mais avançadas, também pode demorar bastante tempo e demandar certa habilidade avançada de resolução de "quebra-cabeças". Além disso, ainda há um importante elemento que garante o ritmo frenético desses puzzles em forma de plataforma: o tempo. Uma "barrinha" no topo da tela representa o tempo que pode ser gasto em cada estágio e ela costuma encher bastante rápido, matando o protagonista de uma vez com um raio na cabeça e recomeçando a fase — porém, não se preocupe, morrer e recomeçar a fase é bem normal em Peasant Knight.

Antes de comentar os inevitáveis pontos negativos, eu gostaria de destacar uma luz no fim do túnel desse título que poderia, como tantos outros, apenas ser esquecido no limbo dos pequenos jogos simples e baratos da eShop: seu surpreendentemente divertido modo multiplayer. Simplesmente, é possível jogar todas as 80 fases do modo single player com até 3 amigos simultâneamente. Morrer repetidas vezes e tentar entender cada estágio enquanto seu cavaleiro anda para frente como um louco é extremamente mais divertido com outras pessoas e rende umas boas risadas — como poucos multiplayers conseguem, por incrível que pareça. A ação ocorre em tela dividida e os personagens correm na mesma linha, ou seja, ficam um "em cima" um do outro (até alguém morrer, parar ou pular), o que pode, entre outros fatores, aumentar ainda mais a frustração que já existe no single player (e atrapalhar bastante seu progresso individual), mas essas "falhas" só acabam deixando tudo mais engraçado e "zueiro", pode confiar. 

O multiplayer é a redenção de Peasant Knight porque, no geral, jogar sozinho não é tão divertido assim, mesmo que a portabilidade do Switch ajude a premissa de "fases curtas e rápidas estilo puzzle". Os gráficos são simples demais, ultrapassando o nível "retrô charmoso" e chegando a um certo patamar de "preguiça dos desenvolvedores". Até o final da história você verá sempre as mesmas plataformas de terra e grama, e aquele céu azul sem graça nenhuma, por exemplo. Além disso, o pulo é extremamente "mal-calibrado", o que é, de longe, a maior frustração do gameplay — pular é infinitas vezes mais desagradável do que deveria ser, prepare-se para morrer diversas vezes só por causa do timing estranhamente específico dos pulos. 



Por fim, Peasant Knight também é bem curto e completar seus 80 estágios não é tão difícil (seja sozinho ou com amigos). Desde o começo, o que está ali no simplório menu principal representa tudo que o jogo oferece. Por sorte, o seu preço bastante reduzido na eShop condiz perfeitamente com a quantidade de conteúdo disponível e pode até justificar uma possível compra — principalmente se você está atrás de um "joguinho" simples para se divertir com uns amigos. 

Prós

  • Multiplayer bastante divertido;
  • Preço baixo;
  • Perfeito para o modo portátil.

Contras

  • Os gráficos deixam a desejar;
  • Mecânicas falhas;
  • Single Player não diverte o bastante.
Peasant Knight - Switch/PS4/PC - Nota: 6.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Vinícius Rutes
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ratalaika Games

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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