#SuperMario35: A linha do tempo da franquia Super Mario

Vai ter bolo no Reino do Cogumelo.

A todo vapor e abraçado em sua infinitude. É assim que o incansável Super Mario comemorará o trigésimo quinto aniversário de sua franquia, no dia 13 de setembro. A data nos dá motivos de sobra para festejar, afinal, são 35 anos de épicas aventuras na companhia do eterno encanador.




A celebração que está sendo aberta aqui no Nintendo Blast é para todos, não importa a idade — basta apenas um simples contato com a magia do Reino do Cogumelo para entender o tamanho deste festejo e seu universo.

Comemorar o nascimento da franquia é celebrar três décadas e meia de protagonismo no cenário mundial. E mais, essa data é a perfeita oportunidade para enxergarmos como a trajetória do encanador italiano, que ainda desfila sem cabelos brancos, se encontrou com a vida de milhões de fãs em todo o planeta.

Elaborar uma cronologia do personagem mais famoso do mundo dos jogos, que conta com tantos momentos felizes, certamente não é uma tarefa simples. Assim como a vida, a história de Mario é recheada de conquistas e escolhas. Algumas, mudaram a trajetória do personagem; outras, mudaram o rumo de todo o universo dos videogames.


As encruzilhadas do Super, entre diferentes estilos de jogos, spin-offs e suas séries principais de nomes astronômicos, como Galaxy, World e Land, permitem um exemplo de como o personagem compreende sua grandeza e sonhos em suas odisseias. A globalidade de suas narrativas não negam sua já adquirida fama no cenário.

Indiferente do contexto, sempre esperamos muito dos jogos do bigodudo. A presença de Mario é como uma garantia de diversão. No momento em que adquirimos as fitas — termo aqui inserido para ser o mais retrospectivo possível —, somos tomados pela expectativa e pela ideia de passarmos as próximas horas colados em uma tela, cercados por moedas, blocos, canos, koopas e goombas.

A relação que construímos com Mario é temporal, um belo vestígio para buscarmos em nossas memórias mais felizes vividas dentro de um mundo que aparenta a ficcionalidade, mas que já habita a realidade além-virtual há décadas. Aqui, nessa matéria — que pode vir a se tornar sentimental para alguns, diga-se de antemão — teremos uma linha do tempo do encanador que virá de encontro às nossas lembranças.

A trajetória do personagem definitivamente se cruza com nossas histórias. Convidamos a todos para uma viagem, em que lembraremos os melhores momentos dos 35 anos da franquia mais famosa do mundo dos jogos. Afinal, celebrar a vida de Super Mario é também comemorar a nossa.

Eterna construção do encanador

Surgimento de um ícone

Em 13 de setembro de 1985, Super Mario Bros. foi lançado para o mundo. A data precisa se refere ao lançamento em terras japonesas, mas, ainda no mesmo ano, a América do Norte também receberia sua distribuição. A plataforma do game era o Nintendo Entertainment System, popular Nintendinho ou NES, que atendia também por Famicom em terras nipônicas.

A premissa da nova série lançada pela Nintendo consistia em uma intriga que, agora, após tanto tempo, já estamos familiarizados: o protagonista Mario enfrenta as adversidades e os inimigos do Reino do Cogumelo para resgatar a Princesa Toadstool, que havia sido raptada pelo vilão Rei Koopa. 

A direção e produção do jogo teve como figura principal Shigeru Miyamoto, encarregado dos elementos fundamentais da obra, como design, e construção do enredo e personagens. Além da figura principal, os dois mencionados na trama acima viriam a se tornar, respectivamente, Peach e Bowser.

O herói Mario surgiu no jogo de arcade Donkey Kong (1981), também obra de Miyamoto. Mas, só teve protagonismo e uma personalidade elaborada posteriormente. Ao olharmos materiais da época, como os manuais dos jogos anteriores ao do ano de 1985, veremos que o personagem não possuía um nome específico, era apenas conhecido como Jumpman. Acredita-se que o bigodudo tenha sido propriamente batizado somente em Donkey Kong Junior (1982).

O jogo de 1985 foi um sucesso e um marco cultural. A criação da Nintendo popularizou o modelo de jogos em plataforma de rolagem lateral e trouxe conceitos frescos para o cenário. A odisseia de Mario também ficou famosa por seus power ups, como o cogumelo de crescimento, a flor de fogo e a estrela da invencibilidade, que auxiliavam o encanador nos oito mundos temáticos do Reino do Cogumelo. Com o passar dos anos, eles se tornaram marcas registradas, inconfundíveis para todos.

Nos dados, o registro das vendas físicas do jogo para o NES somam mais de 40 milhões de cópias. Foi a garantia que a nova criação representava algo grandioso para a Nintendo. Como veremos, o protagonismo de Mario só viria a aumentar a cada ano.

Seguindo a série Super Mario Bros., mais lançamentos viriam ao Nintendinho, mas, com uma certa bifurcação. No Japão, o que seria considerada a sequência oficial para a franquia, foi lançada em 3 de junho de 1986, com o nome de Super Mario Bros. The Lost Levels, chegando até a ser referenciada como Super Mario Bros. 2. 

O gameplay era similar, figurando algumas adições. O irmão Luigi, que fizera uma aparição na primeira obra, quando jogada em multiplayer, agora ganhava características próprias, podendo pular mais alto que seu irmão. Novos elementos, como o cogumelo envenenado e as warp zones de retrocesso, ajudariam a formar a fama de ser um dos mais desafiadores momentos da saga.

Enquanto isso, na América do Norte, uma continuação, Super Mario Bros. 2 — distinta dos Lost Levels —  foi lançada em 1988 com diferentes dinâmicas e outros personagens jogáveis. São eles: Toad, Peach e Luigi, cada um com particularidades na ação. 

A obra da Nintendo americana tinha outros cenários e adversários, que, quando combinados com uma jogabilidade completamente distinta, causaram um certo estranhamento nos jogadores já ambientados. Todas as disparidades fizeram com que o título se tornasse um dos mais esquecidos da franquia.

Na mesma trajetória do modelo de plataforma reconhecido como scrolling, os anos 1980 e 1990 receberam mais lançamentos de peso. O Japão, no mesmo ano de 1988, concebeu Super Mario Bros. 3 — que veio a se tornar um dos mais queridos da série. O motivo? As roupagens raccoon e tanooki, não dá para negar. 

O console Game Boy também foi uma terra fértil para novas aventuras, e isso se deve ao surgimento da série Land. Super Mario Land foi publicado em 1989 no portátil da Nintendo com a mesma natureza de saltos e movimentação bidimensional. O ramo da franquia também teve suas continuações: Super Mario Land 2: 6 Golden Coins (1992) e o único Wario Land: Super Mario Land 3 (1994), que foi e não foi ao mesmo tempo uma parte da vida de Mario.

Embora feito esse salto temporal até 1994 para mostrar a trajetória em um específico console, outras narrativas surgiram durante esse período. Uma das mais famosas e adoradas pelos brasileiros reside nessa faixa de tempo: Super Mario World.

World é o debut da série principal no Super Nintendo (SNES) e conta com muitas novidades para a franquia. Entre elas, a aparição de Yoshi, novos power ups, mais inimigos e um reformado visual. O jogo foi lançado em 1990 no Japão e em 1991 na América do Norte. Foi um sucesso comercial e crítico, tido por muitos como o momento de plataforma no formato lateral definitivo do encanador.

Aproveitando o embalo do êxito, a essência Super Mario World ganhou um sucessor, que viria a coroar sua presença no SNES: Super Mario World 2: Yoshi's Island (1995). A iniciativa da Nintendo foi ousada ao apostar no dinossauro verde para ser o grande protagonista de um próprio título, tanto que ficou muito mais conhecido como Yoshi’s Island do que como a parte 2 de World.

De qualquer forma, foi a maneira encontrada pela empresa para expandir os horizontes de sua franquia com inovações, sem deixar de lado os traços já conhecidos. Mesmo não sendo dominado por Mario, Yoshi’s Island é sempre um jogo que merece ser relembrado.

Entrando de cabeça na nova geração

Já com mais de 10 anos de existência, a série Super Mario se encaminhou para um enorme salto na sua concepção. Com os consoles de 64-bits, o momento era de entrada para o mundo tridimensional. E que entrada de peso.

Super Mario 64 é uma remodelação da série de plataforma side scrolling para a tridimensionalidade. Os conceitos — como os de movimentação, ataque e pulo — foram redesenhados no jogo lançado em 1996, otimizados para as novas tecnologias.

Essa transição causou impactos em todo universo dos videogames, tornando o encanador e sua produtora Nintendo em referências de mais um novo modo de se jogar. E foi um sucesso. O título se tornou o jogo mais vendido do Nintendo 64.

Na trajetória tridimensional, novos grandes lançamentos foram aprimorando a mecânica. Tivemos, para GameCube, o tropical Super Mario Sunshine, em 2002. Embora as peripécias com o F.L.U.D.D. não tenham sido o maior dos destaques da série, as interessantes adições e o título certamente habitam o coração de muitos fãs da franquia — bem, o meu pelo menos. 

Posteriormente, eis que surge uma linhagem do tamanho do mundo para série — ou melhor, do tamanho da galáxia inteira. Super Mario Galaxy, lançado em 2007 para o Nintendo Wii. Atingiu nota máxima em muitas críticas por seu riquíssimo conteúdo e design. A aventura, além de emocionante, foi um dos melhores desenvolvimentos do personagem e seu enredo, calibrados com grandes visuais e uma clássica trilha sonora.

O lançamento conseguiu dialogar inclusive com os power ups dos títulos 2D, que ainda não tinham sido muito bem aproveitados no formato 3D. A inclusão das ferramentas de movimento, permitidas pela junção icônica da dupla Wii Remote e Nunchuck, tornaram a experiência ainda mais agradável.

Galaxy foi tão poderoso que fez os fãs se perguntarem se teria como surgir algo melhor. Pois bem, aparentemente, sim (ou quase): Super Mario Galaxy 2 (2010) teve o conceito galáctico de seu antecessor com algumas novidades — entre elas, a volta de Yoshi. A imersiva experiência acabou sendo tão querida e amada quanto à anterior, dividindo e gerando um debate sobre qual seria o melhor.

A série Galaxy vendeu mais de 20 milhões de cópias mundialmente. No presente momento, o terceiro título talvez seja a sequel mais aguardada pelos fãs. Quem sabe, nessa data de celebração, possamos ganhar um presente do aniversariante. Não custa sonhar alto.

Renovação contemporânea

É interessante notar como a Nintendo procurou conciliar os dois sistemas de plataforma — o side scrolling 2D e o 3D — ao longo das eras. No ano de 2006, o Nintendo DS recebeu um novo título da série Bros. com originalidades. New Super Mario Bros. mantinha o espírito que nasceu em 1985, mas remodelado com novas fases, mecânicas e visuais.

Com o sucesso, a ramificação New foi introduzida em praticamente todos os consoles nintendistas das primeiras décadas do terceiro milênio. Tivemos New Super Mario. Wii (2009), New Super Mario Bros. 2 (2012) para Nintendo 3DS e New Super Mario Bros. U para o Wii U, também em 2012. Todos com a inconfundível essência originária dos anos oitenta.

Dialogando entre diferentes tipos de gameplay e aspectos mais clássicos, a série Super Mario projetou remodeladas versões 3D de setores antigos. O 3DS ganhou Super Mario 3D Land (2011), com o atrativo do aspecto tridimensional do console — dessa vez, de fato 3D — e o retorno das suits de raccoon e tanooki

Em 2013, foi a vez do Wii U. Super Mario 3D World foi lançado para o console e teve um novo adicional, a cat suit, simbolizada por um sino. Aqui, tivemos também o retorno da possibilidade de se jogar com Peach, Luigi e Toad. Assim como em 1988, cada um desfilando com suas habilidade singulares.

O Switch trouxe novidades e esperanças para a franquia. Lançado no dia 27 de outubro de 2017, Super Mario Odyssey é, por si só, um marco na vida do recente console. 

O jogo foi capaz de agradar diferentes estilos de fãs, também se destacando nas avaliações mundo afora. Novas mecânicas, mundos e personagens — como Cappy e os Broodals — tornaram o mais recente momento de Mario em, realmente, uma super odisseia. Teremos a oportunidade de conhecer a sequência dessa aventura?

Somando a franquia

Traçar uma linha do tempo completa de Super Mario é uma tarefa extensa em muitos aspectos: o que seria o Super ou não. Decidimos selecionar alguns determinados títulos por suas naturezas, mas não significa que esquecemos os outros — que aqui, na sua maioria, são coletâneas, remakes e relançamentos, também importantes para a série, diga-se de passagem. Tudo isso sem contar toda produção de spin-offs que o personagem recebeu ao longo de sua vida e que demandam uma abordagem mais exclusiva.

Super Mario All-Stars puxou a barca das compilações e remasterizações em 1993. Lançado para o Super Nintendo, o pacote continha os quatro primeiros títulos da série: Super Mario Bros., Bros. 2, Bros. 3 e Lost Levels. Tudo estava renovado para a nova geração da época, com gráficos e sons aprimorados. No ano seguinte, All-Stars receberia outra versão, dessa vez, acompanhado também de Super Mario World. O game foi relembrado em 2015 para o #Mario20th no Nintendo Wii.

Outro port reconhecido foi Super Marios Bros. Deluxe para Game Boy Color. Datada de 1999, a aventura reproduzia a mesma trama de 1985, sendo apenas realçada em alguns aspectos visuais. Como bônus, o cartucho portava também os Lost Levels do encanador.

O conceito do Game Boy realmente foi um atrativo para a série. Quem, duas décadas atrás, poderia imaginar que o mesmo Mario projetado no SNES caberia no bolso? O segmento Advance foi o responsável por introduzir remakes no portátil, que foram divididos em quatro. Super Mario Advance (2001) era uma adaptação de Super Mario Bros. 2; Advance 2 (2001) de Super Mario World; Advance 3 (2002) de Yoshi’s Island e Advance 4 (2003) de Super Mario Bros. 3.

Por falar em portátil, o Nintendo DS foi lançado em 2004 com um grande atrativo: Super Mario 64 DS. O clássico apareceu com uma nova roupagem, além de Yoshi, Luigi e Wario. Toda a diversão tridimensional agora poderia ser levada para todos os lados. Garantia de sucesso.

Além de karts e raquetes, Mario possui algumas produções mais próximas da franquia principal que valem a pena serem mencionadas. O surgimento de Super Mario Maker é um momento muito interessante na vida do bigodudo. Valorizar a construção do jogo é também celebrar o momento atual — afinal, o último grande lançamento do personagem é fruto do estilo.
Super Mario Maker é uma publicação para o Wii U de 2015, fundamentada na premissa de construir estágios, ou fases, se preferir. A criação permite elaborar níveis de plataforma lateral com todos os elementos da série, dando aos construtores o livre acesso para uma predisposição de materiais por todo o cenário. A artimanha pode ser bem cruel se arquitetada pelas mentes mais avessas, provavelmente traumatizadas pelos mundos do Lost Levels.

Além de inimigos e adversidades, o stage maker tem outras ferramentas clássicas, como power ups, abismos e, claro, canos. É uma ferramenta livre para montar estágios do Super Mario, que podem ser compartilhados entre amigos e disponibilizados na internet. 

Muitas funções foram adicionadas ao longo de renovações e atualizações. Em Super Mario Maker 2 (Nintendo Switch, 2019), o mais recente registro do personagem, temos até a possibilidade de criar mundos, unindo fases e sequências a serem jogadas. 

Embora sem a abordagem narrativista, o segmento tem o infinito da plataforma, permitindo uma renovação criativa por criações dos produtores e dos mais malucos fãs. Vale a pena conferir. Tudo pode ser encontrado nos cantos on-line do serviço, é assustador.

Menção honrosa também para o primeiro retrato oficial de Mario no mundo mobile: Super Mario Run (2016). O mercado dos celulares voltaria a ser explorado pela Nintendo em Dr. Mario World (2019) e Mario Kart Tour (2019).

Próximo do fim, não mencionamos as inclusões históricas nos sistemas virtuais, como o Virtual Console do Wii, Wii U. e 3DS. Contudo, não custa agradecer, afinal, o ideal permite o contato reminiscente que, esperamos que um dia, dê as caras de maneira completa no Switch.

O mesmo personagem, infinitas aventuras

Como um camaleão — ou no melhor estilo David Bowie —, Mario consegue performar nos mais diferentes estilos de jogo, sendo ele a única constante presente. Mas, antes de exaltarmos sua configuração como jogador que atua em todas as posições do campo, precisamos exaltar o que o bigodudo faz de melhor: conquistar estrelas, derrotar Bowser e resgatar Peach.

A saga principal de Super Mario é, inegavelmente, o que há de mais fantástico em sua existência. O encontro de sua linha do tempo com nossas vidas evidencia o poder da franquia. Laços são criados e renovados nos fãs que, agora, aguardam ansiosamente pelo futuro da série. 

Com as fichas na mesa, celebramos o #SuperMario35 esperando por novas aventuras, sem deixar de relembrar ou aproveitar o relançamento das já conhecidas, como o anúncio da coletânea Super Mario 3D All-Stars, que sai no dia 18 de setembro para o Switch.

O que Mario faz de melhor é protagonizar as suas histórias e também as nossas. A data comemorativa é um reflexo biográfico de uma conjunta linha temporal construída por grandiosos 35 anos entre as jornadas do encanador e as nossas super memórias. Feliz aniversário, Mario! Thank you so much for playing our games!


Revisão: Felipe Fina Franco

Jornalista, colaborador no Nintendo Blast e doutorando em Comunicação Social.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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