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Prévia: Fire Emblem: Shadow Dragon and the Blade of Light (NES), o início de uma franquia

Pela primeira vez no Ocidente, o jogo que deu origem à franquia Fire Emblem chega ao Switch no dia 4 de dezembro.

 

Muito antes do lançamento de Fire Emblem: Shadow Dragon (DS), em 2009, Marth já havia aparecido, em 2001, como um lutador em Super Smash Bros. Melee (GC). No entanto, o 11º jogo da franquia Fire Emblem é apenas um remake do primeiro título, Fire Emblem and the Blade of Light, para o NES (também conhecido como Famicom), e, até então, era inédito fora da Terra do Sol Nascente.

No dia 22 de outubro, a Nintendo anunciou oficialmente a localização em inglês do jogo de 1990, que também contará com algumas melhorias para deixar a jogabilidade mais fluida. Porém, qual é a história de Shadow Dragon and the Blade of Light? Por que Marth é tão famoso até hoje? E, acima de tudo, como o título de NES deu origem a uma das franquias mais famosas de RPG tático?

O ano é 1990

Para entender a revolução que Shadow Dragon and the Blade of Light causou, primeiramente precisamos voltar ao século 20. Nos anos 80 e 90, era muito comum ver, nos consoles, jogos de plataforma e ação (incluindo seus subgêneros) e, com raras aparições, títulos de esporte. Nesse cenário, a presença de RPGs era escassa e há uma explicação para isso: segundo uma matéria publicada em 2019 no site Savvy Statistics, esse gênero era considerado cult e não vendia muito bem nos Estados Unidos; dessa forma, sua popularização só começou com a chegada do PlayStation original, na metade dos anos 90.

Dado esse cenário, o primeiro Fire Emblem, lançado em 20 de abril de 1990, foi a porta de entrada para o subgênero tactical role-playing game (TRPG), em que é necessário planejamento prévio antes de decidir as ações que devem ser tomadas, além de o título também introduzir mecânicas que se tornaram a “receita do bolo” para os demais jogos da franquia — mas a jogabilidade diferenciada não foi a única novidade de Shadow Dragon and the Blade of Light.

O jogo também foi responsável por trazer um sistema de classes e promoções, fazendo com que alguns personagens pudessem ganhar ainda mais destaque no campo de batalha. Além disso, a história principal foi dividida em 24 capítulos e um endgame, separados por diálogos (que evoluíram para cutscenes nos jogos mais atuais) e exploram diferentes localidades no continente fictício de Archanea. Por fim, o primeiro Fire Emblem também foi o pioneiro ao trazer os efeitos de terreno, que até hoje são motivos de dor de cabeça para os fãs da série, assim como o sistema de morte permanente (permadeath).


Mesmo com uma boa recepção pela crítica popular (de acordo com a revista Family Computer Magazine, de maio de 1991), Shadow Dragon and the Blade of the Light nunca saiu do Japão; e, embora tenha recebido ports para Virtual Console (Wii, 3DS, Wii U) e Nintendo Entertainment System Online (Switch), nós, ocidentais, só tivemos contato com Marth e companhia nos anos 2000, com o remake Shadow Dragon — porém, muitas coisas foram mudadas se comparadas às do jogo original, sobretudo a jogabilidade.

Uma jornada pelo continente de Archanea


Marth é o jovem príncipe de Altea e descendente de Anri, o primeiro herói que derrotou o maléfico dragão Medeus. Quando o reino vizinho, Dolhr, atacou Altea e o pontífice sombrio Gharnef matou o rei alteano, Cornelius, o protagonista não viu outra escapatória a não ser se refugiar em Talys.

Com ajuda de Jagen, um leal cavaleiro alteano, e Caeda, a princesa de Talys, o jovem Marth sai em uma jornada a fim de encontrar a lendária espada Falchion, antes empunhada por seu ancestral Anri. É claro que, no meio do caminho, o príncipe conhecerá diversos aliados e inimigos, travando batalhas difíceis, tudo com o objetivo de colocar um fim ao plano maligno de Gharnef e derrotar, mais uma vez, Medeus.

Será Marth capaz de libertar não apenas Altea, como também sua irmã mais velha, Elice, que foi capturada como refém pelo pontífice sombrio?

Valor histórico e jogabilidade datada por tempo limitado

Embora ainda seja cedo para dizer quão impactante será a introdução de save states e a possibilidade de refazer turnos nesta reedição, espera-se, ao menos, que as melhorias adicionadas à versão norte-americana de Fire Emblem: Shadow Dragon and the Blade of Light amenizem um pouco as dificuldades decorrentes da jogabilidade datada e cheia de restrições, mas mantendo o restante do jogo inalterado, especialmente os gráficos em 8-bits.



Não se discute, contudo, o valor histórico que o título carrega consigo, uma relíquia para os fãs ocidentais da franquia. Infelizmente, o jogo só ficará disponível até o dia 31 de março de 2021, quando será removido da eShop, então não deixe a oportunidade escapar!

Fire Emblem: Shadow Dragon and the Blade of Light — Switch
Desenvolvedora: Intelligent Systems
Gênero: RPG tático
Lançamento: 4 de dezembro de 2020
Expectativa: 3/5

Revisão: João Pedro Boaventura
Fire Emblem: Shadow Dragon and the Blade of Light já está disponível para pré-venda na eShop.


Também conhecida como Lilac, é fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas. Icon por 0range0ceans
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