Presidente da Nintendo diz que não aumentará preço do Switch frente à falta de semicondutores

Shuntaro Furukawa afirmou que a Nintendo possui um panorama claro de produção de consoles até o final deste ano fiscal.

Shuntaro Furukawa

A publicação japonesa especializada em negócios e finanças, Nikkei, publicou, nesta quinta-feira (11), trechos de uma entrevista que realizou com o presidente da Nintendo, Shuntaro Furukawa. O executivo comentou, durante a conversa, sobre os impactos sofridos pela empresa com a escassez de componentes e semicondutores, que se estende desde 2020.


Furukawa disse que, mesmo com a falta de materiais para produção, a Big N possui um planejamento de fabricação de consoles até, pelo menos, o final do ano fiscal vigente, que se encerrará em março de 2023. Além disso, ele afirmou que a Nintendo não planeja aumentar o preço do Switch devido a esse cenário.

Confira nossa tradução dos trechos divulgados pela publicação:
Nikkei: Como a Nintendo está se saindo com a aquisição de semicondutores?

Shuntaro Furukawa: Com a cooperação de vários parceiros de negócios, estamos a caminho de melhorias a partir da segunda metade deste verão [japonês]. Mas em termos de nossa previsão de vendas de 21 milhões de unidades para o ano fiscal até março de 2023, temos somente um panorama claro de produção para este ano. Além disso, as coisas são incertas.

Não posso dizer especificamente o que está com baixo abastecimento. A Nintendo continuará a vender três modelos [de Switch]: o modelo padrão; o Switch Lite com preço, tamanho e recursos reduzidos; e o modelo OLED. Vamos elaborar a melhor estratégia à medida que avançamos. Estamos fazendo o nosso melhor para adquirir produtos de alta qualidade a um preço apropriado, de olho nos próximos anos.

Nikkei: Você está perdendo chips e outros componentes para fabricantes de produtos mais caros, como automóveis?

Shuntaro Furukawa: Manter os preços baixos não está nos dando qualquer problema com as partes adquiridas. O problema é que a demanda excede a oferta.

Nikkei: Aumentos de preços são uma opção?

Shuntaro Furukawa: Não estamos considerando isso neste momento por dois motivos. Para oferecer entretenimento único a uma grande gama de pessoas, queremos evitar afastar as pessoas por causa de preços. Nossa competição é a variedade de entretenimento no mundo e sempre pensamos na precificação em termos do valor da diversão que oferecemos.

Nossos produtos também incluem softwares. A Nintendo vendeu mais de 100 milhões de unidades do Switch até agora e é importante manter o impulso de nossos negócios como um todo. De um modo geral, um iene fraco torna as vendas domésticas de Switch menos lucrativas.

Nikkei: A Nintendo consegue absorver os custos crescentes de materiais e envios?

Shuntaro Furukawa: Por enquanto, nosso modelo OLED continuará sendo menos lucrativo que nossos outros modelos. Sem dúvida, os custos aumentaram para o transporte não apenas por via aérea, mas também por via marítima. Estamos pensando no que podemos fazer.

A desvalorização do iene pode ser vista como um benefício para a Nintendo, já que grande parte de nossas vendas vem do exterior, mas nossos custos promocionais e de pessoal no exterior também aumentam.Estamos fazendo mais compras de estoque em moedas estrangeiras para combater isso.

Nikkei: Você conseguirá alcançar sua meta de vendas de Switch para este ano fiscal?

Shuntaro Furukawa: [O Switch] Está em seu sexto ano desde o seu lançamento. Tudo o que posso dizer é que vamos tentar manter as vendas no mesmo ritmo. Ter softwares populares também dá um impulso ao hardware. Temos uma linha de novos jogos que nos permitirá tentar cumprir nossa previsão de vendas, incluindo Splatoon [3] saindo em setembro e Pokémon [Scarlet/Violet] em novembro.
Em seu mais recente relatório financeiro, a Nintendo revelou que o Switch chegou a 111,08 milhões de unidades vendidas.

Fonte: Nikkei

Jornalista, analista de mídias, PcD e entusiasta de games desde que jogou Pokémon Azul no Game Boy Color nos anos 90. De lá para cá, tenta aproveitar ao máximo todos os consoles no pouco tempo que a vida adulta permite. Se não está escrevendo para o Blast ou demorando anos para zerar um jogo, está no Twitter (@DanielMorbi) e no Instagram (@danielmorbi_)


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