Análise: Monument Valley 2 — um retorno ao mundo das ilusões arquitetônicas ainda mais vibrante e surreal

Uma sequência fiel e similar ao primeiro jogo, mas que melhora significativamente em seu espetáculo visual ilusionista.

em 03/08/2025
Monument Valley marcou o cenário de jogos mobile, principalmente por causa de seus puzzles engajantes e criativos, além de brincar com a ilusão de ótica e desafiar a forma como enxergamos o mundo do game por meio de arquiteturas fantasticamente impossíveis.


O port recente para os principais consoles do mercado — incluindo o Switch — nos lembrou o quão atemporal e artisticamente surreal essa experiência continua sendo até hoje.

Com o port de sua sequência, Monument Valley 2, agora também disponível no Switch, é natural esperar que o novo título evolua e refine os elementos do primeiro jogo. E, de fato, ele é visualmente mais bonito e encantador, mas alguns dos problemas presentes no original ainda persistem aqui — embora a experiência continue sendo única o suficiente para justificar essa continuação.

Entre formas e afetos

Monument Valley 2 conta a história de Ro e sua filha, desta vez abordando temas como separação, crescimento pessoal e o legado entre gerações, por meio de puzzles interativos que transformam fisicamente as estruturas dos níveis. Esses cenários se conectam de formas geometricamente impossíveis, criando ilusões de ótica belíssimas e intrigantes.

O primeiro jogo já apresentava uma narrativa interpretativa e de significado abstrato, mas sua sequência mostra um desenvolvimento consideravelmente melhor nesse aspecto. Ela adiciona mais elementos simbólicos e sensoriais, fazendo com que a história se desenrole por meio dos sentimentos e do cenário, evitando diálogos e mantendo sua essência minimalista.
Essa evolução se evidencia sobretudo no espetáculo visual ainda mais impressionante de Monument Valley 2, com fases repletas de novas ilusões de ótica, ângulos criativos e composições engenhosas. No geral, o jogo está consideravelmente mais colorido que o primeiro, o que torna seus cenários ainda mais encantadores e memoráveis.

Além disso, por retratar a jornada de duas protagonistas, em alguns momentos você controla ambas simultaneamente, intensificando os puzzles e trazendo uma bem-vinda dose de variedade à gameplay, o que é especialmente positivo diante das semelhanças marcantes entre o primeiro e o segundo jogo.

Novas ilusões, mesmos limites

Apesar de ser um novo jogo, com puzzles inéditos, animações mais elaboradas e paletas vibrantes acompanhadas de transições visuais encantadoras, Monument Valley 2 traz pouquíssimas mecânicas novas. Ainda que introduza uma narrativa inédita e um aprimoramento artístico notável, a essência do gameplay permanece praticamente inalterada — incluindo suas limitações.

Mesmo com todos os conteúdos extras incluídos, o jogo dificilmente passa da marca de uma a duas horas de duração, além de não contar com localização em português e repetir os mesmos controles do primeiro título, com o uso de um cursor para movimentar as personagens. Esse sistema ainda é impreciso, dificultando a movimentação e a seleção de elementos do cenário durante a resolução dos puzzles.

Círculos que se fecham, caminhos que se abrem

De modo geral, foi difícil escrever mais sobre esta sequência, já que ela permanece muito semelhante ao primeiro jogo em termos de mecânicas. No entanto, os gráficos e o design dos níveis estão ainda mais surreais, explorando novos ângulos e sendo mais criativos do que antes. Essa experiência acabou sendo ainda mais interessante, especialmente pela narrativa, que é melhor desenvolvida e um pouco menos abstrata.

Explorar as geometrias abstratas de Monument Valley 2 foi interessante. Eu não diria que foi repetitivo, pois, por ser um jogo curto e contar com fases ainda mais fantásticas que as do primeiro título, tudo é diferente o suficiente para justificar uma sequência. É possível notar melhorias claras em relação ao jogo original. Ainda assim, é curioso como a sequência repete os mesmos problemas, como a curta duração e a ausência de suporte ao toque, o que tornaria os controles mais precisos.

Prós

  • Puzzles ainda mais criativos e surrealistas, com efeitos únicos que exploram novos ângulos e ilusões de ótica surpreendentes;
  • Narrativa emocional mais presente do que no jogo anterior, seguindo a mesma filosofia de fazer o jogador sentir, em vez de simplesmente contar a história.

Contras

  • A sequência ainda repete os mesmos problemas do primeiro jogo, com controles limitados e imprecisos — e, surpreendentemente, ainda sem suporte à tela de toque;
  • Mecanicamente, não inova muito em relação ao jogo anterior — ambos são bastante similares;
  • Jogo extremamente curto, mesmo com o conteúdo extra durando, no máximo, cerca de duas horas.

Monument Valley 2 — iOS/Android/PC/PS4/PS5/Xbox One/Xbox Series X|S/Switch — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: Switch

Revisão: Vitor Tibério
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Samuel Expeditto
é um jovem que gosta de catalogar e documentar as histórias dos jogos. Sua planilha de jogos zerados cresce semanalmente, e você pode acompanhar seus vídeos e análises no YouTube e Instagram.
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