Em meio ao hype, porém, é fácil esquecer que o primeiro Galaxy já havia dado as caras no Switch, por ter sido incluído na coletânea Super Mario 3D All-Stars, lançada em 2020. Assim, para quem já possui a primeira versão, vale a pena a nova remasterização? É o que vamos conferir a seguir.
Conhecendo a festa de cinco anos atrás
Para quem não se lembra, em 2020, Mario comemorou seus 35 anos de existência com uma grande celebração, que envolveu até um Direct exclusivo. Na época, a Nintendo anunciou várias novidades, como uma edição inédita do Game & Watch e um port de Super Mario 3D World, com conteúdo adicional, para o Switch.
Mas o destaque mesmo ficou por conta de Super Mario 3D All-Stars — pela primeira vez, a Big N reunia os clássicos 3D do bigodudo em um único produto, imperdível para todo fã da franquia que sonhava ver os aguardados relançamentos de Sunshine e Galaxy, por exemplo.
Porém, dois pontos chamaram a atenção negativamente na época: a omissão de Super Mario Galaxy 2 e o caráter extremamente limitado do lançamento, que estaria disponível nas lojas físicas e na eShop por aproximadamente seis meses, somente.
A estratégia de marketing baseada na escassez, apesar de incomum para a Nintendo e para sua maior franquia, provou-se extremamente rentável, com 5 milhões de cópias sendo vendidas em menos de 20 dias. Quem aproveitou, escapou dos preços abusivos que viriam a ser praticados no mercado de segunda mão nos anos seguintes e, de quebra, garantiu acesso a três dos melhores jogos da saga, com melhorias pontuais.
Mas é aquilo: seria ilusão achar que a Nintendo nunca mais relançaria um de seus títulos mais aclamados. Dito e feito, cá estamos, cinco anos depois, com um novo relançamento de Super Mario Galaxy. Vale a segunda compra?
Uma remasterização, e não um remake
Antes de prosseguirmos, é preciso deixar claro que a edição de 2025 de Super Mario Galaxy é uma remasterização, e não um remake. Isso significa que, em sua essência, o novo lançamento segue à risca a versão original do Wii, com os upgrades mais notáveis ocorrendo nos controles, nas texturas e na resolução final.
Como notado por canais especializados como a Digital Foundry, o lançamento deste ano também se baseia no trabalho de adaptação feito em 2020, de modo que as duas versões são muito similares na prática. No Switch, ambas operam em 1080p no modo TV e em 720p no modo portátil, com o giroscópio do Joy-Con ou do Pro Controller simulando o ponteiro do Wiimote nos dois casos.
Sendo bem sincero, dada a resolução de saída idêntica e o trabalho modesto de retexturização (as sombras do game continuam excessivamente simples, por exemplo), a conclusão, no primeiro Switch, é que pouca coisa gráfica foi alterada de um lançamento para outro para justificar o aumento considerável no preço cobrado.
Logo, se o seu interesse na nova aquisição for baseado nas melhorias visuais ou de controle de 2020 para cá, posso adiantar que não vale a pena, a não ser que você tenha (ou pretenda ter) um Switch 2. Vamos ao porquê.
Mas, no Switch 2…
Se você tem ou pretende comprar um Switch 2, a situação muda um pouco de figura. Ao contrário de títulos como Super Mario Odyssey, Super Mario 3D All-Stars não recebeu um patch com melhorias gráficas para o novo console, o que significa que a apresentação da coletânea de 2020 está limitada a 1080p no modo TV (e 720p mal escalonados para 1080p no modo portátil, resultando em uma imagem levemente embaçada).
O lançamento de 2025, porém, conta com um upgrade gratuito para o novo hardware. O resultado é uma apresentação final em 4K (3840x2160p) nativo no modo TV, que consegue preservar fielmente os tão importantes 60 quadros por segundo, fundamentais em qualquer jogo de plataforma que se preze.
Com a resolução ampliada, até mesmo o tímido trabalho de retexturização fica mais aparente. Logo, se você tem o hardware mais novo da Nintendo e uma TV 4K, a proposta fica bem mais atraente, justamente por fazer melhor uso da tecnologia à disposição se comparada com a coletânea de 2020.
Por fim, há também a nova inclusão do Modo Mouse para o ponteiro, ainda que o recurso esteja limitado ao modo com dois jogadores. Para quem tem filhos pequenos ou um Player 2 em casa, é um bônus a se considerar se você está buscando formas de experimentar a principal inovação dos novos Joy-Con.
Lembrando: nem só de gráficos vive um game
Porém, como nem só de gráficos vive um game, seria injusto não citar as outras melhorias implementadas pela Nintendo no lançamento mais recente, concordam?
Então vamos lá: há um novo epílogo no livro de histórias de Rosalina, bem como um modo mais fácil (Modo Ajuda) e suporte aos amiibo, para receber itens como cogumelos e estrelitas. E, em um aceno muito importante ao nosso público, Mario Galaxy e sua sequência também foram localizados para português brasileiro, facilitando a compreensão da história (e dos indícios de um novo título) como um todo.
Finalmente, com a nova versão, também é possível usar o giroscópio para coletar estrelitas no modo portátil — em 3D All-Stars, somente a tela de toque está disponível. Para quem prefere jogar com o Switch ou o Switch 2 desconectado da TV, é uma função que deve ser levada em conta.
No mais, apesar de não ser algo que costumamos discutir aqui no Blast, também é preciso considerar o preço de aquisição. Caso você ainda não tenha Super Mario 3D All-Stars, precisará recorrer ao mercado paralelo, cujos preços frequentemente são inflacionados. Com isso em mente, se você não tem muito interesse em 64 e Sunshine, em tese, sairia mais barato mirar direto em Super Mario Galaxy + Super Mario Galaxy 2, cuja mídia física é inclusive distribuída oficialmente em nosso país.
Porém, caso você já tenha a coletânea de 2020, é possível adquirir o segundo Galaxy separadamente na eShop, economizando consideravelmente no processo. Sem dúvidas, trata-se de um gesto da Nintendo voltado a quem já possui 3D All-Stars e só quer mesmo completar a coleção. E, com a grana economizada, dá até para planejar comprar outro game para a biblioteca do Switch…
Concluindo…
Com as remasterizações se tornando cada vez mais frequentes no mundo dos games, o ato de comprá-las uma segunda vez (ou não) é uma escolha bastante pessoal. Afinal, com toda a nostalgia envolvida, poder jogar novamente seus títulos favoritos com melhorias ocasionais sempre será uma proposta bastante atraente.
Dito isso, é inegável que, para os donos de Super Mario 3D All-Stars — que já possuem acesso ao game —, o relançamento de 2025 de Super Mario Galaxy é melhor aproveitado quando jogado no Switch 2, por conta do aumento extra na resolução que torna todo o trabalho de remasterização mais aparente.
No fim, o que importa mesmo é que vale a pena jogar tanto o primeiro Galaxy quanto sua sequência, pois se tratam de dois dos melhores jogos de plataforma 3D já criados pela humanidade. Se você irá fazer isso via 3D All-Stars ou não, a decisão é sua, e o que podemos garantir é que a diversão continuará intacta das duas formas — nós nos vemos no espaço?
Revisão: Vitor Tibério









