The Subspace Emissary — a trama épica que uniu mundos em Super Smash Bros. Brawl

A icônica franquia de luta da Big N trouxe, no Wii, um enredo que ecoa até hoje entre os fãs da série.

em 13/11/2025

Lançado em 2008 para o Nintendo Wii, Super Smash Bros. Brawl marcou uma virada importante para a série. Depois de Super Smash Bros. Melee consolidar a fórmula de combate frenético entre personagens de diferentes franquias, Brawl ousou ir além de seu antecessor: expandiu ainda mais o elenco (com participações de convidados “externos”, como Sonic e Snake), trouxe uma trilha sonora de peso (quem nunca cantarolou o tema principal do título?) e apostou em algo inédito para a franquia — um modo história cinematográfico e interligado. Hoje relembraremos The Subspace Emissary, modo que fez falta para muitos jogadores nos títulos mais recentes da série Smash Bros.

Uma jornada com os maiores ícones da Nintendo

Em Brawl, o modo The Subspace Emissary foi inserido dentro das opções de jogo para um único jogador — ao lado de modos conhecidos e recorrentes nos títulos da série, como o Classic Mode, o Home-Run Contest e os Events. Aqui, ele acabou entrando como Adventure Mode, semelhante ao que ocorreu em Melee, que de alguma forma já moldava o que seria visto no Subspace Emissary: um grande encontro entre os universos e personagens completamente diferentes presentes no título em uma narrativa unificada que, até hoje, é lembrada como uma das experiências mais nostálgicas já oferecidas pela Nintendo.


Tudo começa com uma cutscene mostrando a preparação de uma luta entre Mario e Kirby, que acontece em um grande estádio rodeado de espectadores animados. A grande sacada do modo história já começa aqui: logo de início, escolhemos entre Mario e Kirby – e um combate ao estilo clássico de Smash Bros. começa entre os dois. Numa referência direta à cutscene de abertura de Melee, o perdedor da luta se transforma em um troféu, e o vencedor “revive” o adversário logo em seguida ao tocá-lo.


Logo em seguida, porém, uma invasão começa: as tropas da misteriosa Subspace Army invadem o estádio, espalhando centenas de monstros pelo cenário. Quem assistia ao caos que se instaurava era ninguém menos que Pit, protagonista da série Kid Icarus — e ele também se junta ao combate após Kirby escapar com Peach ou Zelda (a depender das escolhas do jogador) em sua clássica Warp Star.


A partir daí, o enredo se desenrola por meio de inúmeras cutscenes e batalhas que mostram outros personagens em cenários variados enfrentando essa mesma misteriosa invasão — e não há nada mais incrível para os fãs das franquias da Big N do que ver Samus se aliando a Pikachu após resgatá-lo de uma máquina criada pelos vilões para extrair sua eletricidade, ou Captain Falcon e Olimar batalhando juntos contra um R.O.B. gigante.


Cada grupo de heróis segue uma trajetória própria, mas todas as linhas se cruzam em um grande confronto final contra Tabuu — um vilão misterioso e inédito até então, que controlava o imenso exército da Subspace Army diretamente de uma dimensão alternativa. Até o encontro de todos os personagens para a batalha contra Tabuu, muitos foram transformados em troféus pelo exército do vilão e reanimados por heróis improváveis — estou falando especificamente de King Dedede e Luigi, por mais incrível que pareça. Essa narrativa cinematográfica (e um tanto maluca) enriqueceu muito as interações entre personagens e acabou criando, dessa forma, uma verdadeira celebração dos diversos criados pela Nintendo.

Nem só de cutscenes vive o lutador

Além da história, claro, The Subspace Emissary se destacava por uma jogabilidade alternada. Os combates tradicionais da série se misturavam com seções de plataforma 2D e batalhas contra inimigos e chefes exclusivos, como o maníaco Porky, de EarthBound, o monstruoso Ridley, de Metroid (antes de estrear na série como lutador jogável, em Super Smash Bros. Ultimate) e até mesmo o Pokémon lendário Rayquaza, enfrentado por Diddy Kong e Fox McCloud — mais uma dupla improvável para a conta. Cada estágio acabava se tornando uma experiência única e as seções de plataforma se integravam na trama.


E, apesar de se inserir nas opções de jogo para um jogador, The Subspace Emissary também podia ser aproveitado no modo cooperativo, com até dois jogadores. Essa possibilidade de vivenciar a campanha com um amigo tornava a jornada ainda mais memorável — principalmente após as cutscenes, onde os personagens jogáveis deviam ser selecionados por cada jogador. O resultado disso tudo foi extremamente marcante e garantiu o sucesso de Super Smash Bros. Brawl: o título mantém a segunda posição no ranking dos jogos mais vendidos da série, só perdendo para Ultimate.

A questão dos leaks e o fim do modo história

Após Brawl, muitos fãs esperavam que um modo história semelhante retornasse nos títulos seguintes. No entanto, Super Smash Bros. for Nintendo 3DS & Super Smash Bros. for Wii U deixaram a ideia completamente de lado, dando lugar a outros modos como o Smash Run e o Smash Tour.

Mais tarde, Masahiro Sakurai (criador e diretor da série) revelou que decidiu não repetir o formato de The Subspace Emissary em Smash Bros. Ultimate por conta de vazamentos de conteúdo que ocorreram antes do lançamento de Brawl. Segundo ele, as cutscenes foram divulgadas prematuramente na internet, o que desmotivou a equipe a investir em outro enredo tão cinematográfico e trabalhoso.


Em Ultimate, tivemos o modo World of Light, que trouxe uma estrutura similar e até contou com algumas cutscenes, mas sem a mesma força narrativa. Embora divertido e repleto de homenagens aos universos da Nintendo, o modo se concentrou mais na progressão e nas batalhas (com a mecânica dos Spirits introduzida no título) do que em contar uma história mais completa. Era, de certo modo, um retorno à essência da série, mas sem o mesmo peso dramático que Brawl ofereceu.

O legado de uma trama épica

Mesmo mais de quinze anos depois, The Subspace Emissary continua sendo lembrado como o ponto máximo narrativo dentro da franquia Super Smash Bros. A escala das cutscenes, a trilha sonora orquestrada e a sensação de cooperatividade entre personagens de mundos tão diferentes criaram uma experiência que marcou muito os fãs da série. O modo mostrou que Super Smash Bros. podia ser mais do que “só” um crossover de franquias em lutas frenéticas: podia ser um universo compartilhado, com uma atmosfera própria (num tom mais maduro, mas ainda assim com uma boa dose de humor).


Mas isso não garantiu que Super Smash Bros. Brawl não escapasse das críticas, claro – especialmente no balanceamento e na velocidade das batalhas. Mas é difícil encontrar alguém que não tenha gostado ou discorde do alcance e da ambição do modo história do título. Ele deu personalidade e contexto a um elenco que estava inserido na série apenas para se enfrentar (e fez isso sem uma única linha de diálogo falada!). A força da estética do título e a força da trilha sonora épica foram, nesse sentido, essenciais para o sucesso de The Subspace Emissary.

O que o futuro pode reservar

Com o futuro da série ainda incerto e os rumores sobre um possível Super Smash Bros. para o Switch 2, fica a dúvida: será que veremos o retorno de um modo história completo? A popularidade de World of Light mostrou que existe uma demanda, mas nada se compara à escala e ao impacto emocional de The Subspace Emissary. Vale conferir nossa matéria especial, onde especulamos sobre como um possível próximo título da franquia poderia ser.

Talvez o próximo passo seja o equilíbrio entre o melhor dos dois mundos: a liberdade e o combate mais refinado (e rápido) de Ultimate com a narrativa de Brawl. Por enquanto, nos resta aguardar para ver como a Nintendo vai abordar os combates e interações entre personagens amados pelo público em uma de suas séries mais bem-sucedidas. Afinal, como o próprio Sakurai já afirmou, Smash Bros. é, acima de tudo, uma grande celebração — e toda celebração merece uma boa história!


E você, leitor, também sente falta de um modo história semelhante ao The Subspace Emissary? Qual foi o seu momento favorito da jornada épica dos heróis e vilões da Nintendo no Wii? Conte para a gente nos comentários.

Revisão: Cristiane Amarante
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Felipe Castello
Designer gráfico de formação, é fã da Nintendo desde a infância, quando ganhou um SNES usado com Super Mario World e Donkey Kong Country. Apesar do carinho especial pela série Mario, também se diverte com Pokémon, The Legend of Zelda e Animal Crossing. Costuma jogar no (pouco) tempo livre entre os estudos e o trabalho.
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