Impressões: Octopath Traveler 0 — Uma jornada de renovação em Osterra

O retorno à terra de Osterra chega com surpresas, novas mecânicas e um protagonista que coloca o jogador no centro da história.

em 11/11/2025

Octopath Traveler 0 é uma grata surpresa para qualquer fã de JRPG. Foi uma alegria perceber que tão cedo já teremos mais uma entrada nessa amada franquia. Como um grande apreciador do gênero e do universo de Octopath Traveler, tive a oportunidade de experimentar o jogo para compartilhar minhas primeiras impressões. Se você tem curiosidade sobre como o jogo se comporta no Nintendo Switch 2, continue comigo.

O reino de Osterra

Diferente dos títulos anteriores, em que escolhemos um entre oito personagens predefinidos no início da campanha, Octopath Traveler 0 nos presenteia com um protagonista totalmente personalizável. Essa escolha aumenta a imersão e faz com que o jogador se sinta parte viva do mundo de Osterra.

Nosso personagem vive na vila de Wishvale, ao lado dos pais e amigos. É uma comunidade pequena, em que todos se conhecem e vivem como uma grande família, com seus costumes, trabalhos e devoção aos deuses de Osterra e à chama azul.

Joguei todo o prólogo e um trecho do primeiro capítulo. O desenvolvimento inicial é empolgante e conta com um enredo sólido, que desperta um forte senso de justiça. É impressionante como o jogo rapidamente nos envolve emocionalmente, nos fazendo desejar combater a injustiça e mudar o destino dos personagens apresentados.

A vila é atacada por dois dos três vilões, e o caos toma conta de Wishvale. Enquanto soldados caçam os moradores, outros destroem e incendeiam tudo. O líder da tropa busca um artefato lendário — um anel divino — e o massacre que se segue deixa poucos sobreviventes. Evitarei spoilers, mas o prólogo é impactante e certamente desperta no jogador o desejo de justiça e reconstrução.

Reconstruindo o futuro

Falando em reconstrução, essa talvez seja uma das mecânicas mais chamativas dos trailers — e, de fato, é inédita aqui. Embora eu tenha experimentado apenas uma parte dessa funcionalidade, ela me pareceu bastante promissora.

Sou fã de sistemas de craft e construção, então é como unir dois elementos que já me agradam em algo que, por si só, já é muito bom. O game oferece diversos tutoriais — todos acessíveis no menu caso precise consultá-los novamente — e a mecânica é prática e intuitiva. As construções são baseadas em funções que vão sendo desbloqueadas aos poucos, como engenheiro, agricultor e outras profissões que cabe ao jogador descobrir pelo mundo.

O tempo investido na reconstrução da vila, na coleta de recursos e na interação com os habitantes promete render horas de jogabilidade. É necessário buscar materiais espalhados pelo reino — indicados por pontos brilhantes no mapa — para utilizar nas edificações.

As já conhecidas Path Actions também retornam, permitindo interações únicas com NPCs, tal como nos títulos anteriores.

Guerreando por liberdade e justiça

Ao lado de seus amigos, diversas batalhas aguardam o jogador — e a clássica mecânica por turnos brilha novamente. O sistema Boost e Break retorna, permitindo usar pontos para realizar mais ataques por turno ou potencializar técnicas especiais. O Boost, no entanto, precisa ser carregado ao longo dos turnos, o que adiciona uma camada estratégica importante.

O sistema de Break também está de volta: atacar os inimigos em seus pontos fracos é essencial, e ao quebrar sua defesa, eles ficam vulneráveis, recebendo o dobro de dano.

Infelizmente, ainda não pude testar a grande novidade das batalhas — a possibilidade de ter até oito guerreiros na party simultaneamente —, mas estou curioso para ver como isso ampliará as estratégias e desafios de Octopath Traveler 0.

Outra adição interessante são as técnicas equipáveis, que funcionam como itens e expandem as opções de personalização. Além disso, o protagonista pode escolher sua classe inicial entre oito opções clássicas da franquia.

Há também mais de trinta personagens recrutáveis em Osterra, algo que remete diretamente ao jogo mobile Octopath Traveler: Champions of the Continent. Essa semelhança se estende à liberdade de escolha de caminhos na história e até mesmo ao estilo visual, que parece ter herdado traços do título mobile.

Clássico renovado

De volta a Osterra, reencontramos um mundo repleto de desafios, monstros, masmorras e segredos a serem descobertos — tudo acompanhado de tramas profundas e emocionantes. O visual 2D-HD, marca registrada da série, está mais refinado do que nunca, com iluminação, efeitos e partículas caprichadas.

Na versão de Nintendo Switch 2 — a que pude testar —, o jogo apresenta um visual nítido, 1080p rodando a 60 quadros por segundo, com identidade visual impecável e a riqueza artística típica da franquia.

A trilha sonora é um espetáculo à parte. Além de rearranjos e novas composições, o icônico tema principal retorna em grande estilo — e, confesso, não consigo parar de cantarolar. A música traz uma forte dose de nostalgia das aventuras passadas, e o áudio é cristalino mesmo no modo portátil. Joguei boa parte com fones de ouvido e posso afirmar: é uma experiência sonora digna da série, especialmente com os trechos dublados, que elevam a imersão.

Uma nova chama em Osterra

Octopath Traveler 0 resgata a essência que consagrou a franquia e a apresenta sob uma nova luz, equilibrando nostalgia e inovação com maestria. A possibilidade de criar seu próprio protagonista, reconstruir uma vila inteira e explorar batalhas mais amplas reforça o quanto a série está disposta a evoluir sem perder seu coração clássico.

Cada detalhe — da trilha sonora magistral ao refinamento do visual 2D-HD — mostra que a equipe da Square Enix entende o valor de suas origens, mas também sabe como surpreender antigos e novos aventureiros.

Se o que experimentei até agora for um prenúncio do que está por vir, Octopath Traveler 0 promete ser uma das jornadas mais emocionantes já vividas em Osterra. Prepare-se para reacender a chama azul: o jogo chega em 4 de dezembro de 2025, com lançamento para PC, PlayStation, Xbox, Nintendo Switch e Switch 2.

Revisão: Cristiane Amarante
Texto de impressões produzido com cópia digital cedida pela Square Enix
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Leandro Alves
Leandro Alves é designer gráfico formado e especialista em Design Estratégico pela Unicarioca, além de UX Designer com formação pela ESPM e pela escola britânica Design Institute. Diretor Geral, Diretor Editorial e Diretor de Arte das revistas GameBlast e Nintendo Blast, iniciou sua paixão por videogames com The Legend of Zelda: A Link to the Past. Fã da Nintendo, mas sem esconder sua admiração pelo PlayStation, tem como séries favoritas Kingdom Hearts, Pokémon, Splatoon, The Last of Us, Uncharted e Xenoblade Chronicles. Está no Instagram e Twitter.
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