Octopath Traveler 0 é uma grata surpresa para qualquer fã de JRPG. Foi uma alegria perceber que tão cedo já teremos mais uma entrada nessa amada franquia. Como um grande apreciador do gênero e do universo de Octopath Traveler, tive a oportunidade de experimentar o jogo para compartilhar minhas primeiras impressões. Se você tem curiosidade sobre como o jogo se comporta no Nintendo Switch 2, continue comigo.
O reino de Osterra
Diferente dos títulos anteriores, em que escolhemos um entre oito personagens predefinidos no início da campanha, Octopath Traveler 0 nos presenteia com um protagonista totalmente personalizável. Essa escolha aumenta a imersão e faz com que o jogador se sinta parte viva do mundo de Osterra.Nosso personagem vive na vila de Wishvale, ao lado dos pais e amigos. É uma comunidade pequena, em que todos se conhecem e vivem como uma grande família, com seus costumes, trabalhos e devoção aos deuses de Osterra e à chama azul.
Joguei todo o prólogo e um trecho do primeiro capítulo. O desenvolvimento inicial é empolgante e conta com um enredo sólido, que desperta um forte senso de justiça. É impressionante como o jogo rapidamente nos envolve emocionalmente, nos fazendo desejar combater a injustiça e mudar o destino dos personagens apresentados.
A vila é atacada por dois dos três vilões, e o caos toma conta de Wishvale. Enquanto soldados caçam os moradores, outros destroem e incendeiam tudo. O líder da tropa busca um artefato lendário — um anel divino — e o massacre que se segue deixa poucos sobreviventes. Evitarei spoilers, mas o prólogo é impactante e certamente desperta no jogador o desejo de justiça e reconstrução.
Reconstruindo o futuro
Falando em reconstrução, essa talvez seja uma das mecânicas mais chamativas dos trailers — e, de fato, é inédita aqui. Embora eu tenha experimentado apenas uma parte dessa funcionalidade, ela me pareceu bastante promissora.Sou fã de sistemas de craft e construção, então é como unir dois elementos que já me agradam em algo que, por si só, já é muito bom. O game oferece diversos tutoriais — todos acessíveis no menu caso precise consultá-los novamente — e a mecânica é prática e intuitiva. As construções são baseadas em funções que vão sendo desbloqueadas aos poucos, como engenheiro, agricultor e outras profissões que cabe ao jogador descobrir pelo mundo.
O tempo investido na reconstrução da vila, na coleta de recursos e na interação com os habitantes promete render horas de jogabilidade. É necessário buscar materiais espalhados pelo reino — indicados por pontos brilhantes no mapa — para utilizar nas edificações.
As já conhecidas Path Actions também retornam, permitindo interações únicas com NPCs, tal como nos títulos anteriores.
Guerreando por liberdade e justiça
Ao lado de seus amigos, diversas batalhas aguardam o jogador — e a clássica mecânica por turnos brilha novamente. O sistema Boost e Break retorna, permitindo usar pontos para realizar mais ataques por turno ou potencializar técnicas especiais. O Boost, no entanto, precisa ser carregado ao longo dos turnos, o que adiciona uma camada estratégica importante.O sistema de Break também está de volta: atacar os inimigos em seus pontos fracos é essencial, e ao quebrar sua defesa, eles ficam vulneráveis, recebendo o dobro de dano.
Infelizmente, ainda não pude testar a grande novidade das batalhas — a possibilidade de ter até oito guerreiros na party simultaneamente —, mas estou curioso para ver como isso ampliará as estratégias e desafios de Octopath Traveler 0.
Outra adição interessante são as técnicas equipáveis, que funcionam como itens e expandem as opções de personalização. Além disso, o protagonista pode escolher sua classe inicial entre oito opções clássicas da franquia.
Há também mais de trinta personagens recrutáveis em Osterra, algo que remete diretamente ao jogo mobile Octopath Traveler: Champions of the Continent. Essa semelhança se estende à liberdade de escolha de caminhos na história e até mesmo ao estilo visual, que parece ter herdado traços do título mobile.
Clássico renovado
De volta a Osterra, reencontramos um mundo repleto de desafios, monstros, masmorras e segredos a serem descobertos — tudo acompanhado de tramas profundas e emocionantes. O visual 2D-HD, marca registrada da série, está mais refinado do que nunca, com iluminação, efeitos e partículas caprichadas.Na versão de Nintendo Switch 2 — a que pude testar —, o jogo apresenta um visual nítido, 1080p rodando a 60 quadros por segundo, com identidade visual impecável e a riqueza artística típica da franquia.
A trilha sonora é um espetáculo à parte. Além de rearranjos e novas composições, o icônico tema principal retorna em grande estilo — e, confesso, não consigo parar de cantarolar. A música traz uma forte dose de nostalgia das aventuras passadas, e o áudio é cristalino mesmo no modo portátil. Joguei boa parte com fones de ouvido e posso afirmar: é uma experiência sonora digna da série, especialmente com os trechos dublados, que elevam a imersão.
Uma nova chama em Osterra
Octopath Traveler 0 resgata a essência que consagrou a franquia e a apresenta sob uma nova luz, equilibrando nostalgia e inovação com maestria. A possibilidade de criar seu próprio protagonista, reconstruir uma vila inteira e explorar batalhas mais amplas reforça o quanto a série está disposta a evoluir sem perder seu coração clássico.Cada detalhe — da trilha sonora magistral ao refinamento do visual 2D-HD — mostra que a equipe da Square Enix entende o valor de suas origens, mas também sabe como surpreender antigos e novos aventureiros.
Se o que experimentei até agora for um prenúncio do que está por vir, Octopath Traveler 0 promete ser uma das jornadas mais emocionantes já vividas em Osterra. Prepare-se para reacender a chama azul: o jogo chega em 4 de dezembro de 2025, com lançamento para PC, PlayStation, Xbox, Nintendo Switch e Switch 2.











